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Adelina Lopes Vieira - Portugal/Brasil

(1850 - 1923)




Nasceu em Lisboa em  20 de setembro de 1850 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de fevereiro de 1923. Veio com sua família para o Brasil quando tinha pouco mais de um ano. Foi jornalista, dramaturga, poetisa, professora, tradutora e contista.

Colaborou em diversos jornais e revistas brasileiras, como Eco das Damas, Revista Brasileira, A Mensageira, Almanaque do Teatro, Almanaque de Lembranças e no Almanaque das Senhoras (Lisboa, 1882). 

Trabalhou como professora da segunda cadeira de meninas na freguesia do Espírito Santo e dedicou-se à criação de textos poéticos, teatrais e infantis. Mudou-se para Lisboa e lá reuniu cerca de sessenta histórias num volume em prosa e verso, que publicou com o título Contos Infantis em parceria com a irmã, a também escritora e dramaturga Júlia Lopes de Almeida, com o intuito de incentivá-la a uma estreia como romancista. A obra adquiriu ampla notoriedade, sendo difundida nas escolas em sucessivas edições.

Em 1911 a comissão da Academia Brasileira de Letras, no uso da 5ª cláusula do contrato de exploração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, encarregou-se do julgamento de peças inéditas de autores nacionais para serem levadas à público, com proventos do município. Entre as cinco finalistas estava a sua peça Expiação, constituída de um prólogo e três atos, além de Não Matarás (da irmão Julia Lopes de Almeida), O Canto Sem Palavras (Roberto Gomes), O Sacrifício (Carlos Góis) e Flor Obscura (Lima Campos). Expiação estava sob a direção de Eduardo Victorino quando foi preterida, em agosto de 1912, pela companhia subvencionada durante o preparativo de ensaios, que alegou falta de recursos.

Traduções de obras de teatro:

1880 - O Primeiro Pecado de Margarida, de Henri Murger, publicada na Revista Brazileira; 1906 - A Terrina, comédia em 1 ato de Ernesto Hervelly (1907), publicada no Almanaque do Teatro, RJ; 1907 - As Duas Dores, drama de François Coppée.

Obras de teatro da sua autoria: 1907 - A Virgem de Murillo (drama em verso); 1910 - Expiação.

Fontes: 

https://en.wikipedia.org/wiki/Adelina_Lopes_Vieira

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior.




Adolfina Portela Bonapace - Rio de Janeiro

(? - ?)




Nasceu em algum momento da primeira metade do século XX e sua data de falecimento é desconhecida. Foi romancista, professora e teatróloga. Foi uma das seis autoras figurando dentro de um total de 23 autores do Teatro Duse, o primeiro teatro-laboratório do Brasil, que existiu de 1952 a 1958.

Obras:

“O Romanceiro da Inconfidência: Meditação sobre o destino do homem”, ensaio publicado pela Livraria São José, 1974. Trata-se de um estudo sobre a obra poética Romanceiro da Inconfidência, Tomás Antốnio Gonzaga, de Cecília Meireles, abrangendo semântica, processo narrativo e linguagem poética. O ensaio foi apresentado como dissertação à Faculdade de Letras da UFRJ para obtenção do grau de mestre.

Isa, romance, 1952.

Para o teatro escreveu “O preço da paz”, uma fantasia em três atos. O espetáculo estreou no Teatro Serrador, com os alunos do Teatro do Estudante, em 25 de março de 1955. Um ano depois, foi reapresentado no Teatro Duse. Inspirada na vida da figura bíblica Maria Madalena, a peça, segundo a crítica em geral, não obteve bons resultados em sua escrita e direção. Um dos primeiros a expor sua opinião foi o crítico Mario Nunes, que concluiu que a peça chegara às vias da monotonia, como afirmou para o Jornal do Brasil: “Escolheu a jovem escritora Adolphina Bonapace Portela gênero difícil para sua estreia nas letras teatrais, dificuldade que se estendeu ao diretor da representação, o regista José Maria B. de Paiva, estreante por sua vez neste mister. O teatro enfático, por sua natureza convencional, exige para a sua aceitação a alta excelência do texto, permitindo a movimentação expressiva, digamos, pelo menos psicológica, dos personagens. Se tal não se dá, resvala para a monotonia. Foi o que se observou no Duse, com O preço da paz. Os resultados para a autora, que só havia escrito outros gêneros literários, pareceram não muito favoráveis, apesar de a crítica reconhecer qualidades para o desenvolvimento futuro de sua carreira, como afirmou J. Guimarães: Mas o teatro não deve ser apenas lido e sim representado, exige não raro uma economia de linguagem que, mesquinha no papel, se engrandece e emociona quando transportada para o palco. Há palavras demais na peça que vimos no Duse, embora todo este excesso não esconda as qualidades e o valor da autora estreante”.

Fonte: https://www.funarte.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Teatro-Duse_Web.pdf



Alda Garrido - São Paulo

(1896 - 1970)





Alda Palm Garrido foi um dos grandes nomes do teatro de revista do país, criadora de um estilo próprio de interpretar e de transformar o texto por meio de improvisos que, segundo Pedro Bloch, eram ações premeditadas e cuidadosamente estudadas.

Estreou no palco em 1912, aos 16 anos, no Teatro Rival, com a peça "Das Cinco Às Sete", de Joracy Camargo.

Aos 19 anos, formou com o marido, o ator Américo Garrido, a dupla Os Garridos, fazendo duetos até 1920, em São Paulo. Mudaram-se para o Rio de Janeiro e organizaram uma companhia para o Teatro América, estreando com Luar de Paquetá, de Freire Jr., 1924. 

Em 1921 montou com seu marido uma companhia, alcançando sucesso em todo o Brasil. A dupla recebeu convite para trabalhar com o empresário Pascoal Segreto, atuando em peças como Ilha dos Amores, Quem Paga É o Coronel, ambas de Freire Jr., Francesinha do Bataclan, de Gastão Tojeiro - todas em 1926. Foi escolhida como a Rainha das Atrizes em 1928.

Em 1940 fez sua estreia no cinema, no filme E o Circo Chegou, dirigido por Luiz de Barros. Nessa década, o sucesso que a atriz obteve a fez manter desde então uma dupla atuação profissional: de um lado as comédias de costume que montava em sua própria companhia com produção do marido; de outro, os contratos com os empresários do teatro de revista. Mas aos poucos os espetáculos de sua companhia acabaram se rendendo ao sucesso do teatro musicado, como em Brasil Pandeiro, 1941, com texto de seu autor favorito, Freire Jr., em parceria com Luiz Peixoto, uma dupla das mais requisitadas no gênero revisteiro.

Em 1953 atuou no maior sucesso da sua carreira como atriz: "Dona Xepa", de Pedro Bloch, sendo encenada mais de 500 vezes e que mais tarde chegaria à televisão e ao cinema.

Abandonou a carreira em 1965 com a peça "Entre Louras e Morenas", mas em 1970 revolveu retomá-la com "Maria Fofoca". No entanto, faleceu antes da estreia, em 8 de Dezembro de 1970, no Rio de Janeiro, aos 74 anos.

Como dramaturga escreveu: O marreco vem aí (1938); A Gilda do Barreto (s/d); Chuvisco (s/d); Manifestação a Chica da rendada (s/d); Viúva do senador (s/d) (co-autor Henri).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alda_Garrido



Alice Bezerra - ?

(nascimento? - falecimento?)




Alice Bezerra de Araújo Martins nasceu na primeira metade do século XX, no interior do nordeste brasileiro. Foi professora até a década de 90 no distrito de Xucuru Belo Jardim, PE. Além de cumprir a pauta exigida pelo ofício de professora, dedicava-se ao teatro. Escrevia (ou adaptava) textos, compunha músicas e arranjos, conduzia as audições para escolha de elenco e pensava em todos os detalhes para levar os espetáculos ao público.

Gozava de reconhecimento público e tinha grande capacidade de mobilizar a comunidade para atuação em suas montagens com confecção dos cenários, guarda-roupa e equipamentos necessários à apresentação dos espetáculos. Todos que trabalhavam em suas peças eram voluntários. 

Costumeiramente arrancava risos, aplausos e tinha seu nome circulando entre as rodas de conversas, recebendo elogios como inteligente, criativa, sabida - estes adjetivos ajudaram a consolidar seu prestígio perante a comunidade. Além disto, a receita arrecadada com a apresentação dos espetáculos e patrocínios era revertida para obras com reforma nas igrejas católicas locais. 

Fragmento do texto “Revezes da sorte”, (1969), a fala de uma das personagens: “Não mereço a proteção deste lar. D. Alzira e sua filha foram vítimas do meu orgulho. Quando eu era rica desprezava os pobres e não tinha compaixão do que sofriam. Devo me submeter ao castigo do meu orgulho. Reconheço agora como fui má e suplico-lhe perdão, adeus.”

Acredita-se que sua atuação na área dramatúrgica veio do exemplo de outras professoras mais velhas que se utilizavam dos dramas, bem como a melodramaturgia circense, a literatura de cordel e as novelas de rádio.

Assistir aos espetáculos do circo e o contato com os artistas circenses eram uma proibição constante na sua vida de moça solteira e recatada. Mesmo assim, ela transgrediu as ordens e frequentou os espetáculos, aproximando-se dos artistas circenses e ouvindo suas histórias, admirando-se com seus modos independentes, suas falas livres, suas roupas coloridas e reduzidas.

Fontes:

Artigo "Narrativas Femininas sobre Dramaturgia e Docência no Interior de Pernambuco nas Décadas de 1960 e 1970", de Bernardina Santos Araújo (UFPB) e Anália Keila Rodrigues Ribeiro (UFPE).

http://itaporanga.net/genero/gt1/501.pdf



Amélia Rodrigues - Bahia

(1861 - 1926)




Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues nasceu em Santo Amaro da Purificação no dia 26 de maio de 1861  e faleceu em Salvador, 22 de agosto de 1926. Foi uma educadora, escritora, teatróloga e poetisa. Usava como pseudônimos: Dinorah, Borboleta, Zé d ’Aleluia, Marphisa, Juca Fidelis. 

Após lecionar por muitos anos, aposentou-se, mesmo assim retornou ao magistério, fundando o "Instituto Maternal Maria Auxiliadora", que mais tarde se transformou na "Ação dos Expostos".

Atuou na imprensa católica em Salvador e no Rio de Janeiro, colaborando em diversos jornais e revistas, como Cidade do Salvador, Estudante Catholico, Mensageiro da Fé e Leituras Religiosas. 

Foi uma das fundadoras da revista A Paladina. É autora dos poemas "Religiosa Clarisse" e "Bem me queres". Produziu ainda obras didáticas, literatura infantil e romances.

O governo do estado da Bahia, através da lei nº 182, de 20 de outubro de 1961, criou o município de "Amélia Rodrigues", em sua homenagem.

Peças que escreveu: Borboleta e Abelha, drama em 3 atos, 1924; Progresso Feminino, comédia em 1 ato, 1921; Fausta, drama em 4 atos (representada em Santo Amaro, BA); Filho Adotivo, drama em 3 atos; Almas Sertanejas, drama; No campo da Imprensa, farsa (encenada na Bahia); A Natividade, drama sacro.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9lia_Rodrigues

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Ana Facó - Ceará

(1855 - 1926)




Foi romancista, poetisa, contista, dramaturga e educadora. Nasceu em Beberibe em 10 de abril de 1855. Fixou-se em Fortaleza, onde faleceu em 22 de junho de 1926. Ocupou a cadeira número 6 como patrona na ala feminina da Casa Juvenal Galeno, foi biografada nos livros Mulheres do Brasil e Resquícios de Memórias.

Como educadora, foi diretora do primeiro Grupo Escolar de Fortaleza em 1907, cargo que exerceu até aposentar-se em 1913. Hoje, é tida pelos pesquisadores e historiadores como uma revolucionária pedagógica, pois sua metodologia aplicava a arte como forma de passar conhecimento, como música. 

Como escritora, assim como outras de seu período, Ana Facó desculpava-se pelo que escrevia. Depois de décadas silenciadas, escrever exigia coragem e astúcia, e pedir desculpas, como que assumindo que seus escritos não eram bons o bastante (se comparados aos dos homens) talvez fosse uma forma de se resguardar das críticas vindas dos homens.

Obras literárias:

1907 - “Rapto Jocoso”, romance no formato de folhetim publicado no Jornal do Ceará sob o pseudônimo Nitio-Abá que, segundo a autora, significava Ninguém na língua tupi-guaraní. Conta a história de amor entre Dunamira, moça sertaneja de uma família pobre, e Reinaldo, também proveniente de uma família humilde. Surge então outro pretendente à mão de Dunamira, Antônio, mais velho do que ela, mas com mais recursos financeiros do que Reinaldo. No entanto, Dunamira prefere a juventude e o amor de Reinaldo. Inconformado, Antônio acaba raptado-a com o consentimento dos pais da moça, que viam nesse casamento muitas vantagens financeiras para a família inteira. Na época, uma moça roubada perdia sua pureza e ficava mal falada, assim Dunamira é forçada a se conformar, e se casa com Antônio. Apesar do final conservador que a história apresenta, com a protagonista rendendo-se à vontade da família e às conveniências econômicas e sociais, o romance também mostra a mocinha tentando decidir sua própria vida no início da história ao deixar claro sua preferência por Reinaldo.

1907 - “Nuvens”, romance que aparece primeiramente como folhetim no Jornal do Ceará.

Os dois romances acima citados só foram publicados em formato de livro depois da morte de Ana Facó, já no final da década de 1930, oito anos depois de sua morte.

1937 - “Poesia”, livro póstumo que reúne sua produção poética.

“Minha Palmatória”, livro infantil.

“Páginas Íntimas”, livro de memórias.

Para o teatro, ela escreveu o texto infantil “Comédias e Cançonetas”, de 1937.

Fontes:

Entre Mulheres, História e Literatura: A Escrita feita por mulheres em Fortaleza no Século XIX. Régia Agostinho da Silva.

http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300906599_ARQUIVO_ENTREMULHERES31.pdf

https://www.youtube.com/watch?v=zza3cH8i-gY



Anália Emília Franco Bastos - Rio de Janeiro

(1853 - 1919)




Foi dramaturga, educadora, editora de revistas, jornalista, poetisa, escritora e filantropa.

Foi responsável por fundar mais de 70 escolas, 23 asilos para crianças órfãs, dois albergues, uma colônia regeneradora para mulheres, uma banda musical feminina, uma orquestra, um grupo dramático, além de diversas oficinas para manufatura em 24 cidades.

Anália foi de muita importância para a defesa da igualdade étnica, à educação livre e popular, à alfabetização, à mudança no sistema de ensino e ao combate do patriarcalismo por meio da profissionalização e da possibilidade de participação da mulher em âmbito social, elevando-a a uma posição de igualdade perante os homens e dando-lhe autonomia.

Além do seu trabalho social, também possuía uma extensa lista de obras didáticas e produções literárias: poemas, como como "Hino a Deus", "Hino a Ana Nery"; "Hino a Jesus"; "Minha Terra"; o livro "O Novo Manual Educativo", sobre o processo pedagógico; três romances: "A Égide Materna", "A Filha do Artista" e "A Filha Adotiva".

Escreveu várias peças que encenava nos teatrinhos das suas instituições. Alguns títulos são: “A Escolinha”, em 1 ato; “A Feiticeira”, drama em três atos; “A Caipirinha”, comédia em 1 ato.

Em suas produções literárias, sempre ressaltava a importância da educação para todos como uma forma de progresso ao Brasil e da libertação da mulher, para torná-la independente, principalmente quanto ao papel de mãe e esposa imposto pela sociedade, além de sempre declarar suas convicções sociais e políticas diante dos assuntos da época.

Em 1898, Anália Franco criou sua própria revista, intitulada "Álbum das Meninas", publicação mensal literária e educativa voltada às jovens brasileiras, levando ao público matérias jornalísticas, poesias e literatura, com romances publicados em episódios, por exemplo. Grande parte do conteúdo era produzido pela própria Anália, que também recebia a ajuda de outras colaboradoras. A revista abordava temáticas que diziam respeito às mulheres pobres, negras e/ou marginalizadas. A publicação também incentivava a leitura com o objetivo de despertar novos talentos femininos. Em algumas edições, Anália chegou a fazer um apelo direto aos pais sobre a importância deles investirem na educação das filhas para que elas aprendessem mais do que ler e escrever. A revista circulou até meados de 1901

Em 1903, passou a publicar “A Voz Maternal”, revista mensal com tiragem de 6 mil exemplares, o que era um número expressivo para a época.

Em 1919, foi vítima da gripe espanhola de 1918, que se espalhou durante a Primeira Guerra Mundial e chegou ao Brasil em meados de agosto daquele ano, e veio a falecer enquanto se preparava para viajar ao Rio de Janeiro para a criação de mais uma instituição, o Asilo Anália Franco, materializado depois de sua morte por seu marido, Francisco Antônio Bastos, com quem se casou em 1906.

Posteriormente, foi nomeado um bairro da zona leste de São Paulo em sua homenagem: o Jardim Anália Franco.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lia_Franco



Anamaria Nunes - Rio de Janeiro

(1950 - 2016)




Anamaria Nunes Vieira Ferreira nasceu em Niterói no dia 1 de abril de 1950 e faleceu na mesma cidade em 9 de dezembro de 2016. Foi dramaturga, diretora teatral e roteirista de televisão, cinema, vídeo e balé. 

Incentivada pelo pai a ler clássicos da literatura, sempre ganhava livros de presente. Iniciou sua carreira no teatro quando ainda cursava a Faculdade de Letras na Universidade Federal  Fluminense. 

Seus textos se caracterizam pela linguagem inteligente e bem-humorada, e ela é citada na Enciclopédia Barsa como revelação em Dramaturgia 1988 e no livro “Teatro Brasileiro – um panorama do século XX”, de Clóvis Levi, publicado em  1997.

Para a televisão, foi colaboradora dos roteiros das novelas A Escrava Isaura (Record, 2004) e Prova de Amor (Record, 2005), e escreveu a versão brasileira de Cristal (SBT, 2006), telenovela venezuelana de Delia Fiallo. Além disso, escreveu também episódios do Você Decide, (Globo, 1992–2000).

