In Memoriam M - Z

Madame Chrysanthème - Rio de Janeiro

(1870 - 1948)





Madame Chrysanthème, ou simplesmente Chrysanthème, foi o pseudônimo usado por Maria Cecília Bandeira de Melo Vasconcelos / Cecília Moncorvo Bandeira de Melo. O pseudônimo veio do popular romance homônimo do francês Pierre Loti, que descrevia o amor de uma submissa gueixa. Ironicamente, Madame Chrysanthème foi uma conhecida feminista.

Ela escreveu romances sobre a sociedade brasileira, foi contista, autora de livros infantis e dramaturga. Foi um dos mais representativos nomes femininos da literatura brasileira do início do século XX, publicando mais de vinte livros, e também se destacando como pioneira das causas feministas

Nasceu em agosto de 1870, porém, outras fontes apontam para 1948 como seu ano de nascimento. Sua data de falecimento também é incerta. Fala-se em agosto de 1948, mas outras fontes apontam 1969 ou mesmo 1986.

Casou-se aos 19 anos, teve um filho e enviuvou aos 38, em 1907, quando deu impulso a sua carreira literária inspirada pela mãe, a também escritora e dramaturga Emília Moncorvo Bandeira de Melo, mais conhecida por seu pseudônimo: Carmen Dolores.Chrysanthème iniciou-se na escrita como colaboradora de O País, e escreveu para diversos outros periódicos, como Correio Paulistano, Diário de Notícias e Gazeta de Notícias.

Foi uma figura pública conhecida, em especial por suas crônicas na imprensa. Entre seus livros está "A infanta Carlota Joaquina" (1936), no qual procura contestar o retrato tradicional da rainha luso-brasileira como uma megera.

Na área da literatura infantil, publicou os livros "Contos para Crianças" (1906) e "Contos Azuis" (1910) - este último reunindo contos maravilhosos anteriormente publicados de maneira esparsa em publicações escolares. Seu "Contos para Crianças" foi  publicado na Inglaterra em 1916 com o título "The Black Princess, and other fairy tales from Brazil" pela editora Simpkin, Marshall, Hamilton, Kent & Co. Ltd. Em algumas edições, o pseudônimo da brasileira foi substituído pela alcunha (mais britânica) de Christie T. Young.

Outras obras: Flores modernas (1921); Enervadas (romance, 1922); Gritos femininos (1922); Contos e Teatro (1922); Uma estação em Petrópolis (1923); Uma paixão (1923); Mãe (1924); Memórias de um patife aposentado (1924); Almas em desordem (1924); Vícios modernos (1925); Matar! (1927); Minha terra e sua gente (1929); O que os outros não vêem (1929); A mulher dos olhos de gelo (1935); Cartas de amor e de vício (1935); A infanta Carlota Joaquina (1936).

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Chrysanth%C3%A8me

http://obviousmag.org/serestar/2016/feminismo-e-contos-de-fadas-a-trajetoria-da-brasileira-madame-chrysantheme.html

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Maria Angélica Ribeiro - Rio de Janeiro

(1829 - 1880)





Dramaturga, tradutora, abolicionista e feminista, Maria Ribeiro usava seus textos para expor o tratamento desigual e injusto dado às mulheres fossem brancas e livres ou negras escravas. Defendia por exemplo, a ideia de que o divórcio não significava a desonra feminina, ao mesmo tempo, era contrária aos casamentos por interesse (consequentemente expressando o desejo da independência financeira da mulher). E criticou a exploração sexual de mulheres negras e mestiças no Brasil escravista pelo homem branco. 

É considerada a primeira dramaturga nacional, não por critério de data, mas pelo corpo da sua obra. Também foi a primeira dramaturga brasileira a ter suas peças encenadas em palcos, obtendo respeito profissional e sucesso de público e crítica em uma época em que os homens reprimiam iniciativas femininas voltadas para a dramaturgia. Escreveu com regularidade ao longo de vinte e cinco anos, o que rendeu mais de mais de vinte textos para teatro, na maior parte inéditos e, ao que consta, perdidos. 

Nascida em Paraty e órfã de pai, ela teve acesso à literatura graças à educação que recebeu de seu tutor, Antônio Bracet. Aos 12 anos já escrevia versos. Pouco depois, passou a colaborar com revistas sob o pseudônimo de Nênia Sílvia. Também usou o pseudônimo Um Calouro.

Casou-se aos 14 anos, e suas obrigações como esposa, dona de casa e mãe de três crianças a afastaram da escrita até os 25 anos, quando, para se distrair após a perda do filho mais jovem e incentivada pelo marido, começou sua carreira como dramaturga. 

Seu esposo, João Caetano Ribeiro, era um dos mais prestigiados cenógrafos da Corte, o que foi decisivo na sua atuação como dramaturga, pois naquela época havia um enorme preconceito no ambiente teatral. A única participação feminina aceitável era na plateia, e era comum que atrizes fossem tidas como prostitutas. Porém, ser casada com um renomado profissional de teatro facilitou sua aceitação, inclusive entre censores, empresários e críticos.

Seu primeiro texto teatral, “Guite” ou “A feiticeira dos desfiladeiros negros”, escrito em 1855, foi bem aceito pelo Conservatório Dramático, o que serviu como incentivo para que continuasse a escrever.

Em 1858, escreveu o drama em cinco atos “O anjo sem asas”, que tratava do polêmico tema da prostituta como vítima de circunstâncias. Esse texto não chegou aos palcos e hoje em dia não é mais encontrado. Outro texto seu que se perdeu foi “O Onfalista”, que também tratava da prostituição.

Em 1865, leva aos palcos seu drama “Cancros Sociais”. Apesar de ser bem recebido pelo público e ter crítica favorável, o espetáculo foi encenado apenas oito vezes consecutivas e algumas outras nos meses seguintes. Marta, a protagonista de Cancros Sociais, é uma escrava “parda clara” que, iludida com promessas de liberdade e casamento, acaba seduzida por um patife e torna-se mãe de um menino branco que lhe é arrancado dos braços e vendido por um comparsa do pai do menino. Ignorando sua ascendência africana, Eugênio cresce julgando-se órfão e, já adulto, empresário bem-sucedido, descobre que, ao negociar a posse de uma escrava para alforriá-la em comemoração ao aniversário de quinze anos de sua filha, comprara ninguém menos que a própria mãe. 

Sempre muito crítica da sociedade, ela dedicou-se a falar do tratamento desigual dado às escritoras brasileiras no prefácio de Cancros Sociais: “As europeias, sim, essas inteligentes e talentosas, podem estudar e escrever; poetar ou compor dramas e romances; podem satisfazer as ambições da sua alma, ter culto e conquistar renome… Entre nós, não, que nada disso se pode dar! O que sai de lavra feminina, ou não presta ou é trabalho de homem. E nesta última suposição, vai uma ideia oculta e desonesta… E para que compraríamos, nós mulheres, a fama de sermos autoras de trabalhos que não fossem nossos, se com ela nada ganhamos, nem temos possibilidade de obter lugar ou emprego pelos nossos méritos literários? Valem-nos eles de coisa alguma? […] Levando, pois, a efeito o meu tributo, creio cumprir com ele o doce dever da saudade maternal e a respeitosa veneração de discípula; dando também à desprovida história das letras dramáticas da minha pátria, o pequenino contingente do meu minguado talento.” 

Em torno da ideia dos homens serem os responsáveis pelos descaminhos das mulheres, Maria Ribeiro estrutura a trama de Gabriela. Neste texto, a autora lança-se em defesa da mulher vítima de calúnias e das circunstâncias, injustamente penalizada pelo único e verdadeiro culpado de todos os seus infortúnios – o próprio marido, um oficial da Marinha, que viaja por longo tempo, deixando-a sem recursos para manter a si e a filha. Gabriela, a heroína, aceita a amizade de uma alcoviteira e, embora mantenha a honra, passa a ser vista como “decaída”. O marido, de volta da viagem, dá crédito aos rumores e separa-se dela. Porém, ao receber uma carta do homem que tentara, em vão, conseguir os favores sexuais de Gabriela, reconhece sua injustiça e busca a reconciliação.

Já na comédia Um dia na opulência, publicada em 1877, retrata o cotidiano de uma família que, mesmo totalmente arruinada, tenta manter um padrão de vida luxuoso e ostensivo à custa de infindáveis dívidas.

Maria Ribeiro também trabalhou como tradutora. Há registros, por exemplo, de que Violante de Bivar e Velasco (1816-1875) quando dirigia O Jornal das Senhoras. Ali foram publicados em 1858 alguns dos vários textos teatrais franceses, italianos e ingleses que a dramaturga traduziu. Essa combinação de atividades literárias (tradução de textos famosos e produção de textos originais seus) tornou-se um ganha-pão. 