Para o teatro, escreveu e adaptou as seguintes peças:

1984 - “Numa e Ninfa” - adaptação do texto de Lima Barreto, sátira política montada pelo Grupo Mostrai que Mostrais, da UFF, sob a direção de da autora.

1986 - “Geração Trianon”, montado pelo grupo Tapa em 1988 e pelo qual recebeu o Prêmio Shell de Melhor Autora. Em 2002, esse espetáculo foi dirigido por Marco Antonio Braz, dentro do Projeto de Formação de Público da  Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo, tendo enorme aceitação do  público. 

1986 - “Hanzel and Grethel” - adaptação do  libreto da ópera, o que rendeu ao diretor do grupo “Tapa”, Eduardo Wotzik, o prêmio Mambembe de direção. 

1987 - “O Homem que Sabia Javanês” - adaptação para o teatro do texto de Lima Barreto em homenagem ao seu centenário.

1987 - “O Tambor e o Anjo” - revive fatos históricos acontecidos nos anos 60, misturando delírios e memórias da personagem principal. Uma das características marcantes desta peça está em seu diálogo com a peça Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues. A primeira montagem foi feita em 1987 sob a direção de Anamaria Nunes, assim, sua estreia aconteceu no Teatro Leopoldo Fróes, em Niterói. O espetáculo foi também montado pelo Tapa em 2002 e dirigido por André Garolli e Paulo Marcos. 

1987 - “João e Maria” - adaptação do conto original dos Irmãos Grimm e montada pelo Grupo Tapa, sob a direção de Eduardo Wotzik, na Casa de Cultura Laura Alvim, em 1987, e no Teatro do Sesc da Tijuca, em 1988. Posteriormente, esta peça rendeu diversos prêmios como o Minc/Inacen de Melhor Espetáculo do Ano, o Prêmio Mambembe de Melhor Direção ficou para Eduardo Wotzik, o Mambembe de Melhor Atriz para Suzana Kruger e o Mambembe de Melhor Ator para Daniel Herz. E ainda recebeu três indicações ao Mambembe de figurino, cenário e um especial para Anamaria Nunes.

1994-1995 - “Drogas, sexo e rock’n roll” - espetáculo composto de quatro monólogos e destinado ao público jovem, sendo apresentado em várias escolas e destinado à prevenção contra drogas e sexo inseguro entre os jovens.

1995 - Clóris, a mulher moderna - comédia em forma de monólogo interpretada por Stella Freitas, atriz experiente e conhecida por meio da TV brasileira, e direção de Edwin Luisi, outro grande nome da TV brasileira.

1988 - “João sem medo” - adaptação do conto homônimo dos Irmãos Grimm, um musical infantil montado pelo grupo Os Atores da Truanesca, sob a direção de Marcos Ácher, no Teatro Ziembinsky. Além de ter sido destaque na Revista Veja como um dos dez melhores espetáculos do ano, também recebeu uma indicação ao Prêmio Coca-Cola de Melhor Cenário.

1988 - “O Boto e o Raio de Sol” - espetáculo infantil que teve a direção de José Roberto Mendes, tendo sido apresentado no Teatro da Cidade.

1989 - “O Pássaro Azul” - adaptação da peça escrita pelo dramaturgo belga Maurice Maeterlinck em 1908. A adaptação de Anamaria Nunes foi montada em 1989 sob a direção de Eduardo Wotzik. Também foi apresentada no Teatro Villa Lobos em 1990, tendo recebido o prêmio Minc/Inacen de Melhor Espetáculo do ano de 1989. O diretor Eduardo Wotzik recebeu o Prêmio Molière de Incentivo ao Teatro, Vicentina Novelli recebeu o Prêmio Coca-Cola de Melhor Produção, e ainda recebeu o Mambembe de Melhor cenário, produção e iluminação. 

1990 - “Nos Tempos da Opereta” - representada pelo grupo Tapa e com direção de Eduardo Wotzik.

1996 - “Doidas Folias” - uma homenagem à classe teatral da época do teatro de revista. A peça ficou em cartaz no Teatro Ipanema, consequentemente dois anos mais tarde, a mesma peça foi selecionada para representar o Brasil na Biennale Théâtre Jeunes Publics em Lyon, na França, tendo se apresentado com grande sucesso de público e de crítica, em junho de 1997.  

1997 - “Don Quixote de La Mancha” - adaptação da obra de Cervantes, que com direção da autora virou musical infantil. Sua primeira montagem foi feita pela Tropa Fandanga, turma de formandos da Escola Martins Pena, em dezembro de 1997. Um ano depois, a Cia. Andante de Repertório fez nova montagem. Esse espetáculo conquistou diversas indicações e prêmios. Durante o VII Festival Nacional de Teatro Isnard de Azevedo, em Florianópolis, a peça rendeu dois prêmios e recebeu indicação ao prêmio de Melhor Espetáculo e Melhor Direção para Anamaria Nunes. Durante o I Festival Regional de Teatro de Nova Friburgo, a peça recebeu nove prêmios, entre eles o de Melhor Espetáculo e o Prêmio de Melhor Direção para Anamaria Nunes. Foi o segundo espetáculo mais vendido dentre os 45 espetáculos da Mostra Fringe, do Festival de Curitiba. Durante o Festival Internacional de Teatro de São José dos Campos (FIT 2000), o espetáculo recebeu mais outros seis prêmios, entre eles o de Melhor Direção para Anamaria Nunes. Naturalmente, no mesmo festival, o espetáculo recebeu mais quatro indicações, entre elas a de melhor texto para Anamaria Nunes. 

1996 - “Crônicas Pantagruélicas do Infame Rabelais” -  adaptação do texto A Vida de Gargantua e Pantagruel, de François Rabelais. O espetáculo foi montado pelo Grupo Tribo de Araribóia sob a direção de Anamaria Nunes, e apresentado no Teatro Municipal de Niterói e no Teatro Glauce Rocha, no Rio. Esse mesmo texto foi selecionado para representar o Brasil no Ano Brasil-França pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. 

1998 - “Pânico nos bastidores” - comédia-dramática em co-autoria de Lúcia Cerrone, direção de Anamaria Nunes e Marisa Alvarenga.

1999 - “A Era do Rádio, Saudades do Brasil”, um musical sobre a Rádio Nacional durante a década de 1950 e também dirigido pela própria autora. Nunes o escreveu e montou na época em que morou em Carmo, uma pequena cidade do Rio de Janeiro, onde montou um grupo de teatro amador, fazendo grande sucesso e revolucionando a pacata vida cultural do lugar, chegando a fazer uma única apresentação do espetáculo para mil pessoas no Estádio de Futebol da cidade e arrecadando uma tonelada de alimentos não  perecíveis que foram distribuídos a entidades carentes do município. 

2007 - “Valente!” - musical dramático que fala sobre a última hora de vida de Assis Valente, em companhia de Madame Satã.

2008 - Casa de Laura - sobre a Casa de Cultura Laura Alvim, uma benemérita que lutou pelo sonho de transformar a sua casa em Ipanema num centro cultural e na  década de 80 transformou o teatro em uma experiência inovadora.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Anamaria_Nunes

A Dramaturgia de Anamaria Nunes: Geração Trianon, por Fabrizzi Matos Rocha, São Paulo, 2007

A produção cultural de Anamaria Nunes, por Fabrizzi Matos, 2020



Andradina de Oliveira - Rio Grande do Sul

(1864 - 1935)




Andradina América de Andrade e Oliveira nasceu em Porto Alegre em 12 junho de 1864 e faleceu em São Paulo, SP, 19 junho 1935. Foi professora, contista, dramaturga, romancista, poetisa, jornalista, biógrafa.

Numa época em que as jovens viúvas desamparadas criavam seus filhos cozinhando ou costurando, Andradina de Oliveira, professora formada pela Escola Normal de Porto Alegre, hoje Instituto de Educação General Flores da Cunha, após a morte precoce do marido e com dois filhos pequenos, lecionava para sustentar a família.

Em Bagé, 1898, fundou e dirigiu o jornal literário feminino Escrínio, transferindo-o em 1901 para Santa Maria (onde foi diretora de um colégio), e em 1902 para Porto Alegre.

Escreveu vários artigos e conferências sobre a condição da mulher, além de biografias de várias escritoras gaúchas, que publicou em 1907 como a primeira série de uma obra intitulada A Mulher Riograndense. A maior parte da sua produção literária e jornalística foi dedicada aos direitos da mulher. Destaca-se, nessa linha, a coletânea de ensaios Divórcio?, 1912, que defende o divórcio "pleno", para dar uma nova chance às mulheres subjugadas por casamentos infelizes. A obra lhe custou a perseguição da Igreja Católica. A discriminação que sofreu levou-a a sair de Porto Alegre com a filha, a pintora e poeta Lola de Oliveira, passando por Montevidéu, Buenos Aires, Assunção, Cáceres (MT) e Cuiabá. Nesse período, dava palestras remuneradas e vendia seus livros, enquanto Lola dava aulas de pintura e vendia suas telas.

Em 1910, publicou o romance O Perdão, reeditado em 2010 com organização da professora Rita Schmidt e de colaboradores. Na obra, descreve a Porto Alegre da Belle Époque, fazendo menção às inovações tecnológicas, como telefone, eletricidade, carros e bondes, e seu impacto na vida da cidade.

Em 1920, mãe e filha se estabeleceram em São Paulo, Jaú, Andradina morreu em 1935, com problemas mentais.

É patrona da cadeira 11 da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Su.

Obras teatrais:

“O sacrifício de Laura” (drama que escreveu aos 13 anos e foi musicado por Assis Pacheco, em prólogo e 3 atos, e representado em 1891); “Você me conhece?” (comédia encenada no Rio Grande, RS, 1899); “Antonio Conselheiro” (ou A Guerra de Canudos, drama histórico em 9 quadros escrito em 1900 e representado em Porto Alegre, RS, 1902); “Viúva e Virgem” (drama); “Berço Vazio” (drama); “À Crise” (revista).

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Andradina_de_Oliveira

https://www.clicrbs.com.br/pdf/16861876.pdf

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Anna Aurora do Amaral Lisboa - Rio Grande do Sul

(1860 - 1951)




Nascida em 24 de setembro de 1860 na cidade de Rio Pardo, foi professora, poeta, dramaturga, jornalista e feminista, publicando sob os pseudônimos Aura Lis, Rosa Amaral e José Anselmo.

Tinha 11 irmãos e foi a última sobrevivente. Quando menina fez votos de pobreza. Sempre pediu a Deus que a fizesse morrer por último, pois era possuidora de grande energia e força moral. Brilhou pela sua inteligência e saber, com elevados dotes morais.

Defendeu o direito ao voto para as mulheres, fundou a Sociedade Sempre Viva, integrou o Grêmio Rio-Pardense e liderou campanha pela construção de escolas em Rio Pardo.

Colaborou assiduamente nos jornais Correio do Povo, A Reforma, O Patriota, Tribuna do Povo e nos Almanaque Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul e Almanaque Popular Brasileiro.

Ela com suas irmãs Zamira e Carlota nunca se casaram, pois preferiram se dedicar à lecionar. Em 1893, fiindou em Rio Pardo, junto com sua irmã Zamira, o Colégio Amaral Lisboa, dirigindo-o até 1924. Sob o lema “Recreio, Instrução e Caridade, ali também criou e dirigiu por muitos anos a Sociedade Sempre Viva, formada exclusivamente por senhoras e moças. Trabalhou 55 anos e três gerações passaram por ela. Fez seus estudos em Porto Alegre, ingressando na antiga Escola Normal no ano de 1879.

Como escritora e poetisa deixou diversos trabalhos, além de peças de teatro, algumas dedicadas à infância. Em 1950 foi alvo de expressiva homenagem, recebendo por intermédio da Rádio Nacional do Rio de Janeiro o prêmio "Honra ao Mérito".

Suas obras teatrais: "A culpa dos pais" (drama em 3 atos, 1898);  "A calúnia" (drama em 3 atos representada em Rio Pardo e Porto Alegre, RS); "As vítimas do jogo" (drama em 3 atos escrita em 1900 representada em Rio Pardo e Porto Alegre, RS); "Pela pátria" (drama em prólogo, 2 atos e epílogo representada Rio Pardo, RS); "Quem tudo quer…" (comédia em 1 ato representada em Rio Pardo, RS); "Uma cena dramática" (Não saber ler ou Pedro e Antônio, 1916); "Festinhas escolares" (comédias, diálogos e monólogos, 1924, publicada sob pseudônimo José Anselmo).

Fonte: http://escolaamaral.pbworks.com/w/page/19229534/anaaurora



Anônima e Ilustre Senhora da Cidade de São Paulo

(nascimento? - morte?)




Em 1945, o professor Antônio Soares Amora descobriu, em Portugal, o manuscrito do drama “Tristes Efeitos do Amor, Drama em que Fallão Pauliceia, a Prudência e a Desesperação/Na figura de huã Fúria”, datado de 1797 e assinado por essa misteriosa autora.

Fontes: 

https://www2.camara.leg.br/a-camara/visiteacamara/cultura-na-camara/arquivos/.lixeira/as-mensageiras-primeiras-escritoras-do-brasil

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Aplecina do Carmo - Rio Grande do Sul

(1895-1963)




Aplecina Conrado do Carmo foi dramaturga, poetisa, desenhista e tradutora. Atuou também nas artes plásticas como desenhista e pintora.

Ela nasceu em São Luiz Gonzaga e mudou-se para São Paulo, onde atuou não só no campo literário, mas também como desenhista, ilustrando o Boletim do Centro Gaúcho, além de vários livros de escritores e poetas, inclusive o de versos regionalistas, “Cantares de minha terra”, escrito por seu marido Manoel do Carmo (1891-1951), também escritor, jornalista e dramaturgo. 

Ela escreveu várias peças teatrais, algumas em co-autoria com o marido. Pertenceu ao Instituto Brasileiro de Cultura.

Peças de teatro que escreveu: No mundo das Bonecas;  Mulheres ignorantes (comédia em verso representada em São Paulo); Para os nossos bebezinhos; Um pedaço da vida (drama); Fernando (drama em verso); Companheiras; Mistérios do silêncio; Para além; O espelho de cristal.

Fontes: O Florete e a Máscara, Josephina Alvares de Azevedo - Dramaturgo Século XIX, Dissertação de Mestrado de Valeria Andrade Souto-Maior.

https://core.ac.uk/download/pdf/30357387.pdf



Beatriz Francisca de Assis Brandão - Minas Gerais

(1779 - 1868)




Nasceu em Ouro Preto, no dia 29 de julho de 1779 e faleceu no Rio de Janeiro em 05 de fevereiro de 1868. Foi professora, poetisa, dramaturga, tradutora e compositora. Usou o pseudônimo D. Beatriz e destacou-se pela fuga dos padrões femininos da época, durante o Segundo Reinado.

Sua família, oriunda da Normandia que, mais tarde, migrou para Portugal, possuía ramificações em Pernambuco e em Minas Gerais, e desenvolveu relações próximas com a Família Imperial. 

Dedicou-se ao estudo de italiano e francês, o que a levou a uma posição de destaque como tradutora. Dirigiu, em Vila Rica, um educandário para meninas, e participou de forma intensa na construção da literatura brasileira por meio de seus poemas.

Provavelmente, aos trinta e três anos, ela casou-se com Alferes Vicente Batista Rodrigues Alvaranga, seis anos mais novo.

A obra de Beatriz constitui grande importância para o entendimento da formação societária da época e do movimento árcade. Colaborou com os jornais Marmota Fluminense e O Guanabara. Em virtude disso, publicou os primeiros versos no jornal Parnaso Brasileiro, do cônego Januário da Cunha Barbosa, editado no Rio de Janeiro. Subsequentemente, reuniu-os num único volume e publicou-os com o título Cantos da Mocidade, no ano de 1856. Em 28 de abril de 1868, teve um artigo biográfico publicado no jornal Correio Mercantil, intitulado "Prima de Marília".

A segunda obra publicada foi Carta de Leandro a Hero, presente no segundo volume do jornal Parnaso Brasileiro, de 1832. Em 1859, a obra é republicada com o título Cartas de Leandro a Hero.

Membro por indicação da Academia Mineira de Letras desde 1910, faleceu sem publicar muitos de seus poemas e, ainda hoje, continua obscura apesar da importância que teve ao longo do século XIX.

Enfrentou desde criança a oposição do pai, devido ao seu acentuado interesse pelas letras. Foi colaboradora do jornal Marmota Fluminense e sócia de várias instituições literárias e científicas. Publicou vários livros de versos e traduções do francês e italiano.

Suas composições musicais ficaram inéditas, como também várias de suas obras literárias, entre elas as peças teatrais:

Drama à coroação de S. M. D. Pedro I; drama ao nascimento de Pedro II; Catão, tradução do drama trágico do abade Pedro Metastasio. Rio de Janeiro, 1860; Alexandre na índia, tradução da ópera; Semíramis reconhecida, tradução da ópera; José no Egito, tradução da ópera; Angélica e Medoro, tradução da ópera; Diana e Endimião, tradução da ópera; Sonho de Cipião, tradução da ópera. 

Outras obras:

Parnaso brasileiro (1831); Canto da mocidade (1856); Carta de Leandro a Hero (1856); Carta de Hero a Leandro (1859).

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Beatriz_Brand%C3%A3o

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior.



Camila Amado - Rio de Janeiro

(1938 - 2021)




Camila de Hollanda Amado nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de agosto e faleceu na capital em 6 de junho. Foi atriz, diretora, autora e  professora de interpretação. 

Era filha da educadora Henriette Amado (nascida em Londres e neta do governador da Paraíba, Camilo de Holanda) com o sergipano Gilson Amado (fundador da TVE). Foi casada com o jornalista Carlos Eduardo Martins, de quem ficou viúva em 1968. O casal teve dois filhos: a atriz Rafaela Amado e Rodrigo. Também foi casada com o ator Stephan Nercessian durante 14 anos.

No cinema, destacou-se ao participar do filme O Casamento, dirigido por Arnaldo Jabor (1976), baseado na obra homônima de Nelson Rodrigues, e pelo qual a atriz ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante e o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Gramado.

No teatro, seus maiores sucessos como atriz são a comédia As desgraças de uma criança, o clássico romântico A Dama das Camélias e a tragédia Hamlet.

Como autora de peças, escreveu Dom Quixote de la pança (1980) e fez a adaptação de Santa Joana dos Matadouros (1985).

Morreu em decorrência de um câncer no pâncreas em 6 de junho de 2021, aos 82 anos, na residência de um de seus filhos.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Camila_Amado



Camila Furtado Alves - Rio Grande do Sul

(1880 - 1962)




Nasceu em Porto Alegre no dia 30 junho de 1880 e faleceu no Rio de Janeiro em agosto de 1962. Foi professora, diplomada na Escola Normal (1905), dramaturga e conferencista. Representou o Rio Grande do Sul no Congresso da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, em 1936, Rio de Janeiro.

Como redatora do Serviço Nacional do Câncer escreveu várias conferências e novelas difundidas pelas emissoras de rádio do Rio de Janeiro. Foi membro da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul. Colaborou com O Correio do Povo e em vários outros periódicos do país. Exerceu o magistério durante vários anos no Rio Grande do Sul, onde destacou-se também como Delegada Regional de Ensino. Foi fundadora da Sociedade Rio-Grandense de Educação. 

Obras: "Os morcegos do campanário" (peça radiofônica); "As duas bandeiras"; "A divorciada".

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Carmen Dolores - Rio de Janeiro

(1852 - 1910)




Carmen Dolores (11 de março de 1852 - 16 de agosto de 1910) era o principal pseudônimo da escritora brasileira Emília Moncorvo Bandeira de Mello, sob o qual escreveu colunas semanais no jornal O Paiz, de 1905 a 1910, e no jornal Correio da Manhã, de 1907 a 1910. No entanto, ela usou outros pseudônimos durante sua carreira como escritora: Júlio de Castro, Celia Marcia, Leonel Sampaio, Mario Villar. 

Pertenceu a uma família rica e era fluente em francês e inglês e cresceu tendo como escritores favoritos Emile Zola e Eça de Queiroz, mas pouco se sabe sobre sua educação formal. 

Em 23 de dezembro de 1867, aos quinze anos, casou-se com o advogado Jeronymo Bandeira de Mello, que era um ano mais novo do que ela. O casal teve quatro filhos. A filha mais velha, Cecília Bandeira de Mello Rebelo de Vasconcelos (Madame Chrysanthème), também se tornou escritora. A família levava uma vida confortável e provavelmente possuíam escravos e fizeram várias viagens à Europa.

Tudo começou a mudar em 1890, quando ela tinha 34 ano e ficou viúva. Sofreu severas perdas financeiras, e tinha de cuidar de seus filhos sozinha. Sua situação econômica a obrigou a começar a ganhar a vida com seus escritos. Escreveu diferentes gêneros literários, como crônicas, contos, críticas literárias, ensaios, peças teatrais e também um romance.

Uso dos pseudônimos: Em 1897, ela publicou uma coleção de contos, “Gradações: páginas soltas”, sob o pseudônimo Carmen Dolores. Entre 1898 e 1903, publicou contos e críticas literárias no jornal O Paiz sob o pseudônimo de Júlio de Castro. Entre 1904 e 1905, sob o pseudônimo de Celia Marcia, escreveu uma coluna semanal em francês, Lettres d'une brésilienne, no jornal L'Etoile du Sud. Entre 1904 e 1906, escreveu também para jornais no Maranhão, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, sob o pseudônimo de Leonel Sampaio. Finalmente, ela escreveu dois contos sob o pseudônimo de Mario Villar: "Impressões", em 1899; e "Notas de um Errante", em 1906.

Os livros de Dolores foram bem recebidos no Brasil durante sua vida, mas alguns críticos (masculinos) acharam que seu estilo era muito "masculino", e argumentaram que ela tratava de temas considerados inadequados para uma mulher na época. Ela e a escritora Maria Benedita Bormann são consideradas as duas principais escritoras representativas do naturalismo na literatura brasileira. Como escritora de contos, Dolores também é comparada a João do Rio, devido à forma como ambos escreviam sobre o que é convencionalmente chamado como a Belle Époque brasileira. No entanto, Carmen Dolores permaneceu esquecida até meados dos anos 80, quando sua obra finalmente começou a ser redescoberta pelas feministas brasileiras.

Ela defendia a reforma educacional no Brasil e, em particular, o acesso das mulheres à educação formal, para que elas pudessem não só se tornar melhores esposas e mães, mas também serem capazes de desenvolver plenamente suas habilidades intelectuais e se tornarem independentes de seus maridos. Também defendeu o direito à igualdade de remuneração entre homens e mulheres, e criticou a ideia de que a maternidade era a única vocação da mulher, assim como o estereótipo segundo o qual as escritoras eram vistas como péssimas esposas e mães "masculinizadas". Assim como Maria Benedita Bormann e Júlia Lopes de Almeida, Carmen Dolores também lutou contra a forte oposição social contra as mulheres que ousavam ganhar dinheiro como escritoras e viver de suas canetas, assim como contra os duplos padrões morais aplicados a homens e mulheres na época.

Também defendeu a separação entre Igreja e Estado no Brasil, foi uma feroz crítica do clero e aderiu à campanha pela introdução do direito ao divórcio no Brasil.

Entretanto, Carmen também tinha um lado muito conservador, particularmente no que dizia respeito à liberdade sexual das mulheres. Ela condenava que as meninas de seu tempo pareciam estar mais interessadas em sair, comprar novos vestidos e flertar com os meninos do que em estudar ou se tornar melhores esposas e mães. Ela também se opôs ao regime republicano, apoiou a monarquia e se opôs ao sufrágio feminino.

Emília publicou sua última coluna no jornal O Paiz, dois dias antes de sua morte. Ela morreu de peritonite aguda, em 16 de agosto de 1910, com a idade de 58 anos.

Uma das peças que escreveu foi "Desencontro", representada no Teatro João Caetano, RJ, em 1908.

Fontes:

https://theblankgarden.com/2020/02/23/carmen-dolores-emilia-moncorvo-bandeira-de-mello/

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Carolina Wanderley - Rio Grande do Norte

(1891 - 1975)




Professora, poetisa e dramaturga, Maria Carolina Wanderley nasceu em Açu, em 04 de janeiro de 1891 e faleceu em  25 de agosto de 1975, em Natal. Carolina nasceu em 1891, filha de Luiz Carlos Lins Wanderley e Maria Amélia Wanderley, era meia-irmã de Ezequiel Wanderley. 

Diplomou-se professora pela Escola Normal de Natal, em 1911, e começou a dar aulas no Grupo Escolar Frei Miguelinho (hoje Instituto Frei Miguelinho).

Foi membro da Academia Norte-Riograndense de Letras. Era prima da poeta Palmira Wanderley, com quem fundou a revista Via-láctea (1914-1915), referência em revista feminina. Participou de antologias e colaborou em diversos periódicos da cidade de Açu e Natal, entre eles: A República, A Cigarra, Alphabeto, Juriti, Diário de Natal e Revista Canjica. 

Lançou dois livros de poemas, “Alma em Versos”, em 1919, e “Rimário Infantil”, em 1926. Grande parte de sua produção continua inédita.

Obras de teatro: Ao Espelho (monólogo); o entreato Escudo do Rio Grande do Norte; e o musical Escolar. Entre seus dramas encontramos Neste dia, Ardores em Festa, Infantis, As Cinco Zonas, O Chapéu de Plumas, A Mentira, O Prisioneiro e Dezenove de Novembro.

Fontes:

https://www.nataldasantigas.com.br/blog/dramaturgos-do-rio-grande-do-norte

https://literaturapotiguar.blogspot.com/?view=magazine

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Cecília Meireles - Rio de Janeiro

(1901 - 1964)




Foi membro da Academia Norte-Riograndense de Letras. Era prima da poeta Palmira Wanderley, com quem fundou a revista Via-láctea (1914-1915), referência em revista feminina. Participou de antologias e colaborou em diversos periódicos da cidade de Açu e Natal, entre eles: A República, A Cigarra, Alphabeto, Juriti, Diário de Natal e Revista Canjica. 

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro no dia 7 de novembro de 1901 e faleceu na mesma cidade em 9 de novembro de 1964 em decorrência de um câncer no estômago. Foi jornalista, pintora, poeta, tradutora, escritora, dramaturga e professora. 

É um nome canônico do modernismo brasileiro, uma das grandes poetas da língua portuguesa e é amplamente considerada a melhor poeta do Brasil. Como poeta, seu estilo era principalmente neo simbolista e seus temas incluíam tempo efêmero e vida contemplativa. Embora não se preocupasse com a cor local, o vernáculo nativo ou os experimentos em sintaxe (popular).

Cursou o ensino fundamental na Escola Municipal Estácio de Sá, onde, ao concluir o curso em 1910, recebeu das mãos de Olavo Bilac, inspetor da escola, uma Medalha de Ouro Olavo Bilac pelo esforço e excelente desempenho "com distinção e louvor". Nessa época, já demonstrava paixão por livros, chegando a escrever seus primeiros versos. Também demonstrava interesse pela música, o que a levou estudar canto, violão e violino no Conservatório Nacional de Música, pois sonhava em escrever uma ópera sobre o Apóstolo São Paulo. No entanto, posteriormente, acabou se dedicando à literatura.

Em 1917, aos dezesseis anos de idade, formou-se na Escola Normal do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, onde teve como professores o historiador Basílio de Magalhães, a escritora infantil Alexina Magalhães Pinto e o poeta Osório Duque-Estrada. No ano seguinte, ela começou a lecionar. Como professora, promoveu a necessidade de reformas educacionais e defendeu a construção de bibliotecas infantis. Entre 1935 e 1938, lecionou na universidade de curta duração do distrito federal do Rio de Janeiro.

Em 24 de outubro de 1922, já tendo publicado o seu livro de estreia, casou-se com o pintor, desenhista, ilustrador e artista plástico português Fernando Correia Dias, que havia se mudado para o Brasil em abril de 1914, radicando-se no Rio de Janeiro. A união dos dois gerou três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda. Além disso, a união com Correia Dias proporcionou à escritora um contato com o movimento poético em Portugal, no início do século XX, do qual Fernando Pessoa fez parte, e uma parceria na ilustração de sua obra. Porém, o casamento com o ilustrador não foi fácil: o casal passou por grandes dificuldades financeiras e o preconceito da época prejudicou o artista plástico e a professora.

Naquela época, além de lecionar, Cecília Meireles manteve uma página diária sobre educação no Diário de Notícias. Também se encontra colaboração da sua autoria na revista luso-brasileira Atlântico.

Preocupada com a qualidade do ensino e a escassez de livros didáticos, Cecília escreveu livros para escolas primárias e publicou em 1924 o livro infantil Criança, Meu Amor, com prosas para o ensino fundamental, que foi adotado pela Diretoria Geral da Instrução Pública do Distrito Federal e aprovado pelo Conselho Superior de Ensino do Estado de Minas Gerais e Pernambuco, entrando na lista de leitura de livros paradidáticos.

De 1935 a 1938 ela foi professora de Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária na Universidade do Distrito Federal (que era na época no Rio de Janeiro).

Como jornalista, suas colunas (crônicas) concentravam-se mais na educação, mas também em suas viagens ao exterior na década de 1940: Estados Unidos, México, Argentina, Uruguai e Chile, bem como Portugal e outras partes da Europa, Israel e Índia (onde recebeu um doutorado honorário). No verão de 1940, ela deu palestras na Universidade do Texas em Austin. Escreveu dois poemas sobre seu tempo na capital do Texas e um longo (800 linhas) poema socialmente consciente "EUA 1940", publicado postumamente.

Em 1940, ela deu um curso de literatura e cultura brasileira à Universidade do Texas em Austin (Estados Unidos). Ao longo da década, ela viaja pela América, passando pelo México e Chile e também visitando em 1944 o Uruguai e a Argentina, e publica uma obra em Boston em 1945. Em 1951, viaja à França, Bélgica, Holanda e Açores e se aposenta do cargo de diretora da Prefeitura do Distrito Federal.

Em 1953, viaja à Índia a convite do primeiro-ministro Jawaharlal Nehru e participa de um congresso sobre Gandhi em Goa. Em Nova Deli, recebe das mãos do presidente um título Doctor honoris causa por suas traduções da obra de Rabindranath Tagore. Fez uma nova viagem à Europa em 1954. Em 1958, visita Israel.

Também teve uma renomada carreira de tradutora literária, pelo que recebeu mais de um prêmio e reconhecimentos internacionais. Ela conhecia inglês, francês, italiano, russo, hebraico e dialetos do grupo indo-iraniano, tendo aprendido o sânscrito e hindi. Dentre as obras que verteu ao português, destacam-se as traduções de poemas de Rabindranath Tagore, pelo que recebeu título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Delhi na Índia, além de Charles Dickens, François Perroux, Alexandre Pushkin, Rainer Maria Rilke os livros Orlando, de Virginia Woolf, a Bodas de Sangue, de García Lorca, e antologias de poesia hebraica e chinesa, esta última constituída por poemas de Li Po e Du Fu.

Nos Açores, de onde eram oriundos os seus pais, o nome de Cecília Meireles foi dado à escola básica da freguesia de Fajã de Cima, concelho de Ponta Delgada, terra de sua avó materna, Jacinta Garcia Benevides. Após sua morte, recebeu como homenagem a impressão de uma cédula de cem cruzados novos. Esta cédula com a efígie de Cecília Meireles, lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1989, seria mudada para cem cruzeiros, quando houve a troca da moeda pelo governo de Fernando Collor.

Estas são algumas das obras publicadas por Cecília Meireles: Espectros, 1919; Criança, meu amor, 1923; Nunca mais, 1923; Poema dos Poemas, 1923; Baladas para El-Rei, 1925; O Espírito Vitorioso, 1929; Saudação à menina de Portugal, 1930; Batuque, samba e Macumba, 1933; A Festa das Letras, 1937; Viagem, 1939; Olhinhos de Gato, 1940;Vaga Música, 1942; Poetas Novos de Portugal, 1944; Mar Absoluto, 1945; Rute e Alberto, 1945; Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1948; Retrato Natural, 1949; Problemas de Literatura Infantil, 1950; Amor em Leonoreta, 1952; Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, 1952; Romanceiro da Inconfidência, 1953; Poemas Escritos na Índia, 1953; Batuque, 1953; Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955; Pistoia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955; Panorama Folclórico de Açores, 1955; Canções, 1956; Giroflê, Giroflá, 1956; Romance de Santa Cecília, 1957; A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957; A Rosa, 1957; Obra Poética, 1958; Metal Rosicler, 1960; Poemas de Israel, 1963; Antologia Poética, 1963; Solombra, 1963; Ou Isto ou Aquilo, 1964; Escolha o Seu Sonho, 1964; Crônica Trovada da Cidade de San Sebastian do Rio de Janeiro, 1965; Poésie (versão francesa), 1967; Antologia Poética, 1968; Poemas Italianos, 1968; Poesias (Ou isto ou aquilo inéditos), 1969; Flor de Poemas, 1972; Poesias Completas, 1973; Elegias, 1974; Flores e Canções, 1979; Poesia Completa, 1994; Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998; Canção da Tarde no Campo, 2001; Poesia Completa, edição do centenário, 2001, 2 vols. (Org.: Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova Fronteira); Crônicas de educação, 2001, 5 vols. (Org.: Leodegário A. de Azevedo Filho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira); Episódio Humano, 2007.

Outros textos: 1956/1964 - Gravação de poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis de São Paulo e pela autora (Rio de Janeiro - Brasil); 1965 - Gravação de poemas pelo professor Cassiano Nunes (New York - USA); 1972 - Lançamento do filme "Os inconfidentes", direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento baseado em trechos de "O Romanceiro da Inconfidência".

Homenagens: Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras, pelo livro Viagem (1938); Prêmio de Tradução de Obras Teatrais (1962); Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária pelo livro Poesia de Israel (1963); Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro Solombra (1964); Prémio Machado de Assis (1965); Sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura; Sócia honorária do Instituto Vasco da Gama (Goa); Doutora "honoris causa" pela Universidade de Delhi (Índia); Oficial da Ordem do Mérito (Chile).

No teatro, ela primeiro lançou-se como tradutora de peças de teatro no início da década de 40. Vertendo para o português obras originalmente escritas em inglês, espanhol, alemão, russo, indiano e francês. Ela inclusive dedicou-se a aprender alguns desses idiomas apenas para poder traduzir. Foram muitas as traduções: Ibsen (Peer Gynt), Tchecov (Pequenos contos), Puchkin (D. Juan, o convidado de Pedra), Maeterlinck (Pelléas e Mélisande), Lorca (Bodas de Sangue, Yerma e D. Rosita, a solteira), Tagore (O Carteiro do Rei), Casona (A Dama da Madrugada), Shaw (Santa Joana), Anouilh (Antígona), A Dama da Madrugada, de Alejandro Casona. Foi Cecília quem introduziu Garcia Lorca ao público carioca, a pedido de Dulcina de Moraes. A poeta traduziu três peças de Lorca, mas somente Bodas de Sangue foi encenada na ocasião. Em 1949 foi a vez de O Carteiro do Rei, de Rabindranath Tagore. A estreia foi no Teatro Municipal. Em 1964, ano de sua morte, ela realizou a última tradução a pedido da filha Maria Fernanda: Santa Joana, de Bernard Shaw. A peça foi encenada no Teatro Municipal após o falecimento de Cecília.

Como dramaturga, ela iniciou-se em 1946, produzindo pequenos autos para teatro de bonecos escritos a convite da educadora Helena Antipoff, diretora da Sociedade Pestalozzi. Os autos escritos por Cecília receberam cuidadoso tratamento, com músicas ao vivo, compostas e tocadas nas apresentações por Luis Cosme, um compositor gaúcho amigo de Cecília. Os cenários foram elaborados pelas próprias alunas. Dos autos acima mencionados, tem-se conhecimento apenas de dois: “Nau Catarineta” e “O Menino Atrasado”, marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro de bonecos e que foi encenada em 1947 com direção de Olga Obry e Martim Gonçalves, música de Luís Cosme.