Obras:

1855 - “Guite” ou “A feiticeira dos desfiladeiros negros”; 1856 - “Paulina” (drama); 1856 - “A aventureira de Vaucloix” (drama); 1858 - O anjo sem asas;  O Onfalista; D. Sancho em Silves (drama histórico); As Luvas de Pelica; 1863 - Gabriela (drama em quatro atos encenado no Teatro do Ginásio, Rio de Janeiro pela Sociedade Dramática em benefício da atriz Gabriela da Cunha); 1866 - Cancros Sociais (drama em cinco atos publicado); Cenas da Vida Artística (comédia); 1877 - Um Dia na Opulência (comédia em dois atos publicada na Revista Ensaios Literários); 1878 - Ressurreição do Primo Basílio (comédia sob pseudônimo Um Calouro); A Cesta da Tia Pulquéria (comédia); Cancros Domésticos (comédia); 1879 - Opinião Pública (drama em cinco atos representado no Teatro São Luís, Rio de Janeiro pela companhia Emília Adelaide); Os Anjos do Sacrifício (drama em cinco atos); As Proezas do Firmino (comédia em três atos); Ouro, Ciência, Poesia e Arte (comédia); Deus, Pátria e Honra (drama em estilo quinhentista referente à época de D. Sancho I).

Fontes:

Artigo Dramaturgas brasileiras no século XIX: Escritura, Sufragismo e outras transgressões, de Valéria Andrade (Universidade Federal de Campina Grande - UFCG), publicada no site Plural Pluriel - Revue des cultures de langue portugaise. https://bit.ly/3qhnFxE

Maria Angélica Ribeiro: Uma Dramaturga Singular no Brasil do Século XIX, de Maria Stella Orsini. 



Maria Clara Machado - Minas Gerais

(1921 - 2001)





É considerada a maior autora de teatro infantil do país. Escreveu quase 30 peças infantis, além de livros para crianças e peças para adultos. Fundou o Tablado, a mais famosa escola de teatro do Brasil, e recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra em 1991.

Nascida em Belo Horizonte, ainda criança, mudou-se para o Rio de Janeiro. Sua casa era ponto de encontro de intelectuais amigos de seu pai Aníbal Machado, escritor, homem de teatro e professor. Lá, ela entrou em contato com Maria Helena Vieira da Silva, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Di Cavalcanti, Goeldi, Guignard, Portinari, Otto Lara Rezende, Rubem Braga, João Cabral de Melo Neto, Moacyr Scliar, Tônia Carrero, Albert Camus e Pablo Neruda. Toda essa atmosfera contribuiu para cercar Maria Clara de cultura desde cedo.

Em 1951, ela fundou o Tablado no Rio de Janeiro. Ali, não apenas dava cursos para atores como atuava como atriz, produtora e diretora dos textos teatrais que escrevia. O Tablado formou toda uma geração de artistas que hoje são famosos: Malu Mader, Miguel Falabella, Drica Moraes, Ernesto Piccolo, Andréa Beltrão, Catarina Abdala, Louise Cardoso, Luiz Carlos Tourinho, Felipe Camargo, Nizo Neto, Anna Cotrim, Jandir Ferrari, Marcello Novaes, Leonardo Bricio, Sergio Kato, Luisa Thiré, Debora Lamm, Cláudia Abreu, Sílvia Buarque, Bia Nunnes, Guilherme Fontes, Ricky Tavares and Eduardo Sterblitch.

Sua primeira peça, “O boi e o burro a caminho de Belém” (originalmente escrita para teatro de bonecos), 1953, era um auto de Natal que rendeu ótimas críticas. Os textos teatrais que se tornaram mais famosos foram “Pluft, o fantasminha”, “O cavalinho azul” e "A bruxinha que era boa". Sua última obra escrita foi em 2000, "Jonas e a Baleia", em parceria com Cacá Mourthé.

Ela faleceu aos oitenta anos em razão do linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer no sistema imunológico. Pouco depois da sua morte, Cacá Mourthé, ao arrumar os arquivos de teatróloga, encontrou vários textos inéditos. Alguns concluídos e datados, outros inacabados. Dentre eles, havia uma adaptação da história A Roupa Nova do Imperador, de Hans Christian Andersen. Maria Clara Machado escreveu o texto em 1980, dando-lhe o título de “O alfaiate do rei”. Essa peça foi montada por Mourthé no Tablado. Estreou no dia 28 de junho de 2004, teve 75 apresentações e foi assistida por mais de 10 mil espectadores. E outras peças suas continuam sendo montadas no Brasil.

Suas peças infantis têm um forte componente de fantasia, conto de fadas e conto maravilhoso, e fábula. São elas: 1953 - O Boi e o Burro No Caminho de Belém; 1954 - O Rapto das Cebolinhas; 1955 - Pluft, o Fantasminha; 1956 - O Chapeuzinho Vermelho; 1957 - O Embarque de Noé; 1958 - A Bruxinha Que Era Boa; 1960 - O Cavalinho Azul; 1961 - Maroquinhas Fru-Fru; 1962 - A Gata Borralheira; 1963 - A Menina e o Vento; 1965 - A Volta do Camaleão Alface; 1967 - O Diamante do Grão-Mogol; 1968 - Maria Minhoca; 1969- Camaleão na Lua; 1971 - Tribobó City; 1976 - O Patinho Feio; 1976 - Camaleão e as Batatas Mágicas; 1979 - Quem Matou o Leão?; 1980 - João e Maria; 1981 - Os Cigarras e os Formigas; 1984 - O Dragão Verde; 1985 - Aprendiz de Feiticeiro; 1987 - O Gato de Botas; 1992 - Passo a Passo no Paço; 1994 - A Coruja Sofia; 1994 - Tudo Por um Fio; 1996 - A Bela Adormecida; 2000 - Jonas e a Baleia (com Cacá Mourthé); 2004 - O Alfaiate do Rei.

Adaptações de suas Obras para a tela: 1964 - Pluft, o Fantasminha (Cinema); 1975 - Pluft, o Fantasminha (Rede Globo); 1984- O Cavalinho Azul (Cinema).

Peças Adultas: 1951 - A Moça da Cidade; 1963 - Referência 345; 1966 - As Interferências; 1970 - Os Embrulhos; 1970 - Miss, Apesar de Tudo, Brasil; 1972 - Um Tango Argentino.

Ela também escreveu para a televisão: 1972 - A Patota (Rede Globo); 1978 - A raiz milagrosa, episódio de Sítio do Picapau Amarelo (Rede Globo).

Prêmios: Associação de Críticos Teatrais: 1955 - Melhor Espetáculo - Pluft, o Fantasminha; 1955 - Melhor Autor Nacional - Pluft, o Fantasminha. / Festival Nacional de Teatro Infantil - RJ: 1958 - Prêmio “hors concours”- A Bruxinha Que Era Boa; 1970 - Tablado ganha o primeiro lugar- Maroquinhas Fru-Fru. / Prêmio na IV Bienal de São Paulo: 1963 - A Menina e o Vento. / Prêmio Paulo Pontes (Funarj): 1980 - Uma das sete personalidades mais atuantes no teatro em 1980. / Premio Molière: 1980 - 30 anos do Tablado. / Prêmio Mambembe: 1984 - Como melhor autora de texto para teatro infantil - O Dragão Verde; 1985 - Melhor Autor de Peça Nacional (Indicada); 1987- Melhor Espetáculo - O Gato de Botas; 1996 - Grupo, Movimento ou Personalidade - A Bela Adormecida. / Prêmio Ministério de Educação e Cultura e Inacen: 1985 - Cinco melhores espetáculos do ano- O Dragão Verde; 1985 - Um dos melhores espetáculos apresentados no ano- Pluft, o Fantasminha. / Prêmio Coca-Cola: 1988 - Categoria Hors Concours; 1993 - Categoria Hors Concours para O Diamante do Grão-Mogol; 1994 - Melhor Espetáculo- A Coruja Sofia.

Foi até mesmo homenageada na Marquês de Sapucaí três vezes: 1992 - Unidos do Jacarezinho (Grupo A); 2003 - União da Ilha do Governador (Grupo A); 2011 - Unidos do Porto da Pedra (Grupo Especial). Curiosidade: O carnavalesco que desenvolveu essas últimas duas homenagens (União da Ilha e Porto da Pedra) foi o mesmo: Paulo Menezes.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Clara_Machado



Maria Eugênia Celso - Minas Gerais

(1886 - 1963)





Maria Eugênia Celso Carneiro de Mendonça nasceu em São João Del Rey, Minas Gerais, a 19 de abril de 1886 (em outras fontes, seu ano de nascimento foi 1890 ou 1898 ) e faleceu em 1963 (ou 1964). Era filha do Conde e da Condessa de Afonso Celso, e neta do Visconde de Ouro Preto, que presidia o Gabinete Imperial quando da deposição do Imperador D. Pedro II. Quando criança, viveu em Petrópolis com sua família.

Poetisa, cronista, contista, dramaturga, usava o pseudônimo Baby-Flirt. Foi membro da Academia Petropolitana de Letras. 