Outras peças de sua autoria:

"Jogo de Sombras";

“O Jardim”, 1947. Texto inédito que pode ser encontrado no no Arquivo-Museu de Literatura da Fundação Casa de Rui Barbosa. Esse texto chegou a ser cogitado para ser encenado pela Companhia de Lúcio Cardoso, que havia convidado Cecília para se juntar a eles como dramaturga;

“Ás de Ouros”, 1947. Texto inédito que pode ser encontrado no Arquivo-Museu de Literatura da Fundação Casa de Rui Barbosa;

Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955;

Romance de Santa Cecília, 1957;

Oratório de Santa Maria Egipcíaca, 1957;

Conforme registro do cronista Van Jafa para a revista Manchete, no dia da morte de Cecília, nos arquivos da autora ainda existiam outras “pequenas peças” que a poeta escreveu. Delas sabemos apenas os títulos: As sombras do Rio, O vestido de plumas, Espelho da ilusão e A dama de Igughi (inspirada no teatro Nô japonês).

Fontes:

https://en.wikipedia.org/wiki/Sala_Cec%C3%ADlia_Meireles

https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/9055/9055_3.PDF



Celina Azevedo - São Paulo

(1892 - ?)




Celina Azevedo de Castro Santos nasceu em Lorena, estado de São Paulo, dia 19 de setembro de 1892, mas também viveu no Rio de Janeiro. Era poeta, teatróloga e professora. Escreveu livros didáticos e peças de teatro para crianças e adultos que foram encenadas por grupos amadores. Tinha parentesco com o famoso poeta José de Alencar e era irmã do geógrafo e autor Haroldo de Azevedo. Casou-se pela primeira vez com o poeta Álvaro de Castro Lima.

Em 1917, surgiu como poeta e começou a publicar suas poesias na revista Fon-Fon, no Rio de Janeiro, e deu início a colaborações na imprensa da cidade. Seu poema O garoto, foi incluído em Páginas Seletas e em Língua Portuguesa, utilizados nas escolas.

Em 1928, a Editora Melhoramentos publicou o Volume Scenas e Comédias, com as peças “Antes da reza”, “O casório de Neco”, “No meu tempo não era assim”, “O sonho de nenê”, “São Nicolau”, “Scenas da roça” e “O trote”.

Em 1942, lançou o livro O garoto e um punhado de versos.

Fontes:

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior

Artigo “Exclusões e Resistência no Ensino de Literatura no Brasil”, 2015, de Maria Cristina de Souza (UTFPR).

http://allaboutarts.com.br/default.aspx?PageCode=12&PageGrid=Bio&item=0304L4



Chiquinha Gonzaga - Rio de Janeiro

(1847 - 1935)




Francisca Hedviges Neves Gonzaga, nasceu no dia 17 de outubro de 1847 e faleceu no dia 28 de fevereiro de 1935. Foi dramaturga compositora, maestrina, reconhecida unanimemente como a primeira compositora popular do Brasil e uma das mais importantes figuras da nossa música popular entre 1870 e 1935. Compôs quase duas mil partituras avulsas, além de outras setenta e sete para o teatro musicado. 

Abolicionista e republicana, chegou a receber voz de prisão pela autoria de uma cançoneta crítica considerada subversiva. Em 1913, deflagra a campanha em defesa do direito autoral de compositores e teatrólogos, que culminaria com a fundação da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais em 1917.

Obras de teatro: Festa de São João, opereta (libreto e partitura) em um ato e dois quadros (1880).

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Cinira Polônio - Rio de Janeiro

(1861 ou 62 - 1938 ou 48)




Atriz, cantora e compositora, que escreveu para o teatro musicado no início do século XX, seguindo, aliás as trilhas abertas por uma outra compositora, Chiquinha Gonzaga (1847-1935 - considerada uma das mais importantes figuras da nossa música popular).

Não se pode chamar Cinira Polônio (1857-1938) de vedette, sem antes conhecer um pouco da sua história. Mulher inteligentíssima e avançada para o seu tempo recusou-se a seguir o modelo imposto pela sociedade da época e não se casou. Mesmo assim, ou exatamente por isso, teve uma vida amorosa extremamente movimentada.

Assumiu a carreira de atriz no teatro musical quando tudo ainda estava começando. Cinira foi uma das mulheres mais cultas e elegantes da época. Falava muito bem o francês e outros idiomas. Era também cantora, compositora e maestrina. Tocava harpa e piano.

Escreveu a peça de teatro intitulada “Nas Zonas”, uma burleta (comédia de costumes com números musicais, 1913) que apelidou de revuette (revistinha em francês). Compôs também as operetas “O relógio do Cardeal” e “Traço de união”. 

Fez muito sucesso nas duas primeiras décadas do século XX, ocupando o posto de primeira atriz na Companhia de Revistas e Burletas do Teatro São José. Seu nome aparecia no alto, em destaque nos programas da companhia.

Era famosa por dizer bem os textos, mas tinha voz pequena para cantar. Essa sua habilidade de diseuse, de falar bem os textos, era usada não para declamar textos clássicos, mas para ressaltar o duplo sentido, o picante das palavras no teatro de revista. Ela sabia, como ninguém, sublinhar as palavras mais picantes.

A crítica aclamava seu ar refinado, elogiando-lhe a beleza, a graça e a elegância. Cinira representou a síntese entre o erudito e o popular por reunir, em seus personagens, o refinamento e a malícia, uma elegância excitante entre a francesa e a brasileira.

Como atriz, fez comédias, operetas e burletas. E, sobretudo, encenou várias revistas de Arthur Azevedo. Nos palcos também se destacou com belíssimos figurinos e porte, principalmente nas revistas. Ela representava o ideal de uma boa parte da sociedade brasileira que gostaria de viver na Europa.

Dentre os diversos papéis que se destacou, podemos lembrar uma francesa sem-vergonha chamada Madame Petit-Pois da famosa burleta Forrobodó (1912). Pois essa personagem ia parar numa gafieira, falava um francês-português todo atrapalhado e ficava assanhadíssima com o Guarda. Prova de que o seu senso de comédia permitia dessacralizar o francês da elite. 

Apesar das interrupções para se apresentar em Portugal, atuou no teatro musical brasileiro até 1913, fazendo várias revistas de Arthur Azevedo como O Cordão; O Carioca; O Homem; Mercúrio. Também estrelou as revistas Comes e Bebes; Zé Pereira; Pomadas e Farofas; Cá e Lá; Chic-chic; Dinheiro Haja; Berliques e Berloques; Carestia, Ressaca e Companhia.

Foi um marco de liberdade e de emancipação feminina. Conseguiu escapar dos preconceitos. Fez muito sucesso. E morreu esquecida, no Retiro dos Artistas (RJ), em 1938.

Fontes:

https://teatrobr.blogspot.com/2012/03/cinira-polonio-divette-carioca.html

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Consuelo de Castro - Minas Gerais

(1946 - 2016)




Consuelo de Castro Lopes nasceu em Araguari em 1946 e faleceu em São Paulo no dia 30 de junho de 2016.

Ainda menina mudou-se com os pais para São Paulo. Estudou Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, onde participou ativamente do movimento estudantil dos anos 1960, tema do seu texto teatral de estreia, Prova de Fogo (1968), que foi proibido pela Censura. No entanto, em 1974, a peça foi premiada pelo Serviço Nacional de Teatro, com o título A Invasão dos Bárbaros, e chegou aos palcos em 1993, por Aimar Labaki. 

Seu segundo texto (o primeiro a ser encenado) é À Flor da Pele (1969), que teve diversas montagens no Brasil e recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT).

Nos anos 1970, escreveu Caminho de Volta, montada por Fernando Peixoto em 1974, e ganhadora dos prêmios Molière e APCT. Seguem-se A Cidade Impossível de Pedro Santana, escrita em 1975 e vencedora do Concurso de Dramaturgia do Serviço Nacional de Teatro e O Grande Amor de Nossas Vidas, montada por Gianni Ratto, em São Paulo (1979) e no Rio de Janeiro (1980), que foi também montada pelo grupo Encena Cia. de Teatro no Teatro Mars, SP, em 2001. 

Na década de 1980, escreve Louco Circo do Desejo, Script-Tease (1985), Marcha à Ré, com o coreógrafo Emílio Alves (1989); Mel de Pedra e Uma Caixa de Outras Coisas, roteiro de dança-teatro, para espetáculo encenado em 1987, sob a direção de Antônio Abujamra.

Consuelo trabalhou também como publicitária e redatora da Editora Abril. Também se dedicou à dramaturgia para teatro e televisão e escreveu para jornais e revistas.

Consuelo de Castro foi autora e roteirista de TV. Escreveu a novela Um Homem Muito Especial, exibida pela Rede Bandeirantes, substituindo Rubens Ewald Filho. Participou também, em 2006, do programa Minha Vida é uma Novela, do SBT, e entre 2009 e 2010, ao lado de Joaquim de Assis, Paula Richard e Eduardo Quental, atuou como co-autora da novela Ribeirão do Tempo, da TV Record.

Antes de seu falecimento deixou um livro infantil, "Historias Para Vovó Dormir", baseado nas histórias de seu neto Antônio.

Obras:

A prova de fogo (1968); À flor da pele (1969/1976); A invasão dos bárbaros (1974/1993); Caminho de volta (1974); O porco ensangüentado (1975); A cidade impossível de Pedro Santana (1975 - inédita); Implosão (1976); Último capítulo (1976); O grande amor de nossas vidas (1979/1980); A corrente para frente (1981); Louco circo do desejo (1985); Script-tease (1985); Ao sol do novo mundo (1986); Uma caixa de outras coisas (1987); Hair (1987); retradução e adaptação Marcha à ré (1989 - com Emílio Alves); Aviso prévio (1987); Mel de pedra (déc. de 80); Memórias do mar aberto: Medéia conta sua história (1997/2004); Making Off (1999); Only you (2000/2001).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Consuelo_de_Castro



Corina Coaracy - USA/Brasil

(1859 - 1892)




Filha do cônsul dos Estados Unidos em Santos (SP), Corina De Vivaldi Coaracy nasceu em Kansas City, Missouri em 18 abril de 1859 e faleceu em Nova Orleans, Louisiana, no dia 23 março de 1892. Foi jornalista, romancista, contista, dramaturga e tradutora. Escreveu sob o pseudônimo C.Cy, Froufrou, C. LéoLeone, Condessa Augusta. Foi casada com o escritor e dramaturgo José Alves Visconti Coaracy (1837-1892).

Educou-se no Brasil, onde residiu desde criança. Colaborou em diversos periódicos do Rio de Janeiro, como o Cidade do Rio, para o qual escreveu críticas literárias e crônicas semanais. Foi colaboradora e diretora dos jornais South-American Mail, Ilustração do Brasil e Ilustração Popular, fundados nos Estados Unidos e no Rio de Janeiro, por seu pai, o jornalista Carlos F. Vivaldi. Colaborou também como correspondente dos jornais Arauto e New York Herald. 

Romance: Matar ou morrer.

Periódicos: Ilustração Popular, RJ, 1877.

Outros: Selection of choice passage from Longfellow and Macaullay, 1887; Contos.

Traduções: “A alegria causa medo”, comédia em um ato de Madame de Girardin; “A Rússia vermelha”, de Victor Tissot e Constant Amero, RJ, 1883; “O Dever, com exemplos de coragem, paciência e abnegação” (projeto de transcrição) por Samuel Smiles, 1884; “Vida e trabalho”, por Samuel Smiles, RJ; “A reabilitação”, drama em quatro atos de E. Montescoboli.

Obras de teatro:

1885/1897 - “Moema”, drama em 5 atos e 10 quadros encenado no Teatro D. Pedro II, RJ, (possivelmente em co-autoria com Visconti Coaracy); 1874 - “O Novo Guarani”, drama extraído do romance de José de Alencar em co-autoria com J.A. Visconti Coaracy.

Fontes:

https://pt.wikisource.org/wiki/Autor:Corina_Coaracy

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Delmevda Silveira - Santa Catarina

(1855 - 1932)




Nasceu em Florianópolis. Foi professora, poetisa, dramaturga, e membro da Academia Catarinense de Letras. Colaborou em vários periódicos, como o Jornal Sul Americano, de Florianópolis e a revista A Mensageira, de São Paulo.

Obra: “Brasil”, peça alegórica em 5 atos (representada em Florianópolis, SC, 1922).

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Dinah Silveira de Queiroz - São Paulo

(1911 - 1982)




Foi dramaturga, romancista, contista e cronista. Nasceu em uma família de artistas. Era filha de Alarico da Silveira, advogado, político e autor da Enciclopédia Brasileira e de Dinorá Ribeiro, sobrinha de Valdomiro Silveira, um dos precursores do regionalismo brasileiro. Outros parentes ilustres nos meios intelectuais brasileiros foram: o escritor regionalista Valdomiro Silveira e o poeta e filólogo Agenor Silveira (ambos tios de Dinah), o contista e teatrólogo Miroel Silveira, a novelista Isa Leal, o poeta Cid Silveira, o tradutor Brenno Silveira e o editor Ênio Silveira – todos primos dela.

Sua estreia literária foi em 1939 com o premiado romance Floradas na Serra, que teve enorme êxito entre os leitores. Em comemoração aos quatrocentos anos da fundação de São Paulo, Dinah publicou em 1954 o romance A Muralha. Estes dois tornaram-se seus trabalhos mais conhecidos pelas numerosas adaptações para o cinema e a televisão.

Participou, ainda, ativamente do rádio, com crônicas veiculadas na Rádio MEC e Rádio Nacional – o programa Quadrante foi veiculado de 1961 a 1964 com crônicas de escritores interpretadas pelo ator Paulo Autran. Algumas crônicas foram selecionadas para publicação em livros. Colaborou também com a revista luso-brasileira Atlântico. Em 1961, ficou viúva de seu primeiro marido. Em 1962, foi nomeada Adido Cultural da Embaixada do Brasil em Madri, na Espanha; pouco tempo depois, casou-se com o diplomata Dário Moreira de Castro Alves e partiu com ele para Moscou, na então União Soviética. Nesse período, escrevia crônicas que foram posteriormente publicadas no volume Café da Manhã, de 1969. Em 1964 retorna ao Brasil, mas parte de novo para a Europa dois anos depois, fixando residência na Itália.

Em 1981, tornou-se a segunda mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Naquele mesmo ano, publicou seu último trabalho, o romance Guida, Caríssima Guida. Dinah faleceu em 1982, na cidade do Rio de Janeiro, aos 71 anos.

Prêmios: Em 1940, recebeu o Prêmio Antônio de Alcântara Machado da Academia Paulista de Letras pelo romance Floradas na Serra. Em 1958, recebeu o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras pelo volume de contos As Noites do Morro do Encanto (1957). Em 1954, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, sendo a primeira mulher a receber essa premiação pela Academia Brasileira de Letras. Em 1969, o prêmio Prefeitura do Distrito Federal por seu romance Verão dos Infiéis (1968).

Obras: 1939 - Floradas na Serra, romance; 1941 - A Sereia Verde, contos; 1949 - Margarida La Rocque, romance; 1951 - As Aventuras do Homem Vegetal, infantil; 1954 - A Muralha, romance; 1956 - O Oitavo Dia, teatro; 1957 - As Noites do Morro do Encanto, contos; 1960 - Era Uma Vez Uma Princesa, biografia; 1960 - Eles Herdarão a Terra, contos; 1965 - Os Invasores, romance; 1966 - A Princesa dos Escravos, biografia; 1968 - Verão dos Infiéis, romance; 1969 - Comba Malina, contos; 1969 - Café da Manhã, crônicas; 1974 - Eu Venho, Memorial do Cristo I; 1977 - Eu, Jesus, Memorial do Cristo II; 1979 - Baía de Espuma, infantil; 1981 - Guida, Caríssima Guida, romance.

Participação em antologias: 1949 - O Homem das 3 Cicatrizes, novela; 1960 - Antologia Brasileira de Ficção-científica, conto; 1961 - Histórias do Acontecerá, conto; 1962 - O Mistério dos MMM, romance; 1962 - Quadrante 1, crônicas; 1963 - Quadrante 2, crônicas.

Para o teatro, deixou os seguintes textos: Obras: O oitavo dia (1956); Joana D’arc (s/d) tradução; Mulher de pressão baixa ou Lâmpada apagada (s/d); Os amantes de Chiloe (s/d); Santa Joana (s/d).

Fonte: http://escritorasfantasticas-br.simplesite.com/448353014



Dolores Barreto Coelho - São Paulo

(1883 - 1947)




Nasceu em Taubaté no dia 14 de julho de 1883 e faleceu no dia 30 janeiro de 1947. Foi professora, poetisa, conferencista, dramaturga e cronista. 

Obras: A tarde da criança, opereta infantil; O sonho de Luísa, comédia infantil; A melindrosa, comédia infantil; Chuva e Sol, comédia infantil.

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Edésia Aducci - Santa Catarina

(nascimento? - morte?)




Nasceu em  Florianópolis. Foi jornalista, professora e tradutora. Colaborou no jornal feminino Pena, Agulha e Colher, publicado em Florianópolis entre 1918-19, com adaptações e traduções de várias peças teatrais do espanhol e do alemão, posteriormente reunidas e publicadas em livro. 

Obras: "Teatro Colegial Feminino", tradução e adaptação, edição d’O Brasileiro, 1951, e inclui: Criada contra a vontade, Vaidade curada, Contenta-te com o que és, A varinha mágica, Criadas aristocráticas, A vacina milagrosa, Um espírito importuno.

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Edite de Lorena - São Paulo

(nascimento? - morte?)




Nasceu em Lorena. Foi maestrina, declamadora e dramaturga. Obra: "Teatro", comédias. 

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Edla Van Steen - Santa Catarina

(1936 - 2018)




Nasceu em Florianópolis em 12 de julho de 1936 e faleceu no dia 6 de abril de 2018 (em virtude de complicações cardíacas) em São Paulo, cidade onde viveu por mais de quatro décadas.

Foi musa de cineastas como Glauber Rocha e atuou no filme Na Garganta do Diabo (1985), de Walter Hugo Khouri, mas deixou a carreira de atriz para seguir com a escrita.

Publicou cerca de 30 livros entre antologias de contos, romances, entrevistas, peças de teatro e livros de arte, e recebeu vários prêmios nas áreas de cinema, teatro e literatura.

Organizou mais de 100 livros, entre eles Amor ao Teatro (edições Sesc), coletânea com quase 800 críticas do seu esposo, o crítico teatral Sábato Magaldi.