Residiu no Rio de Janeiro, onde colaborou na Revista da Semana e na Fon-Fon. Colaborou também na Rádio Nacional e na Rádio Sociedade. 

Participou de vários congressos no país e no exterior, tendo representado o Brasil no 2० Congresso Internacional Feminista. Manteve uma coluna no Jornal do Brasil e também na estação de rádio do mesmo. 

Obras: "Em Pleno Sonho" (poemas de amor); "Vicentinho"; "Fantasias e Matutadas"; "Desdobramento"; "Alma Vária"; "Jeunesse"; "O Solar Perdido"; "Poemas Completos"; "Diário de Ana Lúcia" (romance); "De Relance" (crônicas); "Síntese Biográfica da Princesa Isabel" (biografia).

Para o teatro, escreveu: “Ruflos de Asas”, 1931; “Amores de abat-jour”, em 1 ato, 1925; “Por causa d ’ela”, em 2 atos, 1931; “O segredo das asas”, em 1 ato, 1931.

Fontes:

http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/brasil/maria_eugenia_celso.html

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Maria Jacintha - Rio de Janeiro

(1906 - 1994)





Maria Jacintha Trovão da Costa Campos nasceu em Cantagalo, em 7 de setembro de 1906 e faleceu em Niterói no dia 20 de dezembro de 1994. Foi professora, ensaísta, tradutora, autora, crítica e diretora teatral. Escreveu principalmente para teatro e radioteatro. Sua obra, em grande parte ainda inédita, constitui-se de peças, contos, críticas, traduções e vasta correspondência. 

Em 1923 concluiu a Escola Normal de Niterói e começou a lecionar português e depois francês. Manteve esta atividade profissional paralelamente às literárias e teatrais de crítica, ensaísta, contista, jornalista, tradutora, teatróloga, incentivadora de novos talentos e produtora teatral até 1943. 

Oito anos depois de formada, iniciou a carreira de escritora, colaborando com críticas de literatura e teatro em periódicos do Rio de Janeiro, São Paulo e Santos, como a Revista Flama, Revista Francesa do Brasil, Roteiro de São Paulo, Revista da Semana, O Jornal, A Pátria, O Globo, O Fluminense, entre outros.

Mais do que mulher de teatro, Jacintha foi uma mulher de seu tempo. Pacifista, libertária e preocupada com a questão a luta pelos direitos da mulher, guerras e as consequências da modernidade.

A obra produzida por essa dramaturga pode ser dividida em dois momentos distintos. O primeiro momento, de 1937 a 1947, marca a gênese de sua obra dramatúrgica no cenário teatral brasileiro, e compreende das peças: “O gosto da vida”, “A doutora Magda”, “Conflito”, “Convite à vida”, “Já é manhã no mar”. O segundo momento se caracteriza pelas peças “Um não sei o quê que nasce não sei onde” e “Intermezzo da imortal esperança”, consolidando o teatro “mariajacinthiano”. 

Sua primeira peça teatral foi “O Gosto da Vida”, escrito em 1937 e encenado em 1938, um texto, que trata do amor em liberdade, da dissolução dos elos da família, da licenciosidade amorosa. Segundo a crítica, apresenta traços de ‘grande audácia intelectual’, revelando ‘as esplêndidas qualidades de uma escritora para o difícil gênero do teatro’. Foi censurado e retirado de cartaz, por tratar de tema considerado, na época, atentatório à moral e aos bons costumes. Tal episódio, no entanto, não impediu que a peça recebesse o 1º prêmio de teatro de 1938 da Academia Brasileira de Letras. 

Em 1938, fundou (com a jornalista Sylvia de Leon Chalreo) a Revista Esfera, de Letras, Artes e Ciências, a qual dirigiu durante dois anos e com a qual colaborou até 1950 com críticas literárias e teatrais. Nessa mesma revista (que está disponível na internet), foi publicada sua peça O Gosto da Vida (pág. 20). http://www.illumina.fot.br/pdf/Esfera4.pdf

O texto “Um não sei quê que nasce não sei onde”, 1968, tem natureza memorialista, com ecos camonianos em seu título, e denuncia as arbitrariedades do período ditatorial brasileiro de 1964, retratando, de maneira ficcional, a prisão da própria escritora e outras companheiras. A peça revela uma dramaturgia de autoria feminina de expressão política nas cenas de denúncia social e de luta pelos valores éticos da humanidade. 

“Intermezzo da imortal esperança”, publicado em 1973. Aqui vemos novamente a temática recorrente de Maria Jacintha:a esperança e a vida - anunciadas no título. Mas um novo elemento nos é apresentado: a destruição do ser humano por ele mesmo; como uma profecia da degradação humana dos tempos atuais.

Tanto “Um não sei quê que nasce não sei onde” quanto “Intermezzo da imortal esperança” traduzem a filosofia de existência do homem, marca atribuída pela própria autora à sua dramaturgia. 

Fontes:

Artigo “Narrativas Femininas Sobre Dramaturgia e Docência no Interior de Pernambuco nas Décadas de 1960 e 1970”, de Bernardina Santos Araújo de (UFPB) e Anália Keila Rodrigues Ribeiro (UFPE).

Fontes:

http://itaporanga.net/genero/gt1/501.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Jacintha

http://culturaniteroi.com.br/blog/?id=1832&equ=niteroilivros



Maria Josefa Barreto - Rio Grande do Sul

(1775 ou 1787 - 1837)





Maria Josefa da Fontoura Pereira Pinto Barreto teria nascido em Viamão ou Rio Pardo, em 1775 ou 1787, e faleceu em Porto Alegre, no mesmo Estado, em 1837. Foi poetisa, repentista, dramaturga, jornalista e professora.

Foi abandonada pelos pais, sendo deixada na porta da casa de Teodósio Rodrigues de Carvalho e Josefa Joaquina da Conceição, em Viamão, e por eles adotada.

Em 1800, ainda adolescente, casou-se com Manoel Inácio Barreto. Ele exercia o cargo de carcereiro da cadeia de Porto Alegre, tornou-se soldado e depois comandante de prisão em Porto Alegre, sendo acusado, em certa ocasião, de facilitar a fuga de um condenado à morte. Por causa dessa acusação, ele desapareceu sem deixar vestígios, deixando desamparada sua esposa.

Após ser abandonada pelo marido, Maria Josefa fundou uma escola como meio de subsistência, e também dois jornais legalistas, tornando-se a primeira proprietária e diretora de jornal: "A Idade D'Ouro", com Manuel dos Passos Figueroa em 1833, e também "Bellona Irada Contra os Sectários de Momo". 

Seu nome teria sido citado em 14 artigos ou verbetes de sua época, nos quais, porém, somente foi encontrado um soneto: "Aos 55 anos do Sr. Dom João VI", que foi publicado no Almanaque de 1867 do doutor César Marques.

Obra teatral: Elogios dramáticos.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Josefa

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Maria Lino - Itália/Brasil

(? - 1940)





Dramaturga, atriz, dançarina, Maria Del Negri chegou ao Brasil aos 14 anos como dançarina do Alcazar Lyrique. Entrou para a história do teatro musical brasileiro como coreógrafa, considerada uma das maiores expoentes do maxixe – a dança proibida.

Ela estreou no teatro de revista no final do século XIX. Um dos seus primeiros sucessos foi na revista Abacaxi (1893), de Moreira Sampaio e Vicente Reis, no Teatro Apolo (RJ). 

Fez várias outras revistas, mas a sua inscrição definitiva como vedete e na história do teatro de revista se deve mesmo ao maxixe, do qual se tornou Musa. Ao mesmo tempo em que dançava esse estilo, dava continuidade à sua carreira no teatro de revista, e após consolidar seu nome na revista, fez incursões também no teatro dramático.

Com o enorme prestígio alcançado como coreógrafa e representante do maxixe, recebeu proposta para uma temporada em Paris. A temporada francesa se estendeu a várias outras cidades europeias, com Berlin e Londres. O regresso ao Brasil aconteceu em 1914, quando ela mudou seu nome artístico de Maria Lino para Maria Lina.

Como a idade começava a pesar, lançou-se como autora teatral, talvez inspirada por Cinira Polônio. Em outubro de 1915, estreou o espetáculo Ouro sobre Azul, no Teatro Recreio, RJ, alardeando em todos os jornais sua estreia como autora teatral. Além de assinar o texto, Maria também era a estrela da revista originalíssima, feérica e moderna que foi elogiada pela crítica teatral. 

Sua carreira seguiu até a década de 1920, quando diminuiu o ritmo de suas atividades. A dança se transformou em tema para teoria: ela dava entrevistas e fazia palestras sobre o maxixe: sua origem e desenvolvimento.

A partir dos anos 1930, passou a trabalhar como atriz em companhias de comédia. Uma das últimas companhias em que atuou foi a de Renato Vianna.

Maria Lino também fez cinema. Já bastante envelhecida, participou do filme Maridinho de Luxo (1938), da Cinédia, no papel de sogra do maridinho, o comediante Mesquitinha. Anos depois, faleceu, com idade bastante avançada.

Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 31 maio de 1940.

Fontes:

https://teatrobr.blogspot.com/2012/03/maria-lino-rainha-do-maxixe.html

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Maria Luísa de Sousa Alves - Bahia

(1862 - 1945)





Nasceu em Salvador em 27 de agosto de 1862 e faleceu em 28 de maio de 1945. Foi poetisa, dramaturga, jornalista, conferencista, tradutora e professora.

Colaborou para o jornal O mensageiro da fé e dirigiu a revista Paladina do Lar.

Obras teatrais que traduziu: “Os 62 mártires de Lião”, drama; “As margaridas”, comédia; “O jogo das iniciais”, comédia; “A chave falsa”, comédia.

Obras teatrais da sua autoria: “O ascendente da virtude”, comédia representada no Teatro Politeama, Salvador, BA, 1911); “A disputa das flores”, comédia; “Não tenho pressa”, monólogo.

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Maria Velluti - Portugal/Brasil

(1827 - 1891)





Maria da Conceição Singer Velluti nasceu em Lisboa no dia 10 dezembro 1827 e faleceu no Rio de Janeiro em 15 de julho de 1891.

Atriz, escritora e tradutora. Iniciou a carreira artística em Lisboa como dançarina e depois como atriz. Segundo Sousa Bastos, foi amante de um famoso ator, mas ninguém sabe seu nome, e de vários escritores, inclusive Almeida Garret. 

Fez sua estreia no teatro real em Lisboa em 1845. Em 1847, emigrou para o Brasil, onde deu continuidade a sua carreira como cantora e atriz e desempenhou um papel importante na vida teatral brasileira de meados do século XIX, tanto como artista cênica quanto como tradutora de peças, representando a forte influência portuguesa no teatro brasileiro da época. Casou-se com o gerente de teatro e ator Joaquim Augusto Ribeiro de Sousa.

Não há registro de obras de teatro escritas por ela, mas trabalhou como tradutora de um número considerável de peças teatrais escritas originalmente em francês.

A vida de uma atriz (drama por MM. Aniceto Bourgeois e Theodoro Barrière); Um francês em Espanha; As primeiras proezas de Richelieu; O cavalheiro d ’Essone; Os filhos de Adão e Eva; Três boticários; Os efeitos da educação; Luísa, A vendedora de perus; Os ajudantes do campo; A filha de Jaquelina; Batalha das damas; Fanfarrões de vícios; Uma invasão de mulheres; O beneficio de um ponto; Questão de dinheiro; O condestável de Boubon; Joana d ’Arc; O quadro; As noites do Sena; O romance cômico e os dramas”; “A cigana de Paris”; “Carlota Cordccy”; “O ramo de carvalho”; “Paulo e Virgínia”; “Os infernos de Paris”; “O asno morto”; “Adriana Lecouvreur”; “Maria Padilha”.

Fontes:

https://www.whomarried.com/maria-velluti-64623410

https://en.wikipedia.org/wiki/Maria_Velluti

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Mary Daniel - Argentina/Brasileira

(1911 - 2012)





María Irma López Daniel, mais conhecida como Maria Monterrey e posteriormente Mary Daniel, foi atriz de teatro, cinema e TV, bailarina, cantora, teatróloga, radionovelista e  empresária radicada no Brasil, onde alcançou o título de primeira dama do teatro de revista.

Nasceu em Salta, Argentina, em 20 de julho de 1911. Filha de artistas circenses, ela  começou muito cedo a dar os primeiros passos de dança, fazendo uma dupla de bailarinas acrobatas com sua irmã Alba Lopez e apresentando-se em teatros de Buenos Aires. Durante uma dessas apresentações, as irmãos foram vistas por um empresário teatral que as levou para o Rio de Janeiro no início dos anos 1930 para integrarem o elenco de um espetáculo de variedades, naquela época chamado de 'revista'. 

Casou-se em 1935 com o argentino Juan Daniel, cantor de sucesso e representante do bolero no Brasil, e dessa união nasceu o famoso ator e diretor Daniel Filho. Mary foi também avó da atriz Carla Daniel (filha de Daniel Filho).

No início dos anos 1940, adotou o nome artístico Maria Monterrey e desfez a dupla com a irmã, que atuou em várias produções da Mary a partir dos anos 50.

Esteve no Recife em setembro de 1944, acompanhada de seu esposo, e apresentou-se no Teatro de Variedades da Festa da Vitória e no Teatro de Santa Isabel, dividindo o palco com o marido e outros artistas. Nessa viagem, foi fichada pela DOPS/PE.

Algum tempo depois, ela mudaria de nome uma vez mais, passando a se apresentar como Mary Daniel. Foi com esse nome que ficou mais conhecida pelo grande público.

Em 1946, o presidente Dutra fecha os cassinos e, sem locais para se apresentarem, ela e o marido compraram o Gran Circo Atlântico (Circo Pavilhão). Os dois se filiaram ao SBAT e no novo espaço começaram a encenar textos escritos por Mary. São dessa época “Beija-me que te convém” (comédia); “Pecadora” (comédia dramática); “Felicidade Perdida” (melodrama); “Eu Quero Casar” (ou As Filhinhas do Papai - comédia); “Lalá, Lelé e Lili” (ou Três Menina do Barulho - comédia);  e “Luz nas Trevas” (ou A Eterna Noite - comédia dramática). Porém, o circo não foi o sucesso esperado e o casal o vendeu.

Em 1949 criaram a companhia teatral Juan Daniel para a qual Mary escreveu diversas peças usando o pseudônimo Alberto Flores. Além disso, montaram o teatro Follies, em Copacabana, Rio de Janeiro, onde encenaram as peças escritas por Mary, que ali também atuou como atriz, coreógrafa, bailarina e diretora. O teatro foi inaugurado em 10 de novembro com a revista “Já vi Tudo”, escrita em parceria com Floriano Faissal.

Em 1950, escreveu as revistas “Ele vem Aí” e “Tô de Olho”, ambas em co-autoria com Jorge Murad. Sozinha, escreveu “Boa noite, Rio!”, "Já Vai Tarde”, e “Tá na Cara”. Com Paulo Orlando e José Wanderley, escreveu "Cabeça Inchada”. Com Paulo Orlando e C.A. Lopes escreveu “Eva no Paraíso"

Em 1951, com Jorge Murad, escreveu “Carnaval na Rua”; com Marcos Bronemberg escreveu “Moulin Rouge”; e “É Rei, Sim!” foi provavelmente criada em co-autoria com Freire Júnior e Walter Pinto.

“Tira a Mão Daí!” foi uma revista escrita por Mary sem parceria em 1952. Em agosto desse mesmo ano, o Follies pegou fogo e a companhia de teatro passou a se apresentar no Teatro República com o espetáculo “A Verdade Nua”, também escrito por Mary Daniel sob pseudônimo, e em outubro, levou ao mesmo palco “Poeira no Chão” (co-autoria de Paulo Orlando).

Em março de 1953, fez uma turnê de 60 dias pela América do Sul com o espetáculo “Aquarela do Brasil”, uma junção de quadros de revistas anteriormente encenadas. Ao voltar para o Brasil, apresentou-se em Porto Alegre, RS, e Curitiba, PR. Na capital do Paraná também apresentou os espetáculos “Fogo na Roupa”, “Te Cuide, Mariposa!” e “Paris à Meia Noite”, todos escritos por ela. No mesmo ano, escreveu, “Sonhos de uma Noite”. E em parceria com Paulos Orlando, outras duas: “O que é que o Biquini Tem?” e “Rei Momo da Toca”.

Em 1954, escreveu “Chuva de Brotos” e “Tudo é Lucro”, com Paulo Orlando.

“Mulata Convencida” foi escrita em 1956.

Em 1957, Mary escreveu para a TV Tupi: "Desafiando a Morte"; "O que virá Depois" (com Jacy Campos); "Teto Zero"; "A Morte do Estafeta" (com quatro histórias); "A Trama" (A Verdade que Ninguém Vê); "A Volta ao Mundo em 80 Dias" (adaptação do romance de Jules Verne); "Homicida Inocente" (policial); "Marcha dos Cem Passos"; "Olho de Vidro" (suspense); "Opus 13" (policial); "Retrato de Laura" (drama); "Segredo da Fantasia" (policial); "Solar das Penas" (suspense); "Sombras".

Em 1959, para o teatro, escreveu o espetáculo "Quadros", com os sketches: Ao Fim Sós; De que é o Filho; Coitado, Não Sabe de Nada!; Meu Único Amor; A Peça que não Foi.

Escreveu com R. Rocha a peça "O Negócio é Bite-Bite" em 1961.