Dirigiu Roteiro de Poesia Brasileira (Global Editora), série de 15 volumes sobre a história da produção poética nacional.

Livros de contos: Cio, 1965; Antes do amanhecer, 1977; Até sempre, 1985; Cheiro de amor, 1996 (Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira, categoria autora consagrada); No silêncio das nuvens, 2001; A ira das águas, 2004; Instantâneos, 2013.

Romances: Memórias do medo, 1974; Corações mordidos, 1983; Madrugada, 1992 (prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e Prêmio Nacional Pen Club).

Infantojuvenis: Manto de nuvem, 1985; Por acaso, 1996; O gato barbudo, 2000; O presente, 2001.

Tem quatro livros publicados nos Estados Unidos com críticas positivas no Washington Post Book World, Kirkus Reviews e Publishers Weekly, entre outros: A bag of stories, 1991; Scent of love, 1991; Village of the ghost bells, 1991; Early mourning, 1991.

Obras de teatro: O último encontro (1989) - recebeu os prêmios Molière e Mambembe de melhor autora e o troféu APCA de revelação como autora; A mão armada (1996); Bolo de nozes (1998).

Fontes: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Edla_van_Steen

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/04/morre-escritora-e-dramaturga-edla-van-steen-viuva-de-sabato-magaldi.shtml



Edy Lima - Rio Grande do Sul

(Julho, 1924 - Maio, 2021)




Edy Maria Dutra da Costa Lima foi escritora de livros infantis, jornalista, tradutora, roteirista de TV e dramaturga. Escreveu mais de 50 livros, alguns traduzidos para o espanhol, italiano e catalão. Seus livros lhe renderam diversos prêmios, como o Jabuti, e o da Associação Paulista dos Críticos de Arte, entre outros. Traduziu e adaptou obras clássicas. Trabalhou na imprensa, editou e produziu discos para crianças, escreveu novelas para TV e peças para teatro. 

Edy Maria Dutra da Costa Lima, gaúcha de Bagé, nasceu em uma família simples mas que apreciava literatura, cinema e teatro. Em entrevista à Global Editora (disponível no youtube), a autora revelou que começou a escrever histórias ao mesmo tempo em que era alfabetizada. Ainda criança, costumava ler seus escritos para o pai. Sua primeira publicação, no final da adolescência, foi um conto na Revista do Globo, muito popular no Rio Grande do Sul na época.

Aos 19 anos mudou-se para em Porto Alegre com o poeta Mário Quintana, que era cerca de 20 anos mais velho que ela. Quintana escrevia cartas e poemas para a autora, que os guardou até o final da vida como relíquias. O romance não deu certo e ela mudou-se para São Paulo com a ajuda de Monteiro Lobato, a quem tinha escrito uma carta pedindo um emprego. O autor arranjou um trabalho para ela como jornalista e também providenciou moradia. Foi jornalista do Jornal de São Paulo, fundando por Guilherme de Almeida, em 1945. Depois se transferiu para o Diário de S. Paulo, de propriedade de Assis Chateaubriand, onde chegou a ser a Diretora da página Feminina do matutino paulistano.

Edy Lima viveu muitos anos no Rio de Janeiro e depois mudou-se para São Paulo, onde faleceu no dia 1º de maio de 2021. A causa da morte não foi informada.

Telenovelas: 1979/1980 - Como Salvar Meu Casamento (coautora), Tupi; 1980 - O Todo Poderoso (coautora), Bandeirantes.

Livros publicados: 1945 - A moedinha amassada; 1948 – O macaco e o confeito; 1952 – O menor anão do mundo; 1952 – Uma aventura pela história do Brasil; 1958 – Minuano; 1972 – A vaca voadora; 1973 – A vaca na selva; 1973 – A vaca deslumbrada; 1975 – A vaca proibida; 1975 – A vaca submarina; 1976 – A farsa da esposa perfeita; 1976 – A vaca invisível; 1977 – A vaca misteriosa; 1979 – O poder do superbicho; 1980 – Magitrônica; 1985 – Brincando com fogo; 1985 – Cobertos de terra; 1985 – Flutuando no ar; 1985 – Melhor que a encomenda; 1985 – Mergulho na água; 1986 – Como pagar a dívida sem fim; 1986 - Lourenço Benites, Pisces in Aquario; 1987 – A gente que ia buscar o dia; 1987 – Mãe que faz e acontece; 1988 – Mãe assim quero pra mim; 1990 – O outro lado da galáxia; 1992 – Pai sabe tudo e muito mais; 1992 – Papai maravilha; 1993 – Linha reta e linha curva (vários autores); 1995 – A gente e as outras gentes; 1995 – Bicho de todo jeito e feitio; 1995 – Presente de amigo e inimigo; 1996 – A escola nossa de cada dia; 1996 – Pátria adorada entre outras mil; 1997 – Índio cantado em prosa e verso; 2000 – Ao sol do novo mundo; 2000 – Domínio da incerteza; 2005 – A quadratura do círculo; 2005 – Primeiro amor; 2006 – Histórias de futebol (vários autores); 2006 – O caneco dourado; 2009 – A sopa de pedra; 2009 – Os patinhos lindos e os ovos de ouro; 2009 – Bobos e espertos; 2011 – A casa assombrada; 2011 – Opiniões irreverentes.

Como dramaturga, fez parte do seminário do Teatro de Arena de São Paulo, que montou seu txto A farsa da esposa perfeita, com direção de Augusto Boal. Essa peça ficou vários anos em cartaz e recebeu o prêmio do Serviço Nacional de Teatro. O tema trata das intrigas e traições de uma mulher que faz de tudo para agradar a seu marido ao ponto de prostituir-se, tornando-se assim a esposa perfeita.  Escreveu várias outras peças e adaptou para o teatro o livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Edy_Lima



Etelvina Felício dos Santos Zanarini - ?




Foi uma das seis autoras figurando em um total de 23 autores do Teatro Duse, o primeiro teatro-laboratório do Brasil, que existiu de 1952 a 1958. Lá, seu texto Declive, participou da segunda temporada, em 1953.

Era estreante no campo da dramaturgia. Anteriormente, tinha publicado algumas obras de ficção. Sua peça em três atos, em geral, causou controvérsias. Destacaram-se, na encenação, o diretor, Sálvio de Oliveira, o cenógrafo, Antônio Lopes de Faria, e um ator estreante, Oswaldo Loureiro. Em nota do jornal Diário Carioca, afirmou-se: “Um espetáculo interessante onde estão sendo aplaudidos, sobretudo, o diretor e o cenógrafo de Declive.”52 Por sua vez, Rocha Mendes comentou: [...] peça curiosa, que tem motivado controvérsias... o final do segundo ato é um achado e recomenda à admiração o nome do sr. Sálvio de Oliveira, como um diretor de imaginação, de consciência artística e profundo conhecimento de seu métier. Dos intérpretes destaca-se Oswaldo Loureiro, que fez sua estreia de modo convincente. O espetáculo ficou em cartaz durante dez dias (até o dia 20 de dezembro), o período médio de apresentações de uma peça no Festival. 

Não foram encontrados o local e a data de nascimento e falecimento, nem imagens da autora. 

https://www.funarte.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Teatro-Duse_Web.pdf



Eugênia Câmara - Portugal/Brasil

(1837 - 1874)




Eugênia Infante da Câmara nasceu em Lisboa no dia 9 de abril de 1837 e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, no dia 28 de maio de 1874, mas fontes apontam para seu ano de falecimento ter sido 1879 ou 1880. Foi poetisa, dramaturga, atriz, tradutora. 

Chegou ao Brasil em 1859. Eugénia Câmara chegou ao Rio de Janeiro em 1859, levada pelo artista e empresário Furtado Coelho, que, em determinada época foi seu amante. Estreou na mesma cidade e no mesmo ano no Ginásio Dramático.

Em 1863 a companhia transferiu-se para a cidade de Recife e Eugênia se apresentou no Teatro Santa Isabel. Em 1866, tornou-se amante de Castro Alves. Em 1867, vive com o poeta no povoado de Barro, e em maio o casal volta para a Bahia. Em janeiro de 1868, Castro Alves e Eugénia embarcaram para o Rio de Janeiro, sendo recebidos por José de Alencar e visitados por Machado de Assis. No final de 1868, após desentendimentos, eles se separam; logo depois, Castro Alves se fere durante uma caçada, e tem o pé amputado. O último encontro dos dois foi em 31 de outubro de 1869, no Teatro Fênix Dramática.

Como atriz, destacou-se na representação de comédias, bem como nos inúmeros papéis de ingênua e de dama galã. No filme Vendaval Maravilhoso, de 1949, Eugénia Câmara foi interpretada pela atriz e fadista Amália Rodrigues.

Publicou os livros de versos intitulados “Esboços poéticos”, 1859, e “Segredos D’Alma”.

Peças de teatro que escreveu: “Uma entre mil”, drama em 1 ato; “Duas primas”, tradução da comédia em 2 atos de E. Scribe e representada no Teatro Ginásio Dramático, RJ, 1859; “Lição de clarim”, tradução da comédia em 1 ato; “Madrasta”, tradução da comédia em 1 ato; “Uma trempe de calças”, tradução da comédia em 1 ato; “Relógio conjugal”, tradução da comédia em 1 ato; “O braço de Ernesto”, tradução de comédia em 1 ato; “Trica-Ferro”, tradução de comédia em 1 ato; “Uma paixão de rapazes”, tradução da comédia em 5 atos; “Uma escada”, tradução de comédia em 2 atos. 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A9nia_C%C3%A2mara

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Francisca Clotilde - Ceará

(1862 - 1932)




Francisca Clotilde Barbosa Bezerra de Lima nasceu em Tauá, no dia 19 de outubro de 1862 e faleceu em Aracati, CE, em 8 de dezembro de 1932. Foi Professora, romancista, poetisa, jornalista, dramaturga, contista. Escreveu sob o pseudônimo: Jane Davy.

Foi a primeira mulher cearense a lecionar na Escola Normal, iniciando sua carreira no magistério em 1882. Onze anos depois, fundou em Fortaleza o Externato Santa Clotilde, transferindo-o em 1908 para Aracati, onde atuou como educadora durante quase trinta anos.

Colaborou em diversos periódicos de Fortaleza e Aracati. Participou ativamente do Clube Literário. Fundou em 1906 a revista mensal de literatura A Estrela, cuja direção dividiu com sua filha Antonieta Clotilde. Com colaboradores em vários estados, a revista foi publicada ininterruptamente até 1921, tendo alcançado grande repercussão no país.

Era defensora do movimento abolicionista e dos direitos iguais entre homens e mulheres. Seu livro mais conhecido, A Divorciada, exprime bem sua posição.

Peças de teatro que escreveu: “Fabíola”, drama em 3 atos, 1902; “Santa Clotilde”, drama, 1902; “A filha de Herodes”, drama histórico representado em Aracati, CE, no Teatro Santo Antônio; “Devaneio”, monólogo, 1908; “As flores do Natal”, drama em 2 atos, 1909; “Pérolas do Bosque”, drama em 3 atos, 1919; “A Crise”, comédia em 1 ato, 1919;  “Visitas importunas”, comédia em 1 ato, 1921; “A toutinegra do moinho”, drama em 3 atos extraído do romance de Emile Richebourg; “Azar do hotel”, comédia em 1 ato, 1921.

Fontes:

http://academiatauaense.blogspot.com/2007/05/biografia-f-clotilde.html

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Francisca Izidora -  Pernambuco

(1856 - 1919)




Francisca Izidora Gonçalves da Rocha nasceu em Jaboatão e faleceu em Vitória de Santo Antão, no mesmo Estado. Foi professora, jornalista, dramaturga, tradutora, poetisa e romancista. Dedicou-se à educação e às letras, com grande presença e atuação nos meios culturais.

Ainda bem jovem descobriu sua inclinação para escrever poemas. Seus trabalhos foram publicados em jornais e revistas de Recife. A divulgação do poema O Banhista ocorreu em 1883, quando foi publicado pelo Almanach Litterario Pernambucano. Na capital colaborou com o Diário de Pernambuco (1901), Correio pernambucano (1868), e em Jaboatão, publicou em O Commercio, e O Phanal.

Em 1903, tornou-se sócia correspondente da Academia Pernambucana de Letras. Neste mesmo ano, a revista da Academia Pernambucana de Letras publica em capítulos, seu drama lírico intitulado Elnar, ambientado no séc. XIX. É autora de mais um drama lírico, A filha dos Tupis, e do romance O sítio de Lysandro. Traduziu Manfred, poema dramático escrito entre 1816 e 1817 por Lord Byron (1788-1824).

Manteve uma coluna denominada Ao correr da Penna, no jornal Victoria de propriedade de seu irmão e também deputado Gonçalves da Rocha. Tratava-se de uma publicação com assuntos variados como literatura e política internacional. Seus poemas foram publicados n’O Almanach Garnier, bem como O Astro do Ceará, e em O Escrínio do Rio Grande do Sul.

Foi uma das mais ativas colaboradoras de Amélia Bevilacqua, Anna Nogueira, Ursula Garcia, na revista O Lyrio, editada por mulheres, em Recife. Nela publicou contos, poemas e traduções.

Peças de teatro que escreveu: “Elnar” (1903?); “A filha dos Tupis”, drama lírico em 3 atos.

Fontes:

https://bndigital.bn.gov.br/dossies/periodicos-literatura/personagens-periodicos-literatura/francisca-izidora/

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Gertrudes Angélica da Cunha - Portugal/Brasil

(1794 - 1850)




Nasceu em Lisboa, no dia 29 de maio de 1794, viveu a maior parte da sua vida no Brasil, e faleceu em 28 de agosto de 1850 no Rio de Janeiro. Começou cedo nos palcos, sendo que em 4 de setembro de 1812, aos 18 anos, participou da peça O parente de D. Quixote, ainda em Portugal. Porém, por causa da dificuldade de aceitação de suas obras, e da falta de sucesso em sua terra natal, mudou-se para o Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro, onde foi mais apreciada pelo público.

Foi mãe de Gabriela Augusta da Cunha del Vecchi. Ambas trabalharam na companhia de João Caetano no Rio de Janeiro.

Gertrudes Angélica da Cunha cantava árias, atuava com atriz e escrevia textos teatrais (possivelmente por vezes acumulando funções). Seu sucesso pode ser comprovado pelo fato do seu nome aparecer constantemente nos jornais do Rio de Janeiro.

Em 1824, a atriz e suas duas filhas partiram de volta para Portugal, onde residiram por quatro anos. Então retornaram ao Brasil.

Quatro peças suas foram publicadas e carregavam consigo sua assinatura: “Oh que apuros!” (ou o Noivo em mangas de camisa), 1842; As outras três em 1948: “Norma” (tragédia), “A feliz mudança de sexo” (ou Quanto podem as boas maneiras, comédia, comédia); “O noivo do Algarve” (ou Astúcias de dois ladinos, comédia). Os pesquisadores, no entanto, acreditam que outras obras de sua autoria tenham se perdido.

Fonte: Gertrudes Angélica da Cunha (1794 - 1850), Atriz e Dramaturga: Vida e Obra, de Elen Bigueline (CHSC).



Gilda de Abreu - Franco-brasileira

(1904 - 1979)




Foi dramaturga, cineasta, escritora, atriz, cantora e radionovelista. Nasceu em Paris, França, em 23 de setembro de 1904. Sua mãe era uma cantora lírica portuguesa e seu pai um médico e diplomata. Foi batizada aos 4 anos no Brasil. Viajou para a Europa com sua família e só voltou ao Brasil dez anos depois, no início da primeira guerra mundial. Morou na Tijuca, Rio de Janeiro, com seus avós. Pertencendo a uma família burguesa e católica, foi educada nos moldes europeus em colégios de elite.

Aos dezoito anos, em 1922, ingressou no Instituto Nacional de Música no Rio de Janeiro, formando-se em canto lírico em 1927. Gilda começou então uma carreira como cantora lírica. Era também apaixonada por teatro, mas manteve-se afastada para não desagradar aos pai e avô, pois a carreira teatral na época era muito mal vista. Somente com o falecimento de ambos, ela passou a se dedicar à carreira de atriz.

Estreou em 1933 como protagonista na opereta “A canção brasileira”, contracenando com Vicente Celestino, com quem casaria naquele mesmo ano. No mesmo ano, protagonizou Maria, de Viriato Corêa; A Casa Branca, de Freire Júnior; A Cantora do Rádio e Jurity, também de Viriato Corêa.

Em 1935 escreveu a opereta “Aleluia”, que foi encenada no teatro Carlos Gomes mais de 30 vezes, quando o comum era que as peças fossem apresentadas apenas uma vez. O texto foi adaptado para ser radionovela e transmitido pela Rádio Nacional na década de 40.

Estreou no cinema com o filme "Bonequinha de Seda" em 1936, dirigido por Oduvaldo Vianna e que obteve grande sucesso. O filme foi especialmente roteirizado para que a atriz interpretasse a personagem principal, e foi exibido em outros países, como Argentina, Chile, Portugal e Uruguai. Porém, para a atriz, fazê-lo não foi fácil, já que precisou se adaptar à linguagem cinematográfica e ao meio, chegando a passar por uma cirurgia plástica nas maçãs do rosto para se adequar aos padrões fotogênicos da época. 

Gilda e Oduvaldo trabalharam juntos novamente em 1939, desta vez na opereta "Mizú" (escrita por Oduvaldo), que marcou o retorno da atriz aos palcos. Infelizmente, a peça foi um fracasso, causando o afastamento da atriz, que passou a empresariar a carreira do marido.

No início da década de 40, escreveu a radionovela "A Cigana", para a Rádio Nacional, e "Alma de palhaço" para a Rádio Tamoio.

Escreveu e dirigiu "O Ébrio", 1942, peça baseada na canção composta e gravada por Vicente Celestino em 1936. A peça foi um grande sucesso comercial, sendo transformada em filme em 1945.

Em 1944 escreveu o drama “Mestiça”, que foi apresentado mais de 30 vezes, novamente diferenciando-se da maior parte das peças, pois o comum na época era apenas uma apresentação. Esse drama virou radionovela e transmitido na Rádio Nacional. Nos anos 70, Gilda de Abreu e Letita Perroy roteirizaram a peça, adaptando-a para o cinema, e o longa foi lançado em 1974.