Em 1969 passou a trabalhar como atriz em novelas televisivas: 1969 - Véu de Noiva; 1970 - Pigmalião 70; 1971 - O Homem Que Deve Morrer; 1972 - Selva de Pedra; 1973 - O Semideus; 1974 - Fogo sobre Terra; 1975 - Bravo!; 1975 - Pecado Capital; 1984 - A Máfia no Brasil; 1990 - Barriga de Aluguel; 1996 - Quem é Você?; 1998 - Mulher.

Também em 1969 iniciou sua carreira como atriz de cinema: 1969 - A Cama ao Alcance de Todos; 1972 - Eu Transo, Ela Transa; 1975 - O Casal.

Em 1985 comemorou bodas de ouro com o marido.

Em 2011, celebrou 100 anos de vida, e ganhou a biografia “A Acrobata e o papel: uma vida de artista”, escrita por Maria Cristina de Souza, e que está disponível na internet.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 21 de junho de 2012.

Fontes:

https://vaneconstance.carbonmade.com/projects/6200881

http://obscurofichario.com.br/fichario/maria-irma-lopez-daniel/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Daniel



Matilde Liabastre - ?

(nascimento? - morte?)





Usava o pseudônimo Thilbas e escreveu a comédia “Pequena milionária”.

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Palmyra Wanderley - Rio Grande do Norte

(1894 - 1974)





Palmyra Guimarães Wanderley nasceu em Natal no dia 6 de agosto de 1894. Foi poetisa e dramaturga.

Publicou na juventude, o primeiro livro de versos, “Esmeraldas” (1918), bem aceito pela crítica. Foi uma das fundadoras da revista A Via Lactea (1914 - 1915), primeira revista feminina da cidade e colaborou nos jornais e revistas: A República; A Imprensa; União (RJ); Revista Feminina e Revista Moderna (SP); Paladino do Lar (BA); Estrella (CE); e outras.

“Roseira Brava”, seu segundo livro, sob a responsabilidade da Fundação José Augusto, ganhou Menção Honrosa da Academia Brasileira de Letras e recebeu de Florence Carll, em Limois, um pedido para que a obra figurasse em na sua tese sobre poetas latino-americanos.

Para o teatro, ela escreveu “A Festa das Cores”, fantasia lírica. 

Fontes:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grande_norte/palmyra_wanderley.html

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Pepita de Abreu - Portugal

(1890 - 1962)




Pepa Martins de Abreu Melo Vieira nasceu em Lisboa em 6 de julho de 1890 e faleceu na mesma cidade em 17 de Juho de 1962. Foi dramaturga, jornalista, atriz e tradutora. 

Era filha da atriz Emília de Abreu. Estreou-se no Teatro Príncipe Real, no Porto, em 1907. Representou em diversos teatros de Lisboa e Porto e fez apresentações em outras localidades, como o Arquipélago dos Açores e o arquipélago da Madeira e pelo Brasil, onde viveu e colaborou em diversos diários e revistas

Chegou ao Brasil em 1919 como integrante da Companhia Maria Matos. No Rio de Janeiro, foi também redatora dos jornais Boa-Noite e Jornal do Commercio.

Suas obras de teatro: “Boa-Tarde”, revista (espetáculo de variedades); “Manto de Arlequim”, (revista).

Também traduziu do francês várias comédias: Asas partidas, tradução, comédia; Missa do Galo, tradução, comédia. 

Depois de 27 anos de intensa atividade, resolveu abandonar a cena artística e se casar com o coronel Melo Vieira. Contudo, não deixou de lado sua paixão pelo teatro, tendo fundado, em colaboração com o ator César Viana, O Círculo de Divulgação Teatral.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pepa_Martins_de_Abreu

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Raimunda Pinto - ?

(? - 1954)





Foi educadora, poetisa, cronista, dramaturga. Escrevia sob o pseudônimo Mundiça. Enteada do escritor, historiador e dramaturgo Viriato Correia.

Obras de teatro: Pio Mamede, sainete; O marido dela, comédia (1930); Complicando a vida, comédia; Surpresas do acaso, burleta; Cavando o dele, burleta; Por que não?, burleta.

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Rachel de Queiroz - Ceará

(1910 - 2003)





Foi tradutora, romancista, escritora, jornalista, cronista prolífica e dramaturga. Autora de destaque na ficção social nordestina e membro da Academia Cearense de Letras, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras em 1977, e a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões. Era descendente, pelo lado materno, da família de José de Alencar.

Estreou na imprensa no jornal O Ceará, após escrever uma carta ridicularizando o concurso Rainha dos Estudantes, promovido pela publicação. A reação ao seu texto foi tão positiva que o diretor do jornal a convidou para colaborar com a publicação. Ainda como jornalista, escreveu crônicas durante 30 anos para a revista semanal O Cruzeiro e, com o fim desta, migrou para o jornal O Estado de S. Paulo.

Seu primeiro romance, História de um Nome, foi lançado em folhetim em 1930, quando tinha 19 anos. Ainda naquele ano, ficou nacionalmente conhecida ao publicar O Quinze, romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria, e que ela escreveu quando estava doente e precisou ficar em repouso. Durante esse tempo, escreveu o romance escondida à noite. Através de O quinze, a autora destacou‐se no desenvolvimento do romance nordestino.

Começou a se interessar por política entre 1928 e 1929 ao ingressar no que restava do Bloco Operário Camponês em Fortaleza, formando o primeiro núcleo do Partido Comunista Brasileiro. Em 1933 foi morar em São Paulo, onde se filiou ao sindicato dos professores de ensino livre, controlado naquele tempo pelos trotskistas. Para fugir da perseguição por ser esquerdista, foi morar em Maceió, em 1935. À época, durante o Estado Novo, viu seus livros serem queimados junto com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos sob a acusação de serem subversivos.

Em 1939, já escritora consagrada, mudou-se para o Rio de Janeiro. No mesmo ano, foi agraciada com o Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As Três Marias. Aos poucos, foi mudando de posicionamento político. Chegou a ser convidada para ser ministra da educação por Jânio Quadros. Em 1964, apoiou a ditadura militar que se instalou no Brasil. Integrou o Conselho Federal de Cultura e o diretório nacional da ARENA, partido político de sustentação do regime.

Escreveu Memorial de Maria Moura em 1992, e a obra foi transformada em minissérie pela Rede Globo dois anos depois, sendo exibida não apenas no Brasil, mas também em Angola, Bolívia, Canadá, Guatemala, Indonésia, Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Transformou a sua fazenda "Não Me Deixes", em Quixadá, Ceará, em reserva particular do patrimônio natural. Morreu em 4 de novembro de 2003, vítima de problemas cardíacos, no seu apartamento no Rio de Janeiro, dias antes de completar 93 anos. Foi enterrada no cemitério São João Batista, sob a rede onde costumava dormir. Um mês depois de sua morte, foi lançado na Academia Brasileira de Letras o livro Rachel de Queiroz, um perfil biográfico da escritora, fruto de uma longa pesquisa realizada pela jornalista Socorro Acioli, publicado pelas Edições Demócrito Rocha.

Teatro: Lampião (1953); A beata Maria do Egito (1958); Teatro (1995); O padrezinho santo (inédita); A sereia voadora (inédita).

Crônicas: A donzela e a moura torta (1948); Cem crônicas escolhidas (1958); O brasileiro perplexo (1964); O caçador de tatu (1967); Um Alpendre, uma rede, um açude - 100 crônicas escolhidas; O homem e o tempo - 74 crônicas escolhidas; As menininhas e outras crônicas (1976); O jogador de sinuca e mais historinhas (1980); As terras ásperas (1993).

Com sua irmã Maria Luiza de Queiroz: Tantos Anos, autobiografia (1998); Não me deixes: suas histórias e sua cozinha, memórias gastronômicas (2000).

Principais romances: O quinze (1930); João Miguel (1932); Caminho de pedras (1937); As Três Marias (1939); O galo de ouro (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950); Dôra, Doralina (1975); Memorial de Maria Moura (1992).

Versátil, ela também escreveu três livros infantojuvenis: O menino mágico, vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura Infantil em 1969, Andira e Cafute & Pena-de-prata. Nessas histórias, a autora usa elementos de fantasia e fábula.

Reunidas de ficção: Três romances (1948); Quatro romances (1960); Seleta, seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973).

Obras traduzidas: O quinze: alemão, francês, espanhol; Memorial de Maria Moura: Francês, alemão, italiano; As Três Marias: inglês, alemão; João Miguel: francês.

Rachel de Queiroz também escreveu ficção científica. No conto “Ma-Hôre”, vemos uma criaturinha extraterrestre que convive com alguns humanos. A história inclui outros mundos, naves espaciais e um final sinistro.

Principais prêmios: Prêmio Fundação Graça Aranha para O quinze, 1930; Prêmio Sociedade Felipe d' Oliveira para As Três Marias, 1939; Prêmio Saci, de O Estado de S. Paulo, para Lampião, 1954; Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra, 1957; Prêmio Teatro, do Instituto Nacional do Livro, e Prêmio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, para A beata Maria do Egito, 1959; Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, da Câmara Brasileira do Livro (São Paulo), para O menino mágico, 1969; Prêmio Nacional de Literatura de Brasília para conjunto de obra em 1980; Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, em 1981; Medalha Marechal Mascarenhas de Morais, em solenidade realizada no Clube Militar, em 1983; Medalha Rio Branco, do Itamarati, 1985; Medalha do Mérito Militar no grau de Grande Comendador, 1986; Medalha da Inconfidência do Governo de Minas Gerais, 1989; Prêmio Camões, o maior da Língua Portuguesa, 1993,[10] sendo a primeira mulher a recebê-lo; Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual do Ceará - UECE, 1993; Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, de Sobral, em 1995; Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal, 25 de Março de 1996; Prêmio Moinho Santista de Literatura, 1996, dentre outros inúmeros prêmios e títulos; Título Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2000; Medalha Boticário Ferreira, da Câmara Municipal de Fortaleza, 2001; Troféu Cidade de Camocim em 20 de Julho de 2001 - Academia Camocinense de Letras e Prefeitura Municipal de Camocim.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rachel_de_Queiroz



Renata Pallottini - São Paulo

(1931 - 2021)





Nasceu em 20 de janeiro de 1931 e faleceu em 8 de julho de 2021, aos 90 anos, de mieloma múltiplo. Foi dramaturga, ensaísta, poetisa e tradutora. Floresceu na geração de vanguarda paulista dos anos de 1960, que trouxe renovação à cena contemporânea e estimulou o amplo movimento político-cultural que caracterizou a época, marcando de maneira decisiva as gerações posteriores. Como dramaturga, alinhava-se a autores da importância de Gianfrancesco Guarnieri, Plínio Marcos, e Lauro César Muniz. Publicou livros de contos, poesia infantil e ensaios. Teve obras encenadas por criadores assíduos da cena nacional, tais como Silnei Siqueira, Ademar Guerra, José Rubens Siqueira, Marcia Abujamra e Gabriel Vilela.

Cursou Direito na Universidade de São Paulo (USP) entre 1949 e 1953, onde publicou seus primeiros poemas nas revistas da faculdade. Também fez o Curso de Filosofia Pura na Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), concluído em 1951, e doutorou-se pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1982.

Em 1964, lecionou História do Teatro Brasileiro na Escola de Arte Dramática da USP. Entre 1969 e 1982 foi roteirista do programa infantil Vila Sésamo e diretora da Escola de Arte Dramática da USP.

Nas décadas de 1970 e 1980 trabalhou como tradutora e roteirista de telenovelas e séries para a TV, dentre as quais Malu Mulher (TV Globo).

Livros de poesias: 1952 - “Acalanto”; 1962 - “A Faca e a Pedra”; 1971 - “Os Arcos da Memória”; 1978 - “Noite Afora”; 1987 - “A Menina que Queria Ser Anja”; 1988 - “Esse Vinho Vadio”.

Livros teóricos: Introdução à Dramaturgia; O que é Dramaturgia; Teatro Completo; Dramaturgia: a construção da personagem; Dramaturgia de televisão.

Traduções/Adaptações:

1968 - Traduziu Hair, de James Rado e Gerome Ragni, que ganha prestigiada encenação de Ademar Guerra, e atribui-lhe o Prêmio de Melhor Tradução da União Cultural Brasil-Estados Unidos. 

1969 - Adaptou outra adaptação Veredas, uma edição de trechos das obras Sagarana, Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, outra parceria com a diretora Theresa Aguiar. 

1973 - Prêmio da União Cultural Brasil-Estados Unidos de melhor tradução com Godspell, de John Mitchell Tebelak para um espetáculo de Altair Lima.

1974 - Recebeu prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) de melhor tradução por Lulu, de Frank Wedekind, com direção de Ademar Guerra.

1978 - Traduz A Vida é Sonho, de Calderón de La Barca, para um espetáculo de Celso Nune (tradução que é utilizada na montagem de 1991 de Gabriel Villela).

1980 - Traduz Divinas Palavras, de Ramón del Valle-Inclán, que teve direção de Iacov Hillel para a EAD/ECA/USP.

1986 - Traduziu e roteirizou textos de Federico Gárcia Lorca, intitulando a obra de Caminho que Fazem o Darro e o Genil Até o Mar, com direção de Theresa Aguiar.

2001 - Traduziu e adaptou Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, que teve direção de Marcia Abujamra. 

Dramaturgia:

1957 - Escreveu “A História do Juiz”, que ganharia montagem em 1971, nas mãos de Eloy Araújo, que dirigiria a montagem também no Rio de Janeiro, em 1974, e outra, no ano seguinte, em São Paulo. 

1960 - Sua peça “A Lâmpada” foi montada com direção de Teresa Aguiar, em Campinas SP. 

1965 - Aconteceu sua estreia no teatro profissional, com a encenação da sua peça “O Crime da Cabra” sob direção de Carlos Murtinho

1967 - “Pedro Pedreiro” foi encenada com música de Chico Buarque e direção de Silnei Siqueira. Esse foi o primeiro espetáculo da EAD a excursionar ao exterior, participando do Festival de Teatro Universitário de Manizales, na Colômbia.

1968 - Escreveu “O Escorpião de Numância”, baseado no Cerco de Numância, de Cervantes, espetáculo dirigido por José Rubens Siqueira, com Cláudio Corrêa e Castro no papel principal, ganhando o Prêmio Anchieta da Comissão Estadual de Teatro de melhor texto teatral. 

1972 - Escreveu “Enquanto Se Vai Morrer”, peça sobre os problemas da pena de morte e da tortura, e que foi censurada no ano seguinte.

1976 - De sua autoria, “Serenata Cantada aos Companheiros”, foi dirigida por Fausto Fuser. 

1984 - Em Curitiba, o encenador Ademar Guerra realizou uma montagem de seu texto “Colônia Cecília”.

1995 - “O País do Sol” sobe a cena no Projeto 3a Idade da USP, com direção de José Eduardo Vendramini, numa produção da EAD/ECA/Faculdade de Filosofia, Letras e

Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP. 

1997 - Recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura concedido pela Câmara Brasileira do Livro. 

2002 - Zé Carlos de Andrade dirigiu, para a Faculdade Paulista de Artes, “Enquanto Se Vai Morrer”.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Renata_Pallottini



Revocata Heloísa de Melo - Rio Grande do Sul

(1860-1945)





Nasceu em Porto Alegre no dia 31 de dezembro de 1860  e faleceu em Rio Grande, 23 fevereiro de 1945. Era professora, jornalista, poetisa, cronista e dramaturga. Escrevia sob os pseudônimos Sybilla e Hermengarda. Foi membro da Sociedade Partenon Literário. Homenageada com nome de rua em Porto Alegre, no bairro São José e nome de escola estadual em Rio Grande.

Junto com sua irmão Julieta de Melo Monteiro, fundou e dirigiu a revista literária Corimbo, publicada em Rio Grande, RS, durante 64 anos, desde 1890, e também fundou o jornal Violeta.

Foi redatora do Diário de Pelotas. Colaborou em vários periódicos, como Almanaque Literário e Estastitico do RS e Revista do Partenon Literário. 

Obras de teatro: Mário, drama em co-autoria com Julieta de Melo Monteiro; Coração de Mãe, drama, em co-autoria com Julieta de Melo Monteiro, Porto Alegre, 1893; Grinalda de noiva, drama. 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revocata_Helo%C3%ADsa_de_Melo

Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Socorro Costa - ?

(nascimento? - falecimento?)





Maria do Socorro Costa, nascida na primeira metade do século XX, lecionou até a década de 90 em Sanharó, PE. Além de professora, era teatróloga, cuidando de todos os aspectos cênicos para levar peças à sua plateia: criação de textos, escolha de elenco, cenografia, material de cena, figurinos e direção. Os demais participantes das peças eram voluntários e qualquer lucro obtido era revertido para as igrejas católicas locais.

Tomada por uma vontade imensa de se expor artisticamente através da criação de textos, interpretação, direção e produção, ela assim o fez, escrevendo peças e adaptando contos com sucesso. 

Uma das primeiras peças foi “Isabel da Turíngia” em 1955, que contava a vida da santa e que foi montada com o intuito de angariar fundos para a construção da Igreja Matriz. Houve também o monólogo “Ser atriz”. 

Cantados ou falados, os textos apresentados repetiam discursos já bem consolidados para a sociedade da época, além de trazer recortes sobre acontecimentos recorrentes à vida do interior pernambucano, como a orfandade e a mortalidade infantil. Também faziam parte nestas representações os namoros proibidos, geralmente tensionados pela relação de classe; a pobreza e a riqueza; o crime e o castigo; o trabalho e a preguiça; a obediência e a desobediência; a estiagem e as chuvas. Estas temáticas não eram problematizadas, mas endossavam os discursos positivistas e deterministas, marcados pela moral judaico-cristão, reforçadora do conformismo e da acomodação.