Um dos seus textos teatrais mais conhecidos é a comédia "Olhos de Veludo", que escreveu com Luiz Iglesias em 1944. A peça, musicada por Vicente Celestino, aborda a diferença de classes e comportamentos falsos e desonestos, que são superados pelo amor. A personagem Veludo é uma “Hobin Hood”, ela se traveste para tirar dos ricos e dar aos que nada têm. Envolvida em uma trama por Duarte, um empresário desonesto, Veludo vai ao morro onde mora Vicente, compositor popular, rouba suas músicas e foge. Vicente, apaixonado por Veludo, desconhece os motivos que a levaram a praticar tal ato, e a toma por falsa e mesquinha. Ao receber a oferta de proteção de Esmeralda, viúva rica e amante da boemia, Vicente aceita e se torna o cantor da alta roda Antonio Tamoyo. Em uma recepção na casa de Esmeralda em homenagem à estreia de Olhos de Veludo, estrelada por Valência (que na realidade é Veludo), os apaixonados se reencontram, a trama se desfaz e eles terminam juntos e felizes.

Escrita originalmente como radionovela e apresentada pela Rádio Nacional, "Pinguinho de Gente" foi transformado em seu segundo filme em 1947. Nesse mesmo ano, escreveu a peça “O anfitrião” (Júpiter e Alcmena), além de levar para o teatro (texto e direção) a peça "Coração Materno", uma adaptação da canção de Vicente. 

Em 1950 escreveu a opereta “A Patativa” em parceria com Ercole Varetto e Vicente Celestino.

O texto teatral "Coração Materno" virou seu terceiro filme em 1950,  estreando no cinema no ano seguinte, porém não foi bem recebido pela crítica, e com esse fracasso, Gilda adoeceu e passou a se dedicar à escrita, escrevendo poemas, radionovelas e contribuindo com roteiros de cinema.

Em 1955, a escritora desenvolveu o argumento de "Chico Viola Não Morreu", dirigido por Roman Viñoly Barreto, e publicou em formato de romance alguns textos anteriormente escritos para o rádio: "O Ébrio" e "Pinguinho de Gente", além de escrever dois livros infantis: o romance "As Aventuras de Nanico" e o livro de contos "Arca de Noé". Já a peça infantil “A Bonequinha de Pixe”, foi escrita em data desconhecida.

Em 1968 Vicente faleceu vítima de um infarto, e em 1977 ela filmou "Canção de Amor", um curta em homenagem ao falecido marido. Nesse mesmo ano se casou com o professor José Spintto e posteriormente, entre 1977 e 1979 fundou o Centro Cultural Artístico Nícia Silva em homenagem à sua mãe. 

Gilda de Abreu faleceu no dia 4 de julho de 1979 devido a uma trombose cerebral. Foi sepultada no Cemitério de São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gilda_Abreu

Artigo “Exclusões e Resistência no Ensino de Literatura no Brasil”, 2015, de Maria Cristina de Souza (UTFPR)



Gracita Miranda - São Paulo

(nascimento? - morte?)




Nasceu em Santos. Foi pianista, concertista, declamadora, radialista. Escreveu “Contos da Vovozinha”, peça musicada pelo maestro Francisco Russo.

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Guilhermina Rocha - Rio Grande do Sul

(1879 ou 1884 - 1938)




Guilhermina Burity Johnson Rocha nasceu em Santana do Livramento no dia 4 março de 1884 e faleceu no Rio de Janeiro em 18 agosto de 1938. Foi atriz, dramaturga e tradutora. Como atriz, foi contratada por diversas companhias do Rio de Janeiro desde 1903. Foi co-fundadora da Federação das Classes Teatrais em 1916 no Rio de Janeiro, onde também foi membro da Casa dos Artistas. Diplomou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1922, abandonando então a carreira artística. 

Obras teatrais: 1914 - “Volúpia”  - drama em 3 atos; 1915  - “Quarto Separado” - comédia de Pierre Weber traduzida por ela e representada no Teatro Recreio, RJ; 1916 - “A ressaca” - gênero indeterminado em ato único; 1916 - “Rio de Janeiro” - representada no Teatro Recreio do Rio de Janeiro; 1916 - “O Dominó Negro” - drama em ato único publicado no Rio de Janeiro pela Editora Pimenta de Melo; 1918 - “O Caradura” - revista (espetáculos de variedades), uma fantasia musical que estreou no Teatro São José, RJ; 1921 - “Perereca” - revista encenada no Teatro São José, RJ.

Um dos seus textos mais conhecidos é O Dominó Negro, que tem por personagens Flora, que é apaixonada por Otávio; Elvira, casada com Ernesto (cujo apelido é Otelo, pelo ciúme que sente pela esposa); Maria, criada de Otávio, e Teresa, outra criada. A ação se passa na época de carnaval, quando há o costume de se usar disfarces e máscaras e subverter a ordem vigente. Ernesto está para viajar para São Paulo, e Otávio, brigado com Flora, aceita a trama desenvolvida por Elvira para passar o carnaval com ela. Temendo ser reconhecida, Elvira se veste de dominó negro e sugere que Otávio faça o mesmo. Enquanto ele providencia seu traje, Flora, buscando reconciliação, chega à casa de seu noivo, também fantasiada de dominó, mas Ernesto vai à casa de Otávio, usando o mesmo tipo de fantasia, para desmascarar a esposa Elvira, pois foi alertado da traição pela criada Teresa, mas mata Flora, achando que é Elvira. Otávio chega e o engano é revelado. Flora consegue fugir, acobertada pela criada Maria.

Fontes:

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior

Artigo “Exclusões e Resistência no Ensino de Literatura no Brasil”, 2015, de Maria Cristina de Souza (UTFPR).

https://abralic.org.br/anais/arquivos/2015_1456105568.pdf

Tese de doutorado A Literatura Dramática do Rio Grande do Sul (de 1900 a 1950), de Antenor Fischer.

https://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/2143/1/387904.pdf



Guiomar Torresão - Portugal/Brasil

(1844 - 1898)




Guiomar Delfina de Noronha Torresão nasceu em Lisboa em 22 outubro de 1898. Foi jornalista, dramaturga, professora, contista, romancista, cronista e tradutora. Escrevia sob os pseudônimos Gabriel Cláudio, Roseball, Scentelha, Sith e Tom Ponce. Nunca casou-se nem teve filhos.

Desde jovem dedicou-se ao ensino primário e de língua francesa. Estreou na literatura em 1867, com a peça teatral “O Século XVIII e o Século XIX”. Em seguida, publicou romances, poesias, críticas, livros de viagem, traduções e outras peças de teatro, e muitas delas foram representadas com sucesso em teatros de Lisboa, Porto e Brasil. 

Em 1871 fundou o Almanaque das Senhoras, dirigindo-o até o fim da vida. Foi colaboradora de vários periódicos da imprensa feminina brasileira, como o jornal A Família, fundado e dirigido por Josephina Alvares de Azevedo entre 1888 e 1897 e a revista A Mensageira, publicada em São Paulo entre 1897 e 1900, por Presciliana Duarte de Almeida (1867-1944). 

São dela os romances Uma alma de mulher (1869), Rosas pálidas (1873 - uma colecção de histórias curtas), A Família Albergaria (1874 - romance histórico), O fraco da baronesa (1878), Henriqueta (1890), entre muitos outros. O poema “Beatriz” foi publicado no Brasil.

Traduções: Dois Garotos; A Mártir; Surcouf; Mussote; Condessa Sara; Clara Soleil; Fúrias d’Amor; Pela boca morre o peixe; Dionísia; Gran-galeoto; Toupinel; menina do telefone; Noiva dos Girassóis; Mademoiselle Diabrete.

Obras para o teatro: “O fraco da baronesa”, comédia de 1 acto, em 1878; “Dois garotos”, drama em 5 atos, em 1879; “Educação moderna”, em 1884, comédia em 3 actos, foi representada pela primeira vez em Lisboa, no Teatro do Ginásio, em 28 de Março de 1891; “O Século XVIII e o Século XIX”, peça em 1 ato, 1867; “Naufrágio do Brigue Colombe”, drama; “No teatro e na sala” (com prefácio de Camilo Castelo Branco).

Fontes: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guiomar_Torres%C3%A3o

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Helena Silveira - São Paulo

(1911 - 1984)




Nasceu em 9 de dezembro de 1912 e faleceu em 31 de agosto de 1984. Era natural da capital paulista, mas passou sua infância em fazendas dos pais em Casa Branca e Batatais, duas cidades do interior. Fazia parte de uma família com importantes escritoras. Era irmã de Dinah Silveira de Queiroz e prima de Rachel de Queiroz. Estudou na capital e viajou por toda a Europa, tendo a oportunidade de cursar a “Comedie Française”, em Paris.

Foi jornalista, colunista, crítica de televisão, contista, cronista e dramaturga. Buscava retratar através dos seus escritos a cena urbana do Brasil. Foi membro da Associação Brasileira de Escritores e recebeu o prêmio Alcântara Machado da Academia Paulista de Letras por seu livro de contos “Mulheres”.

Como jornalista, trabalhou no jornal Correio da Manhã em 1941, e trabalhou no jornal Folha de São Paulo onde escrevia a coluna Como Helena Silveira vê TV entre 1973 e 1984, espaço de crítica televisiva considerado uma das grandes contribuições para a compreensão da telenovela como gênero no Brasil. Também foi cronista social da Folha da Manhã sob o pseudônimo Helen.

No âmbito literário, estreou como contista na década de 1940 no suplemento literário da Folha da Manhã com o conto “Vida”. Em 1944, lançou seu primeiro livro: “A Humanidade Espera”. 

Viveu no Líbano e na Líbia por algum tempo e teve a inspiração de escrever “Damasco e Outros Caminhos”, 1957. Também morou na China em 1961, quando escreveu “Os Dias Chineses”.

Outra obras: “A cachorrinha cósmica”; “Amanheceu e já é ontem”; “Mulheres Freqüentemente” (1945); “Sombra azul e carneiro branco” (1960); “Na Selva de São Paulo” (1966); “Os dias chineses” (1961); “Memória da terra assassinada” (1976); “Paisagem e memória” (1983).

Criou o "Prêmio Helena Silveira” para os atores e cantores.

Peças de teatro:

“A torre”, 1950, que ganhou um prêmio do Departamento de Cultura de São Paulo; “No fundo do poço”.

“No Fundo do Poço”, escrita em parceria com seu marido, Jamil A. Haddad, foi encenada no Teatro Cultura Artística de São Paulo em 1950. Trata de uma relação familiar neurótica estabelecida por Úrsula, mãe em torno da qual gravitam os três filhos, Conceição, Cornélia e Júlio. No entanto, as três mulheres são partes uma só, esta em sua completude, representando suas contradições, enquanto Júlio, por ser o macho, subordina a existência das três à sua própria, conforme os ditames da grandiosa e sombria matriarca.

Fontes:

Artigo “Exclusões e Resistência no Ensino de Literatura no Brasil”, 2015, de Maria Cristina de Souza (UTFPR).

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/helenasilveira/index.php?p=5254

https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Silveira

https://www.museudatv.com.br/biografia/helena-silveira/



Hilda Hilst - São Paulo

(1930-2004)




Hilda de Almeida Prado Hilst nasceu em Jaú. Foi poeta, ficcionista, cronista e dramaturga. É considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Escreveu por quase cinquenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil.

Hilst foi fortemente influenciada por James Joyce e Samuel Beckett, e essa influência aparece em temas e técnicas recorrentes em seus trabalhos como o fluxo de consciência e realidade fraturada. Seu trabalho também aborda temas como misticismo, insanidade, erotismo e libertação sexual feminina.

Em 1948, entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco), onde conheceu aquela que seria sua grande amiga ao longo da vida, a escritora Lygia Fagundes Telles. 

Seu primeiro livro Presságio, publicado em 1950, foi recebido com grande entusiasmo pelos poetas Jorge de Lima e Cecília Meireles. 

A partir de 1951, foi nomeada curadora do pai, o jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst (também fazendeiro de café).

Depois da leitura do livro Carta a El Greco, do escritor grego Nikos Kazantzakis, Hilda decide afastar-se da vida agitada de São Paulo e, em 1964, passa a viver na sede da fazenda de sua mãe, próxima a Campinas, onde construiu a Casa do Sol - planejada detalhadamente pela autora para ser um espaço de inspiração e criação artística -, para onde mudou-se definitivamente em 1966 com seu futuro marido, o escultor Dante Casarini (de quem se separou em 1980). Na Casa do Sol ela viveu o resto de sua vida. Ali hospedou diversos escritores e artistas.

Parte de seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem - IEL, UNICAMP, em 1995, ficando disponível para pesquisadores do mundo inteiro. Outra parte, mais especificamente sua biblioteca particular, está na Casa do Sol, sede do Instituto Hilda Hilst - IHH. Muitos de seus livros se esgotaram devido a uma escassa distribuição. Porém, em 2001, a Editora Globo adquiriu os direitos de sua obra e, em dezembro daquele mesmo ano, passou a reeditar a Obra Completa da escritora.

Poesia: "Presságio" - Revista dos Tribunais, 1950; "Balada de Alzira" - Edições Alarico, 1951; "Balada do festival" - Jornal de Letras, 1955; "Roteiro do Silêncio" - Anhambi, 1959; "Trovas de muito amor para um amado senhor" - Anhambi, 1959/ Massao Ohno, 1961; "Ode Fragmentária" - Anhambi, 1961; "Sete cantos do poeta para o anjo" -  Massao Ohno, 1962 (Prêmio PEN Clube de São Paulo); "Poesia" (1959/1967) - Editora Sal, 1967; "Amado Hilst" - Editora Sal, 1969; "Júbilo, memória, noviciado da paixão" - Massao Ohno, 1974; "Poesia" (1959/1979) - Quíron/INL, 1980; "Da Morte. Odes mínimas" - Massao Ohno, Roswitha Kempf, 1980; "Da Morte. Odes mínimas" -  Nankin/Montréal: Noroît, 1998 (Edição bilíngüe, francês-português); "Cantares de perda e predileção" - Massao Ohno/Lídia Pires e Albuquerque Editores, 1980 (Prêmio Jabuti/Câmara Brasileira do Livro. Prêmio Cassiano Ricardo/Clube de Poesia de São Paulo); "Poemas malditos, gozosos e devotos" - Massao Ohno/Ismael Guarnelli Editores, 1984; "Sobre a tua grande face" - Massao Ohno, 1986; "Alcoólicas" - Maison de vins, 1990; "Amavisse" - Massao Ohno, 1989; "Bufólicas" - Massao Ohno, 1992; "Do Desejo" - Pontes Editores, 1992; "Cantares do Sem Nome e de Partidas" - Massao Ohno, 1995; "Do Amor" - SP: Massao Ohno, 1999.

Ficção: "Fluxo-Floema" - SP: Perspectiva, 1970; "Qadós" - Edart, 1973; "Ficções" - Quíron, 1977 (Prêmio APCA/ Associação Paulista dos Críticos de Arte. Melhor livro do ano); "Tu não te moves de ti" - Cultura, 1980; "A obscena senhora D" - Massao Ohno, 1982; "Com meus olhos de cão e outras novelas" - Brasiliense, 1986; "O Caderno Rosa de Lori Lamby" - Massao Ohno, 1990; "Contos D'Escárnio / Textos Grotescos" - Siciliano, 1990; "Cartas de um sedutor" - Paulicéia, 1991; "Rútilo Nada" - Campinas: Pontes Editores, 1993 (Prêmio Jabuti/Câmara Brasileira do Livro); "Estar Sendo/ Ter Sido" - Nankin, 1997; "Cascos e Carícias - crônicas reunidas" (1992-1995) - Nankin, 1998.

Parte da sua obra foi traduzida para os seguintes idiomas:

Italiano: “Il quaderno rosa di Lori Lamby” (Trad. Adelina Aletti. Milano: Sonzogno, 1992).

Alemão: “Briefe Eines Verführers” (Trad. Mechthild Blumberg. Bremen, 2000).

Catalão: “Del desig” (Trad. Josep Domènech Ponsatí e Ada Castells Savall. Prólogo de Helena González. Vilanova i la Geltrú: Prometeu, 2017. Edição bilingue); 

Espanhol: “La obscena señora D.” (Trad. Teresa Arijón e Bárbara Belloc. Buenos Aires: Cuenco de Plata, 2014); “Cartas de un seductor” (Trad. de Teresa Arijón e Bárbara Belloc. Buenos Aires: Cuenco de Plata, 2014).

Inglês: “The Obscene Madame D."  (Trad. Nathanaël and Rachel Gontijo Araujo. Nightboat, NY, and A Bolha, Rio de Janeiro. USA. 2012); “Letters from a Seducer” (Trad. John Keene. Nightboat, NY, and A Bolha, Rio de Janeiro. USA. 2014); “With My Dog Eyes” (Trad. Adam Morris. Melville House, NY. 2014); “Of Death. Minimal odes” (Trad. Laura Cesarco Eglin. Illinois, USA, co.impress.com, 2018).

Francês: "Agda" (fragment In: Brasileiras: voix, écrits du Brésil. Org. de Clelia Pisa e Maryvonne Lapouge Petorelli. Paris, Des Femmes, 1977, p. 5-14e 341-358); “Contes Sarcastiques - Fragments érotiques” (Trad. de Maryvonne Lapouge-Petorelli. Paris, Gallimard, 1994); “L’obscène madame D suivi de Le Chien” (Trad. de Maryvonne Lapouge-Petorelli. Paris, Gallimard, Coll. Arpenteur, 1997); “Sur ta grande face” (Trad. de Michel Riaudel. In: Pleine Marge: cahiers de littérature, d’arts plastiques & de critique. Paris, Éditions Peeters-France, 1997, p. 29-51); “Cinq poèmes d’Hilda Hilst” (In Anthologie de la poésie brésilienne. Edição bilíngue. Prefácio e seleção de Renata Pallottini; Trad. de Isabel Meyrelles. Paris, Ed. Chandeigne, 1998, p. 373-381); “Da morte. Odes mínimas / De la mort. Odes minimes” (Edição bilíngue. Trad. de Álvaro Faleiros. São Paulo, Nankin Editorial; Montréal: Ed. Noroît, 1998); “Contes Sarcastiques - Fragments érotiques” (Trad. de Maryvonne Lapouge-Petorelli. Paris, Le Serpent à Plumes, 1999); “De l'amour précédé de Poèmes maudits, jouissifs et dévots” (Trad. Catherine Dumas. Paris, Caractères, Coll. Planètes, 2005);“Rutilant Néant - Et autres fictions” (Trad. Ilda Mendes Dos Santos. Paris, Caractères, Coll. Ailleurs-là-bas, 2005); “L'âme de retour” (crônica - Trad. Michel Riaudel. in EUROPE - Littérature du Brésil. Paris, La Source, Nov-Déc. 2005. n 919-920. pp. 167–170).