Seus textos melodramáticos consolidavam uma crítica, avançando no entendimento das problemáticas que assolavam a sociedade brasileira, e funcionavam como um princípio reforçador dos ideais liberais apregoados na sala de aula, agora extensivos a toda a comunidade, sua função educativa ganhava abrangência e apoio bem maiores. 

A arte circense exerceu influência em sua atuação teatral. Sobre isso, Socorro Costa escreveu: “O circo configura uma passagem para um espaço irreal que se abre temporariamente dentro do esmagador cotidiano. Um oásis de fantasia em meio ao deserto da realidade. É como se um passe de mágica modificasse o cidadão comum, absolutamente anônimo no labirinto das cidades, tornando-o um ser privilegiado, dotado de habilidades invejáveis que o distinguem dos demais. Em um lugar onde antes não havia nada, brota da terra, rapidamente, como que por efeito sobrenatural, um pavilhão de sonhos. Encerrada a temporada, com destino ignorado, a caravana dirige-se para outros sítios, reconduzindo o lugar onde emoções indescritíveis foram vividas à sua condição anterior de nada.”

Fonte: Artigo “Narrativas Femininas Sobre Dramaturgia e Docência no Interior de Pernambuco nas Décadas de 1960 e 1970”, de Bernardina Santos Araújo de (UFPB) e Anália Keila Rodrigues Ribeiro (UFPE). http://itaporanga.net/genero/gt1/501.pdf



Stella Leonardos - Rio de Janeiro

(1923 - 2019)




Stella Leonardos da Silva Lima Cabassa nasceu na capital do Rio de Janeiro em 1 de agosto de 1923 e faleceu na mesma cidade no dia 11 de junho de 2019. Foi poetisa, teatróloga, tradutora, e autora de literatura para crianças com mais de duzentos títulos publicados e cerca de trinta prêmios literários nacionais, sendo nove da Academia Brasileira de Letras.

Integrou a terceira geração do movimento modernista. Foi presidente da Academia Carioca de Letras e Decana do PEN Club do Brasil. Foi também Secretária Geral da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, membro do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica e da Sociedade Eça de Queiroz, além de acadêmica do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro e membro da International Writers and Artists Association, do Bluffton College de Ohio (EUA).

Lançou seu primeiro livro em 1940. Participou de um grupo de teatro amador entre 1943 e 1945, ano em que se casou. Em 1946 formou-se em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. De 1942 a 1971 trabalhou como tradutora (catalão, espanhol, francês, inglês, italiano e provençal).

Sua peça "Palmares" foi encenada em 1944 no Rio de Janeiro pelo grupo "Teatro do Estudante", de Paschoal Carlos Magno, tendo a colaboração do recém fundado Teatro Experimental do Negro (TEN). Fundado e dirigido por Abdias Nascimento, o TEN recrutou, ensaiou e colocou em cena 200 pessoas e três atores em papéis de destaque, com Aguinaldo Camargo no papel de Zumbi dos Palmares.

Em 1970, lançou o livro “Seis Peças de Teatro para Crianças” (Ediouro), co m traduções de clássicos do teatro infantil mundial: Os Três Peregrinos (França); O Riachinho dos Desejos (China); Irmão Estanislau e "Seu" Lobo (Polônia); Os Escarpins da Princesa (Brasil); Do Alegre Robin Hood (Inglaterra); Generalzinho de Saia (Alemanha). Em outro livro com peças para crianças, ela publicou duas peças: O Caso dos Pirilampinhos e O Consertador de Brinquedos.

Em 1972 publicou o livro "Teatro em Dois Tempos" (Serviço Nacional de Teatro/Ministério de Educação e Cultura) com os textos Maria do Mar (em dois atos) e Ifigênia de Ouro Preto (em dois atos).

Prêmios:

Olavo Bilac (1957) da Academia Brasileira de Letras, por "Poesia em 3 Tempos";

Paula Brito de Poesia (1960) por "Rio Cancioneiro";

Júlia Lopes de Almeida (1961) da Academia Brasileira de Letras, por "Estátua de Sal";

Nacional de Poesia (1964) por "Geolírica";

Fernando Chinaglia (1970) da União Brasileira dos Escritores por "Cantares na Ante-Manhã";

Casemiro de Abreu (1975) da Secretaria de Educação e Cultura por "Romançário";

Bienal Nestlé de Literatura Brasileira (1986) por "Romanceiro da Abolição" (3º lugar);

Batista I Roca (2001) do "Institut de Projecció Exterior de la Cultura Catalana" (Barcelona, Espanha);

Poesia Centenário de Henriqueta Lisboa (2001) da Academia Mineira de Letras por "Mitica";

Medalha Machado de Assis, da União Brasileira de Escritores de Nova York;

Internacional da Cultura Catalã Batista i Roca;

Medalha de Mérito Cultural, concedida pelo Consulado da Grécia do Rio de Janeiro;

Medaille de Vermeil, da Société d'Encouragement au Progrès (França);

Medalha de ouro da Académie des Arts Sciences et Lettres (França).

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Stella_Leonardos_da_Silva_Lima_Cabassa

http://www.casadatorre.org.br/stella.htm



Sylvia Orthof - Rio de Janeiro

(1932 - 1997)





Sylvia Orthof Gostkorzewicz nasceu em 3 de setembro de 1932 e faleceu no dia 24 de julho de 1997 em Petrópolis, no mesmo Estado, em decorrência de um câncer. Era filha do pintor Gerhard Orthof e da pintora e ceramista Gertrud Alice Goldberg, um casal de judeus austríacos, é sobrinha do compositor Arnold Schönberg. Sua formação incluia cursos de mímica, desenho, pintura, arte dramática e teatro. Foi dramaturga, compositora, atriz e escritora de livros infantis.

Na área de dramaturgia infantil, trabalhou como autora, diretora, pesquisadora e professora de teatro. Viveu dois anos em Paris, aprendendo com Marcel Marceau a arte da mímica. Ao voltar para o Brasil, trabalhou como atriz no Teatro Brasileiro de Comédia e na TV Record. Viveu e desenvolveu atividades teatrais em Nova Viçosa, BA, e Brasília, onde lecionou Teatro na Universidade de Brasília e coordenou as atividades de teatro do SESI.

Em julho de 1969, lecionou expressão corporal no Curso de Teatro do Festival de Inverno de Ouro Preto-MG, vinculado à Universidade Federal de Belo Horizonte. Como produto do Curso, o grupo de alunos encenou o espetáculo teatral "Ciranda de Vila Rica", dirigido e montado por Sylvia Orthof, com trechos do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. 

Entre as muitas peças de teatro, destacam-se “Eu chovo, tu choves, ele chove”, "Quem roubou meu futuro", “O Cavalo Transparente”, “A Viagem de Um Barquinho”, “Se as Coisas Fossem Mães”, “Ponto de Tecer Poesia”, “Ervilina e o Princês”, “Zé Vagão da Roda Fina e Sua Mãe Leopoldina” e “Lustrosa, Cantora Misteriosa”. Em 1989, criou, na cidade de Petrópolis-RJ, a Cia. Teatro Livro Aberto, onde dirigiu oito de seus textos. A Cia. Teatro Livro Aberto mantém suas atividades até os dias de hoje encenando os textos de Sylvia Orthof pelo Brasil sob a direção de Fernando Vianna.

Como compositora, podemos ver seu trabalho no disco "Cantando Sylvia Orthof", 2002, organizado pelo músico, ator e compositor Marco Aurêh.

Na literatura infantil, começou, em 1979, a colaborar com a Revista Recreio a convite de Ruth Rocha. Publicou seu primeiro livro infantil em 1981, escrevendo, a partir de então, cerca de 120 títulos para crianças e jovens, entre contos, peças teatrais e poesias. 

Ganhou inúmeros prêmios por suas obras, entre eles 13 títulos premiados com o selo Altamente Recomendável para Crianças pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

1978 - Prêmio Molière de teatro por A Viagem do Barquinho.

1979 - 1º lugar no Concurso do Serviço Nacional de Teatro com o espetáculo A Gema do Ovo da Ema. Seu conto O Pé Chato e a Mão Furada é premiado no 1º Concurso Nacional de Contos Infantis do Banco Auxiliar de São Paulo.

1983 - É premiada com o Prêmio Jabuti de Literatura, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Literatura infantil, pelo livro A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda. Além disso, Os Bichos que Tive ganha prêmio de melhor livro infantil do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA, e de melhor livro para a criança da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ.

1985 - Seu livro O Sapato que Miava recebe o Prêmio de Jornalismo da Abril.

1987 - Ponto de Tecer Poesia ganha o Prêmio Odylo da Costa Filho, da FNLIJ.