Produziu oito peças entre 1967 e 1969, cujo tema central era a opressão do operariado, a busca pela liberdade e a censura, temas significativos para o período logo após o golpe militar, que tinha como um dos objetivos impedir a revolta comunista e conter os movimentos de luta proletária. Após uma denúncia, militares invadiram a casa da sua mãe e queimaram todos seus livros.

A Possessa - 1967; O rato no muro - 1967; O visitante - 1968; Auto da Barca de Camiri - 1968; O novo sistema - 1968; Aves da Noite - 1968; O verdugo - 1969 (Prêmio Anchieta); A morte de patriarca - 1969.

Em 2000 foi lançado o livro Hilda Hilst, Teatro Reunido, com todas as suas peças.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hilda_Hilst



Honorina de Bittencourt - Rio Grande do Sul

(1895 ou 96 - ?)




Honorina de Bittencourt Figueiroa nasceu em Santana do Livramento, em 26 janeiro de 1895 (ou 1896). Foi poetisa, jornalista, dramaturga, professora. Escreveu sob o pseudônimo Norah de Figueiroa. 

Iniciou sua carreira jornalística em sua terra natal no jornal A Tarde. Colaborou na imprensa rio-grandense e foi membro da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul e do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes.

É autora da obra teatral “A hora flava”, peça em versos alexandrinos. 

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Iracema Guimarães Vilela - ?

(nascimento? - 1941) 




Nascida em algum momento do séc. XIX, ela faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 1941. Roi romancista, contista, novelista, dramaturga e bibliógrafa. Escrevia sob o pseudônimo Abel Juruá, e era filha do poeta Luís Guimarães Júnior (1845-1888) e irmã do acadêmico Luis Guimarães Filho. 

Desde criança imersa no círculo de intelectuais, era amiga de outros escritores, como Machado de Assis, a quem visitou na véspera da morte do autor, e teria dado à biógrafa Lúcia Miguel Pereira o seguinte depoimento a respeito dessa visita: “Guiadas sempre pela mesma senhora, eu e uma amiga que me acompanhava, encaminhamo-nos para um quarto sombrio onde, perto de uma janela entreaberta, uma forma humana jazia silenciosa e só. Era Machado de Assis, estendido numa larga poltrona almofadada, com as pálpebras cerradas, os braços magros enrolados numa manta de lã. Cumprimentou-nos, indicando-nos duas cadeiras a seu lado, num gesto delicado e lento. A sua voz era tão fraca, tão triste, tão distante, que se assemelhava a um sussurro sobrenatural” 

Iracema dedicou-se principalmente à crônica e ao conto, recebendo menção honrosa no concurso de contos da ABL em 1926. Colaborou no jornal O Globo e em outros jornais e revistas, quase sempre usando pseudônimo. 

É autora da peça teatral: “A hora do chá”, comédia, 1933, representada no Rio de Janeiro, RJ.

Fontes: 

https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/127200/ISSN1984-2899-2010-08-259-272.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Isabel Gondim - Rio Grande do Norte

(1839 - 1933)




Isabel Urbana Carneiro de Albuquerque Gondim nasceu em Nísia Floresta, em 5 julho de 1839 e faleceu em Natal no dia 10 junho de 1933. Foi professora, poetisa, ensaísta e dramaturga. Foi a primeira mulher a se tornar sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e do Instituto Arqueológico Pernambucano. Segundo Câmara Cascudo, ela foi a única mulher (da sua época) que teve coragem de concorrer com os homens com a sua produção intelectual. 

Exerceu o magistério como professora pública até sua aposentadoria em 1891, aos 52 anos. A partir de então, se dedica à literatura. Além de poesia e teatro, publicou obras didáticas e de História. Em seu livro Reflexões às minhas alunas - adotado nas aulas da Instrução Pública do sexo feminino - traça regras para a educação feminina, desde a infância até a maternidade. Colaborou também em diversos periódicos. 

Obra teatral: “O sacrifício do amor”, drama histórico, 1909.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_Gondim

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Isabel Câmara - Minas Gerais

(1940 - 2006)




Maria Isabel Câmara nasceu em Três Corações. Foi poeta e dramaturga.

Sua estreia no teatro foi como atriz, numa montagem da peça Nossa Cidade, de Thornton Wilder, em Belo Horizonte. Mudou-se para o Rio de Janeiro e em 1968 levou sua primeira peça, Os Viajantes, ao palco do Conservatório Nacional de Teatro. O texto foi mais tarde adaptado para a TV por Domingos de Oliveira.

Em 1969, estreou As Moças no Teatro Ipanema, retratando a contracultura ao mostrar em cena duas mulheres que dividiam um apartamento e expunham de forma poética os problemas da juventude da época. A peça lhe valeu o Prêmio Molière de 1970.

Voltou a trabalhar como atriz em Hoje é Dia de Rock, em 1971.

Participou da antologia 26 poetas hoje, apesar de não ser propriamente uma integrante da geração da poesia marginal. Na década de 1990, abandonou o mundo dos espetáculos e foi morar em Goiânia, onde morreu em 2006.

Principais obras:

Teatro: 1968 - Os Viajantes; 1968 - O Quarto Mundo; 1968 - A Escolha; 1969 - As Moças; 1970 - Solo para Atriz; 1970 - Palco; 1973 - Drama; Luz da Noite (show de Maria Bethânia); O beijo final (1973).

Poesia: 1998 - Coisas coió (Editora Sette Letras).

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_C%C3%A2mara



Iveta Ribeiro - Rio de Janeiro

(1886 - ?)




Nasceu na capital do Rio de Janeiro em 7 de março de 1886. Foi poetisa, cronista, pintora, dramaturga, radialista e patrona da cadeira 34 da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul. 

Colaborou em diversos periódicos do Brasil e do exterior.

Em setembro de 1949 organizou no Liceu Literário Português, na cidade do Rio de Janeiro, a Primeira Estante Feminina Portuguesa no Brasil com 282 autoras lusas. Além disso, organizou a Pequena Antologia de Poetisas Brasileiras. 

Como pintora realizou 14 exposições individuais, assinando 598 trabalhos de vários gêneros. Expôs em Lisboa, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

A partir de 1923, dedicou-se especialmente à Rádio, dirigindo até 1945 a revista radiofônica Brasil Feminino, fundada por ela em 1932. Colaborou em várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro, com programas de cunho folclórico, literário, musical e teatral. Escreveu vários livros e peças teatrais.

Peças da sua autoria:

Florzinha, opereta representada no Teatro de Amadores, RJ, 1927, Teatro de Amadores; Desilusões (1941); Julho, 15 (s/d).

Fontes:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/iveta_ribeiro.html

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Joana Paula Manso de Noronha - Argentina

(1819 - 1875)




Nasceu em Buenos Aires em 26 de junho de 1819 e faleceu no dia 24 de abril de 1875. Escritora, tradutora, jornalista, professora e pioneira do feminismo na Argentina, Brasil e Uruguai.

Mudou-se com sua família para o Brasil, destacando-se como jornalista, inicialmente em Pelotas, onde foi redatora do jornal Imprensa em 1851. Fixou residência no Rio de Janeiro, onde colaborou em vários periódicos e em 1852 fundou O Jornal das Senhoras, primeiro jornal latino-americano destinado às mulheres.

Durante algum tempo, exerceu também o magistério. Separou-se do marido, o compositor português Francisco de Sá Noronha, com quem teve duas filhas. Com elas regressou à Argentina em 1853, onde desenvolveu uma carreira brilhante como educadora.

Escreveu o primeiro compêndio da história argentina, foi autora de novelas históricas onde denunciou a situação dos mais negligenciados da época: crianças e mulheres. Também participava de reuniões de rua, denunciando as opressões da época.

Várias das peças de teatro que escreveu foram representadas no Rio de Janeiro e uma delas foi publicada em Buenos Aires. 

Obras de dramaturgia: “Esmeralda”, drama em 5 atos e 6 quadros escrito em 1851 e representada no teatro São Januário, Rj, pela companhia João Caetano em 1861; “O Ditador Rosas e a Mashorca”, drama representado pela companhia João Caetano no Rio de Janeiro em 1853 e 1857; “As manias do século”, comédiâ-vaudeville, representado no Teatro São Pedro Alcântara, RJ, 1853; “Família Morei”, drama; “Saloia”, drama; “La revolución de Mayo”, 1864.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joana_Paula_Manso_de_Noronha

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Josefina Álvares de Azevedo - Recife

(ou Rio de Janeiro)

(1851 - 1913)




Nasceu em Recife, PE (ou Itaboraí, RJ) em 5 março de 1851. Foi jornalista, dramaturga, escritora e precursora do feminismo no Brasil. Usou o pseudônimo Zefa. A informação de Sacramento Blake de que era irmã, pelo lado paterno, de Manuel Álvares de Azevedo (1831-1852), é contestada por Vicente de Paulo V. de Azevedo, com base em carta de uma irmã do poeta. Entretanto, de acordo com depoimento textual da própria autora, ela era prima de Álvares de Azevedo.

O Dicionário Bibliográfico Brasileiro, de Augusto Blake, informa que Josefina teria nascido em Itaboraí, Rio de Janeiro, e que seria irmã por parte de pai de Álvares de Azevedo. Porém, a escritora dizia ser natural do Recife, Pernambuco, onde viveu até os vinte e seis anos. Quanto a seu parentesco com o famoso escritor, dizia ser sua prima.

Em 1877, mudou-se para São Paulo, onde fundou em 1888 o jornal A Família. No ano seguinte, transferiu o jornal para o Rio de Janeiro. De acordo com Karine da Rocha, Coordenadora do Núcleo de Pesquisa Mulher, Literatura e Sociedade (UFPE), essa mudança ocorreu com o intuito de uma maior aceitação do periódico pela proximidade com a Corte. 

Ela buscou estender a circulação do seu jornal por todo o país, viajando para isso às regiões Norte e Nordeste. O periódico tinha como primeiro objetivo tratar sobre a educação para as mulheres, porém, com a transição política vivida pelo Brasil, o principal objetivo se tornou reivindicar os direitos das mulheres e fazer com que as mesmas tivessem suas vozes representadas nas questões políticas, podendo votar, por exemplo, posicionamento que foi intensificado com a proclamação da República, em novembro de 1889.

Do jornal, foram colaboradoras mulheres relevantes da época tanto brasileiras como estrangeiras: Narcisa Amália, poetisa, escritora e jornalista; Júlia Lopes de Almeida,  escritora, cronista, teatróloga, abolicionista e uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras; Inês Sabino, escritora; Anália Franco, dramaturga, professora, jornalista, poeta, escritora e filantropa brasileira; Revocata Heloísa de Melo, escritora, dramaturga, jornalista e educadora; Julieta de Melo Monteiro, poeta, contista, jornalista e educadora; Presciliana Duarte de Almeida, poeta e feminista; Maria Amélia de Queirós, educadora e abolicionista; Guiomar Torrezão, escritora e feminista portuguesa, Eugénie Potonié Pierre, feminista francesa.

Em “A Família”, além dos discursos sobre a participação da mulher na política, também encontram-se algumas poesias e contos. Alguns poemas encontrados falam sobre feminismo e outros sobre fé e religião. Por criticar a Igreja em determinados momentos, Josefina era acusada de de ir contra os princípios do catolicismo. Em seus poemas, como Fé, é possível ver que ela prega que a religião independe da fé, e que o ser humano deve olhar dentro de si mesmo para encontrar o sentimento. Sua crítica, na verdade, é a quem faz os rituais e dogmas na Terra, como os padres, não a Deus.

Obras de teatro: 1980 - “O voto feminino”, uma mistura de comédia, escola realista francesa e teatro musicado. A peça se passava na casa de um casal que recebe o filho e o genro para um jantar. Além deles, há outro casal (a empregada e seu marido) e um homem solteiro. Eles esperam o resultado de uma consulta submetida a um Ministro a respeito da decretação da lei do voto feminino. A peça foi apresentada apenas uma vez no Teatro Recreio Dramático, na época, um dos mais populares do Rio de Janeiro. Depois disso, reapareceu outras duas vezes no jornal A Família. Em 1891, fez parte da coletânea A mulher Moderna: trabalhos de propaganda. Josefina usou sua peça como uma ferramenta para dar voz às mulheres no cenário político brasileiro, principalmente na questão do direito ao voto.

1890 - Os companheiros do Sol, tradução do drama de Paul Jay, representada no Teatro João Caetano, RJ.

Fontes:

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior

https://pt.wikipedia.org/wiki/Josefina_%C3%81lvares_de_Azevedo



Júlia Lopes de Almeida - Rio de Janeiro

(1862 - 1934)




Filha de imigrantes portugueses, seu nome de batismo era Julia Valentina da Silveira Lopes. Foi contista, romancista, cronista, teatróloga, jornalista, abolicionista, e uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras.

Usou os seguintes pseudônimos: A. Julinto, Ecila Worms. 

Foi presidenta honorária da Legião da Mulher Brasileira, sociedade criada em 1919. Participou das reuniões de formação da Academia Brasileira de Letras, da qual ficou excluída por ser do sexo feminino. 

Sua vasta produção literária é de grande importância para literatura brasileira, e vai desde literatura infantil a romances, crônicas, peças de teatro e matérias jornalísticas.

É considerada a única escritora antes da metade do século XX a ter reconhecimento e fama. Desde jovem, teve uma educação completa, que incluía a alfabetização, o conhecimento de autores clássicos, o piano e a língua inglesa.

Foi casada com o poeta português Filinto de Almeida, e mãe dos também escritores Afonso Lopes de Almeida, Albano Lopes de Almeida e Margarida Lopes de Almeida.

Em 1881, publicou seus primeiros textos na Gazeta de Campinas, apesar de na época a literatura não ser vista como uma atividade própria para mulheres.

Numa entrevista concedida a João do Rio entre 1904 e 1905, confessou que adorava escrever versos, mas o fazia às escondidas. Três anos depois, em 1884, começa a escrever também para o jornal carioca O País, trabalho que durou mais de três décadas.

Além de O País e Gazeta de Campinas, escreveu também para A Semana e A Mensageira.

Em 1886, mudou-se para Lisboa, onde se lançou como escritora e, junto a sua irmã, Adelina Lopes Vieira, publicou seu primeiro livro: Contos Infantis (1886), uma reunião de 33 textos em verso e 27 em prosa destinados às crianças, escrito em parceria com sua irmã. Um ano depois, publicou Traços e Iluminuras, o primeiro dos seus 10 romances.

Em 1887 casou-se com Filinto de Almeida, à época diretor da revista A Semana Ilustrada, editada no Rio de Janeiro, e passou a ser colaboradora sistemática da publicação. Também escreveu para a revista Brasil-Portugal, entre 1899 e 1914. Retornou ao Brasil em 1888, onde publicou seu primeiro romance, Memórias de Marta, que saiu em folhetins em O País. Seus textos em jornais tratavam sempre de temas pertinentes à época, como a República, a abolição e os direitos civis.

Foi pioneira da literatura infantil no Brasil, e escreveu também para teatro. Foi presidente honorária da Legião da Mulher Brasileira, sociedade criada em 1919. Em colaboração com o marido, escreveu, em folhetim do Jornal do Comércio, seu último romance, A Casa Verde, em 1932.

Foi patrona do Grêmio Júlia Lopes, fundado em 1916 por um grupo de intelectuais cuiabanas. Essa instituição cultural feminina dedicava-se à produção literária através da revista A Violeta, que contava com a contribuição da própria Júlia Lopes.

Em sua época, eram poucos os artistas que conseguiam compilar seus escritos em forma de livro impresso e fazer conferências públicas. Podemos citar apenas Julia Lopes de Almeida, Olavo Bilac, Coelho Neto e João do Rio.

Integrou o grupo de escritores e intelectuais que planejou a criação da Academia Brasileira de Letras. Seu nome constava da primeira lista dos 40 "imortais" que fundariam a entidade, elaborada por Lúcio de Mendonça. Na primeira reunião da ABL, porém, seu nome foi excluído. Os fundadores optaram por manter a Academia exclusivamente masculina tal como a Academia Francesa que lhes servia de modelo. No lugar de Júlia Lopes entrou o seu marido, Filinto de Almeida, que chegou a ser chamado de "acadêmico consorte". O veto à participação de mulheres só terminou em 1977, com a eleição de Rachel de Queiroz.

Júlia Lopes de Almeida faleceu em 30 de maio de 1934, na cidade do Rio de Janeiro, por complicações renais e linfáticas decorrentes da febre amarela. Ela foi sepultada no cemitério São Francisco Xavier. Postumamente, no mesmo ano da sua morte, foi publicado seu último romance, Pássaro Tonto.

Romances: "A Família Medeiros"; "Memórias de Marta"; "A Viúva Simões"; "A Falência"; "Cruel Amor"; "A Intrusa"; "A Silveirinha"; "A Casa Verde" (com Felinto de Almeida); "Pássaro Tonto"; "O Funil do Diabo".

Novelas e contos: "Traços e Iluminuras"; "Ansia Eterna"; "Era uma vez"; "A Isca" (quatro novelas); "A Caolha."

Diversos: "Livro das Noivas"; "Livro das Donas e Donzelas"; "Correio da Roça"; "Jardim Florido"; "Jornadas no Meu País"; "Eles e Elas"; "Oração a Santa Dorotéia"; "Maternidade" (obra pacifista); "Brasil" (conferência).

Escolares: "Histórias da Nossa Terra"; "Contos Infantis" (com Adelina Lopes Vieira); "A Árvore" (com Afonso Lopes de Almeida).

Teatro: “A herança”, comédia, 1909 (representada no Teatro da Exposição Nacional, RJ, 1909); “Teatro, Porto”, possivelmente comédia, 1917, que inclui as peças “Quem não perdoa”, em 3 atos (representada no Teatro Municipal, RJ, 1912), “Doidos de Amor”, em 1 ato; “Nos jardins de Saul”, episódio bíblico em 1 ato; "O caminho do céu"; "A última entrevista"; "A senhora marquesa"; "O dinheiro dos outros"; "Vai raiar o sol"; "Laura"; “Elles e ellas”, monólogos e diálogos, 1910.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlia_Lopes_de_Almeida

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Julieta de Melo Monteiro - Rio Grande do Sul

(1863 - 1928)




Nasceu em Porto Alegre em 21 de outubro de 1863  e faleceu no Rio Grande em 27 de janeiro de 1928. Foi professora, jornalista, poetisa, contista e dramaturga. Escrevia usando o pseudônimo Penserosa. É patrona da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.

Era filha da poeta Revocata dos Passos Figueiroa de Melo, e sobrinha de Amália dos Passos Figueiroa. Casou-se em 21 de outubro de 1876, com o poeta português Francisco Guilherme Pinto Monteiro, aos 21 anos de idade.

Aos dezenove anos publica sua primeira obra: Prelúdios, livro de versos prefaciado por Emílio Zaluar, adotou a linha parnasiana. Em 1892 publica seu segundo livro de sonetos: Oscilantes.

Em 1878, fundou e dirigiu em Rio Grande, RS, a revista literária Violeta, publicada até 1879. Mais tarde, em 1890, fundou a revista Corimbo, que junto com sua irmã, Revocata Heloísa de Melo, dirigiu e publicou até o final da vida.

Publicou vários livros de versos, contos e crônicas, muitas em co-autoria com a irmã. Colaborou em diversos periódicos, como Almanaque Literário Brasileiro, Tribuna do Povo, Almanaque Literário e Estatístico do RS. 

Obras cênicas que escreveu: “Mário”, drama (com Revocata H. de Melo); “Coração de Mãe”, drama (com Revocata H. de Melo, 1893); “Noivado no céu”, ato em verso representada em Porto Alegre, RS, 1899; “O segredo de Marcial”, drama representado no Rio Grande, RS.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Julieta_de_Melo_Monteiro

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Loló de Oliveira Brandão - Rio Grande do Sul

(1864 - 1948)




Filomena Maria de Oliveira Brandão (Dona Loló) foi professora, escritora e teatróloga. Nasceu em Montenegro em 30 de julho de 1864 e faleceu em São Leopoldo em 26 de maio de 1948. Filha de pais abastados, José Inácio de Oliveira e Florinda Lima de Oliveira. A autora foi também tia do ilustre escritor montenegrino Othelo Rodrigues Rosa. 

Sua formação primária estava sob os cuidados de capacitados professores particulares, estudando várias línguas, se destacando o Francês. 

Desde cedo desenvolveu amor aos livros, e possuía livros de escritores de destaque, tanto brasileiros como estrangeiros,  sendo seus preferidos eram poetas e teatrólogos. 

Distante dos grandes centros, sem cursos universitários, sem aperfeiçoamentos, nunca deixou de aprimorar seus conhecimentos em assuntos gerais e de cultivar a poesia. Escreveu diversas poesias. 

Publicou dois trabalhos literários: "A louca do bosque" (sem data) e "A fera da montanha" (drama em 3 atos, 1921), apresentada no Teatro São João de Taquari, em 21/04/1921 e 12/10/1921; em Montenegro, em 29/04/1921; em Muçum e São Leopoldo, no mesmo ano. E recebeu críticas favoráveis em vários jornais. 

É sabido que artigos de jornais da época (que não sobreviveram) falavam sobre a autora, e ela é também citada no livro Escritores do Rio Grande do Sul, de Ari Martins, 1978.

“A fera da montanha” é marcada pelo elemento didático-educativo. Em várias passagens a autora defende a importância da alfabetização e da fauna (apesar de não haver uma preocupação com a natureza como um todo, pois, na época, as florestas do Estado ainda eram abundantes). O cenário é gaúcho, fazendo também referências aos hábitos e a cultura, como o consumo do chimarrão, e traçando elogios à terra e ao povo do Rio Grande do Sul, embora os personagens sejam dissociados do tipo humano característico que habita os pampas e as cidades sulinas.

Seus personagens são Gastão (professor ambulante, 40 anos), Aglaé (15 anos), Santusa (20 anos), Zenith (22 anos), Maria (8 anos), Paulino (13 anos), Zulaia (senhora elegante, 35 anos), seis alunos de ambos os sexos. 

Trata da história de Aglaé, uma pobre órfã de 16 anos levada a essa condição pelo pai alcoólatra. A história se desenrola num acampamento de lenhadores às margens de um arroio para o qual a menina foi trazida por um velho surdo-mudo (“que vive de tirar do mato ervas de remédio, parasitas, pedrinhas, toda essa infinidade de cousas, afim de vendê-las na cidade”) deixando-a em companhia dos irmãos Santusa, Maria e Zenith, recentemente órfãos de mãe, e cujo pai é lenhador. Zenith acaba se apaixonando pela jovem, mas o pai não concorda com o namoro e ameaça mandá-lo “pra cidade de caixeiro”. É o mulatinho Paulino que, em troca de alguns biscoitos, revela a Aglaé a ameaça que paira sobre a cabeça de seu príncipe, a qual ouviu, por acaso, enquanto tirava mel de “irapuá” no alto de uma árvore. A revelação faz Aglaé tomar uma resolução: fugir para a mata, onde vive na companhia de um velhinho surdo-mudo.

O segundo ato abre com a chegada de Zulaia, uma elegante senhora do Rio de Janeiro que ali chega por ter lido uma notícia de jornal que dava conta da existência da “deusa da floresta”. Zulaia era natural de Santa Catarina. Lá, conhecera um estudante de agronomia, vindo de São Paulo para fazer estudos da flora local. Com ele se casou e foi morar no Rio de Janeiro, onde foi abandonada pelo marido. Antes, porém, tivera uma filha com ele, que acredita ter morrido afogada aos dois anos de idade enquanto ela estava acamada com uma doença contagiosa grave.

Ainda no segundo ato começa a se desvendar o mistério que envolve a família de Zulaia. No final, ela descobre que sua filha é a deusa da floresta, e o velhinho, a fera da montanha, é na verdade o homem que a abandonou e que, disfarçado de velho, cuidou da filha.

Fontes:

https://www.montenegro.rs.leg.br/leis/leis-digitalizadas/lei-n-o-5-888-2014-a/Lei%205.898.pdf

A Literatura Dramática do Rio Grande do Sul, de 1900 a 1950, vol. 1, Antenor Fischer - Tese apresentada como requisito para obtenção do grau de Doutor em Letras da Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.



Lourdes Ramalho - Paraíba

(1920 - 2019)




Natural de Jardim do Seridó-RN e radicada em Campina Grande-PB, Maria de Lourdes Nunes Ramalho nasceu em 23 de agosto de 1920 e aos 15 anos mudou-se para Santa Luzia- PB, e em 1958 fixou residência em Campina Grande. Foi escritora, dramaturga, cordelista e pedagoga. 

Autora de mais de cem textos teatrais (alguns ainda inéditos), o alcance que tiveram os textos e espetáculos de Lourdes Ramalho lhe rendeu muitas homenagens, indicações e premiações, inclusive internacionais em países como Portugal e Espanha.

Os elementos da cultura nordestina e da poesia popular permeiam suas obras. Seu bisavô era violeiro e repentista e sua mãe professora e dramaturga. Já aos 10, 12 anos ela começou a escrever peças, e a “brincar” de teatro. Aos 15 anos, estudando em um colégio interno no Recife, escreveu uma comédia sobre a falta de professores qualificados, a má qualidade da alimentação e as formas abusivas de educação. Apresentada por ela mesma na festa de encerramento do ano letivo, causou discussões entre pais e professores e por isso foi expulsa. 

Na década de 40 Lourdes casou-se e precisou acompanhar o marido por várias cidades do interior nordestino, sendo forçada a abandonar a carreira de atriz. Mesmo assim, passou a escrever e dirigir.

Entre 1964 e 1966, Lourdes morou no Rio de Janeiro, onde fez parte da Sociedade Brasileira da Educação através da Arte (SOBREART), assistindo aulas de teatro n’O Tablado de Maria Clara Machado. De volta a Paraíba, abre uma seção da SOBREART, na qual assume a presidência e coordena as atividades do grupo teatral vinculado à associação.

Nos anos 70, suas peças começaram a ganhar notoriedade no país. Entre as premiadas estão “Fogo-fátuo” que em 1974, recebeu o prêmio de melhor Texto no I Festival Nacional de Arte de Campina Grande – PB; “As Velhas” que em 1975, em sua primeira montagem, levou o primeiro lugar no III Festival de Teatro Amador do Paraná, na cidade de Ponta Grossa; e “ A feira” que em 1976 ganhou o prêmio de melhor texto no Festival Regional de Feira de Santana- BA. A partir da década 90, Lourdes passa a se dedicar mais ao cordel.

Em 1992, sua peça “Romance do Conquistador”, escrita em versos para teatro, foi escolhida pela embaixada da Espanha para representar o Brasil na comemoração dos 500 anos da chegada dos espanhóis à América.

Em 1998, por ser estudiosa da obra de Federico García Lorca, ela foi convidada também pela embaixada da Espanha para discursar sobre a obra do dramaturgo espanhol no Brasília Capital do Debate, realizado em homenagem ao centenário de Lorca.

Sua trajetória também contou com vários textos produzidos e dedicados ao público infantil, como “Dom Ratinho e Dom Gatão”, “Anjos de Caramelada”, “Maria Roupa de Palha’’ e o “Diabo Religioso”.

No ano de 2005, em homenagem à teatróloga, foi reinaugurado o Centro Cultural de Campina Grande, pela Prefeitura Municipal, com o nome Centro Cultural Lourdes Ramalho. Em 2011, foi a homenageada da 2ª Jornada de Estudo Internacional sobre Poéticas da Oralidade: Lourdes Ramalho e o Teatro Popular, organizada pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB.

Além de textos voltados ao teatro, ela também escreveu livros de poemas “Flor do Cacto”  e o livro “Raízes Ibéricas, Mouras e Judaicas do Nordeste”, fruto de suas pesquisas. 

Em 2018, aos 94 anos,  a escritora e dramaturga foi homenageada em Campina Grande, na Vila do Artesão, onde teve seu rosto grafitado pelo artista Thiago Vinícius em uma das paredes. Ela também foi homenageada através do projeto Mãos na Vila, que é uma releitura da calçada da fama, mas no lugar de estrelas com o nome dos artistas reproduzem as mãos deles em barro. 

Faleceu em 07 de setembro de 2019,  em Campina Grande, vítima de uma parada respiratória.

Principais Obras: A Bela e o Monstro; A Cabra Cabriola; A Feira; A Mulher da Viração; Aconteceu no Nordeste; Anáguas; Anjos de Caramelada; A Velha sem Gogó; As Velhas; Auto de Natal; Chã dos Esquecidos; Charivari; Dom Ratinho e Dom Gatão; Elas por Elas; Escola Solidária; Eva e Adão; Festa do Rosário; Festejos de Natal; Festejos Juninos Profanos; Fiel Espelho Meu; Fogo-fátuo; Folguedos Natalinos; Frei Molambo; Fulano e Fulana; Fuxicada no Céu; Guiomar sem rir sem chorar; Guiomar, filha da mãe; Herói a Muque; História de Zabelê; Jesus com paixão; Malasartes Buenas Artes; Maria Roupa de Palha; Novas Aventuras de João Grilo; O Arco-íris; O Cangaceiro; O Caso de Ruth; O Diabo Religioso; Os Mal-amados; O Novo Prometeu; O Padre, a Beata e o Demônio; O Pássaro Real (Corrupio e Tangará); O Príncipe Valente; O Psicanalista; O Reino do Preste João; O Trovador Encantado; O Velho Judeu; Peleja de Dom Quixote com a Besta-Fera; Porque a Noiva botou o Noivo na justiça; Presépio Mambembe; Romance do Conquistador; Um Homem e uma Mulher; Uma Mulher Dama; Uma Visão de Mulher; Viagem no Pau-de-Arara.

Livros que publicou sobre dramaturgia: “Teatro infantil: coletânea de textos infantojuvenis”, 2004; “Charivari: texto teatral em cordel”, 2002; “O novo Prometeu e Presépio Mambembe: dois textos teatrais”, 2001; “O trovador encantado”, 1999; “Teatro nordestino: cinco textos para montar ou simplesmente ler”, 1980.

Livro que publicou sobre genealogia: “Raízes ibéricas, mouras e judaicas do Nordeste”, 2002.

Livros de poesia: “Flor de cacto: viagem ao ignoto”, 2012; “O menino e a gota, e outros poemas”, 2007.

Prêmios:

As Velhas: Primeiro lugar no III Festival de Teatro Amador do Paraná - 1975; Segundo lugar na I Mostra de Teatro Amador e Universitário da Paraíba - 1975; Premiada pelo Serviço Nacional do Teatro - 1976; Revelação do Projeto Mambembão - 1989; Prêmio de Melhor Espetáculo no XII FITEI (Festival de Teatro de Expressão  Ibérica, Portugal) - 1990.

A Eleição: Premiada pelo Serviço Nacional do Teatro - 1978.

A Feira: Prêmio de Melhor Texto pelo Serviço Nacional do Teatro - 1976; Prêmio de Melhor Texto no Festival Regional de Feira de Santana, BA - 1976.

Anáguas: Premiada pelo júri popular como “Melhor Espetáculo” do XIX Festival de Teatro de Guaramiranga, CE - 2012.

Charivari: Primeiro lugar no Concurso de Textos do Ministério da Cultura – Oficina do Autor. Brasília - 1999.

Fogo-fátuo: Primeiro lugar no I Festival Nacional de Arte de Campina Grande, PB - 1974.

Frei Molambo: Prêmio de Melhor Texto e Ator no 6º Festival do Teatro da Amazônia, AM - 2009.

Guiomar sem rir sem chorar: Prêmio de Melhor Espetáculo Adulto na I Mostra de Teatro de Caruaru - 1987.

Guiomar, filha da mãe: Prêmio de Dramaturgia no III Festival de Teatro de Guarabira, PB - 2004; Prêmio de Dramaturgia na XI Mostra Estadual de Teatro e Dança da Paraíba, 2004.

Os Mal-amados: Primeiro lugar no I Concurso Paraibano de Peças Teatrais, promovido pela Secretaria de Educação e Cultura e Serviço Nacional de Teatro - 1976.

Uma Mulher Dama: Melhor Texto e Interpretação no Festival de Inverno de Campina Grande, PB - 1979.

Presépio Mambembe: Prêmio de Melhor Espetáculo, Direção, Ator, Atriz, Cenário, Dramaturgia e Figurino na XIII Mostra Estadual de Teatro e Dança da Paraíba - 2006.

Fonte: https://www.paraibacriativa.com.br/artista/lourdes-ramalho/



Lúcia Benedetti - São Paulo

(1914 – 1998)




Lucia Benedetti Magalhães foi contista, escritora de Literatura Infantil, romancista, teatróloga, cronista e tradutora. Formou-se em Ciências e Letras e cursou Direito, mas nunca exerceu a profissão, optando por lecionar em escolas. A função de professora permitiu-lhe ser colunista do Jornal A Noite, onde registrou os incidentes e as experiências vividas com seus alunos. Naquela época, conheceu o jornalista, dramaturgo e escritor, Raimundo Magalhães Júnior, com quem se casou em 1933. Em 1942, o casal mudou-se para os EUA e ela atuou como correspondente para jornais brasileiros. Naquele período, começou a escrever romances.

Lúcia Benedetti é tida como a precursora do teatro infantil no Brasil quando, em 1948, com a estreia da peça O Casaco Encantado, lançou as bases do que hoje é considerada a dramaturgia infantil brasileira. Em todos os seus espetáculos, tentou atingir a mesma qualidade cênica e literária das apresentações voltadas para adultos. Várias de suas peças foram encenadas na Argentina e Portugal.

Principais Prêmios: Prêmio Afonso Arinos - ABL por Vesperal com Chuva - 1950; Prêmio de Teatro infantil – Prefeitura do Distrito Federal - 1954; Prêmio Arthur Azevedo – ABL - 1948 por O Casaco Encantado; Prêmio A.B.C.T. - Revelação de Autor - 1949 por O Casaco Encantado; Prêmio Teatro Infantil - Lei Jorge de Lima - 1952 por Joãozinho Anda Pra Trás.

Principais peças teatrais infantis: O Casaco Encantado (1948); Simbita e o Dragão (1948); A Menina das Nuvens (1949); Branca de Neve (1950); Josefina e o Ladrão (1951); Joãozinho Anda Pra Trás (1952); Sinos de Natal (1957); Sigamos a Estrela; Palhacinho Pimpão.

Principais peças para adulto: O Banquete e a Farsa; Amores de Celeste; Figura de Pedro (1960). Principais Contos: O Inferno de Rosauro, tal como se deu (1960); Vesperal com Chuva (1950); Nove Histórias Reunidas(1956).

Principais Romances: Chico Vira Bicho - em colaboração com seu marido (1943); Entrada de Serviço (1942); Noturno sem Leito (1947); Três Soldados (1955); Chão Estrangeiro (1956); Maria Isabel, Uma Vida no Rio (1960); O Espelho Que Vê por Dentro (1965).

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcia_Benedetti



Luísa Leonardo Marques - Rio de Janeiro

(1859 - 1926)




Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1859 e faleceu em Salvador, BA, no dia 12 de junho de 1926. Foi atriz, pianista e compositora. Usava o pseudônimo Victor Luiz.

Colaborou no periódico A Gazetinha, fundado no Rio de Janeiro por Artur Azevedo (1855-1908). Escreveu o romance Gazel, publicado em folhetim no Rio de Janeiro em 1881. 

Ao lado de Chiquinha Gonzaga, escreveu também para o teatro musicado. Não foram encontrados títulos para as peças que escreveu.

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior

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