1990 - O Cavalo Transparente é adaptado para o teatro pelo grupo Tespis, e recebe o prêmio de melhor espetáculo do ano em teatro infantil da APCA dadada.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADlvia_Orthof



Tatiana Belinky - Russa/Brasileira

(1919 - 2013)





Escritora, tradutora, cronista, poeta, crítica literária, dramaturga e membro da Academia Paulista de Letras. A autora mudou-se para o Brasil acompanhando sua família quando tinha dez anos, radicando-se em São Paulo e posteriormente recebendo a cidadania brasileira. Aos vinte anos, ingressou no curso de Filosofia da Faculdade São Bento, mas abandonou quando se casou com o médico e educador Júlio Gouveia, em 1940. O casal teve dois filhos.

Em entrevista, a autora disse que frequentava o teatro desde muito pequena, em São Petersburgo, levada pelos pais. Aos 10 anos, ela já tinha visto muito teatro e lido muito. Além disso, seu pai narrava histórias, poemas e se apresentava para os filhos. Assim, peças, poesia e literatura sempre fizeram parte da sua vida.

Sua primeira peça foi uma adaptação de Peter Pan (com seu marido Júlio Gouveia), montada para o aniversário de uma criança. A mesma peça foi posteriormente apresentada no Teatro Municipal. 

A partir de 1948, trabalhou em adaptações e traduções, e escrevendo peças infantis para a prefeitura de São Paulo em parceria com o marido. Esses trabalhos foram levados para a televisão. 

Em 1952 encenam "Os Três Ursos" na extinta TV Tupi. O êxito deste trabalho foi definitivo para sua carreira, e junto com o marido, foi convidada a ter um programa fixo naquele canal, que durou até 1966. Ali, apresentou a primeira adaptação do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, para a TV, cujo roteiro desenvolveu em co-autoria com Júlio Gouveia.

Foi durante esse período que Tatiana Belinky recebeu seus primeiros prêmios como escritora, além de se tornar presidente da CET. Em 1972 passou a trabalhar na TV Cultura e em grandes jornais do estado de São Paulo, como a Folha de S.Paulo e o Jornal da Tarde, escrevendo artigos, crônicas e críticas.

Em 1985, ela desponta como escritora de livros, colaborando em uma série infanto-juvenil. Em 1987, lança Limeriques, baseando-se nos limericks irlandeses (rimas humorísticas compostas de cinco linhas). A partir dessa publicação, Tatiana passa a trabalhar fervorosamente em novas criações, e produziu, ao longo de seus 94 anos, mais de 270 títulos, sendo a maioria no gênero infantojuvenil.

Suas obras receberam vários prêmios literários, entre eles o Jabuti em 1989. Já em 2010, foi agraciada com a comenda da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo. Em 2009, foi eleita para uma das cadeiras da Academia Paulista de Letras. Faleceu em 15 de junho de 2013, na cidade onde sempre morou, São Paulo.

Entre os mais conhecidos livros infantis, destacam-se:

Que Horta (1987); Assim Sim! (1992); O Caçador Valente  (1995); Chorar  é  Preciso?  (2001); Bregaliques (2002); Las  apariencias  engañan (2004); Bisaliques (2005); Limeriques  da  Coroa  Implicante (2006); A  Cesta  da  Dona  Maricota (2007); O  Caso do Vaso (2007); Quatro Amigos (2007); O que eu quero (2008); As Coisas Boas Do Ano (2008); Os dez sacizinhos (1989) que ganhou o Prêmio Jabuti, recebido em 1989.

Prêmios:

1960 Prêmio de Melhor Escritora de TV pela Revista Manchete;

1979 Prêmio pelos trinta anos de atividade em teatro e literatura infanto-juvenil pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA);

Prêmio de Mérito Educacional pela Câmara Brasileira do Livro (CBL);

1982 Prêmio Fernando Chinaglia, “Personalidade Cultural da União Brasileira de Escritores (UBE);

1988 Estátua de Bronze para a Personalidade Cultural do Ano, concedida pela

Fundação Nestlé de Cultura;

1988 e 1990 Prêmio Monteiro Lobato de Tradução, concedido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ);

1989 Prêmio Jabuti para Personalidade Literária do Ano, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL);

1991 Prêmio Jabuti concedido pela Câmara Brasileira do Livro para o livro Dversos Russos;

Prêmio Homenagem Especial da Fundacem, de Teatro e Prêmio Francisco Igreja, pela União Brasileira de Escritores;

Prêmio ABRINQ, homenagem da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos – Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança pelo conjunto da obra;

1993 Prêmio FNLIJ, categoria Criança, por A Saga de Siegfried;

1995 Prêmio FNLIJ, categoria Criança, por Sete Contos Russos;

1999 Prêmio FNLIJ, categoria Criança, por Os Dez Sacizinhos;

2003 Prêmio FNLIJ, categoria Poesia, por Um Caldeirão de Poema;

2010 Agraciada com a Ordem do Ipiranga, atribuída pelo Governo do Estado de São Paulo;

2011 Patronesse da Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas (FLIPOÇOS), Minas Gerais;

Eleita para a Academia Paulista de Letras;

2012 Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, concedido pela União Brasileira de Escritores (UBE).

Fontes:

https://tatianabelinky.wordpress.com/

https://en.wikipedia.org/wiki/Tatiana_Belinky

https://cbtij.org.br/tatiana-belinky/

https://silo.tips/download/tatiana-belinky-e-o-teatro-como-atividade-educativa-resumo



Vange Leonel - São Paulo

(1963 - 2014)





Maria Evangelina Leonel Gandolfo foi cantora-compositora, guitarrista rítmica, jornalista, blogueira, cronista, romancista, dramaturga, sommelier de cervejas, e ativista feminista e LGBT.

Conhecida por seu timbre vocal influenciado por cantoras de blues e soul como Billie Holiday e Janis Joplin, foi famosa por seu trabalho com a banda de pós-punk Nau, ativa de 1985 a 1989, antes de começar carreira solo em 1991.

Seu primeiro álbum solo, Vange, foi lançado em 1991 pela Sony Music Entertainment, e continha sua canção mais famosa, "Noite Preta", que foi usada como o tema de abertura da popular telenovela Vamp. Outra canção do álbum, "Esse Mundo", também foi usada como tema de outra telenovela, Perigosas Peruas. Seu segundo lançamento solo, o EP Vermelho, saiu em 1996 pela gravadora independente Medusa Records, fundada pela própria Vange e por sua parceira Cilmara Bedaque no mesmo ano. Cilmara Bedaque também foi coautora da maioria das canções de Vange desde os tempos do Nau. Vermelho não foi tão bem recebido quanto o seu álbum anterior porém, e Vange abandonou a carreira musical para se dedicar à literatura.

Vange Leonel assumiu-se lésbica em 1995, e desde então começou a militar pela causa gay e pelos direitos das mulheres. Em 1999 publicou seu primeiro livro, Lésbicas, seguido por Grrrls: Garotas Iradas, 2001; ambos são coletâneas das crônicas que escrevia para a extinta revista LGBT Sui Generis entre 1997 e 2000. Também escreveu para a Revista da Folha, CartaCapital e MixBrasil, e junto a Cilmara Bedaque mantinha um blog sobre cervejas de nome "Lupulinas".

Em 2000 escreveu sua primeira peça teatral, As Sereias da Rive Gauche, encenada no mesmo ano sob a direção de Regina Galdino e publicada em formato de livro em 2002. Ela também escreveu a peça Joana Evangelista, que saiu em 2006; uma reimaginação da vida de Joana d'Arc, passada nos dias atuais, lida com o tema do aborto.

Seu primeiro e único romance, Balada para as Meninas Perdidas, foi lançado em 2003.

Em uma entrevista de 2012, ela afirmou estar trabalhando numa tradução para o português do romance de 1928 Ladies Almanack, de Djuna Barnes. Desde então, porém, nenhuma outra notícia sobre a tradução foi dada, e não se sabe se Vange chegou a concluir a tradução antes de sua morte.

Ela faleceu devido a um câncer em 2014, e postumamente, naquele mesmo ano, foi agraciada com a Ordem do Mérito Cultural.

Fonte: http://vangeleonel.blogspot.com/



Vera Karam - Rio Grande do Sul

(1959 - 2003)





Vera Maria Bandeira Karam nasceu em 20 de 10 de 1959 em Pelotas e faleceu em 01 de 01 de 2003 em Porto Alegre. Dramaturga, atriz, contista, professora de inglês e tradutora.

Sua dramaturgia incorpora o humor e a ironia na abordagem de desencontros amorosos, especialmente em peças premiadas como "Maldito Coração", "Me Alegra que Tu Sofras" e "Ano Novo, Vida Nova". Aproximou-se do teatro no fim da década de 1970, como integrante do Grêmio Dramático Açores, formado no âmbito do Teatro de Arena de Porto Alegre (TAPA), e no início da década seguinte integrou o grupo Descascando o Abacaxi.

Ao cursar a oficina de criação literária do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil, na Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), passou a produzir contos e textos para teatro. 

Em 1992, um de seus textos foi incluído no espetáculo Quem Sabe a Gente Continua Amanhã, com direção de Mauro Soares, seu colega do Açores, ao lado de criações de outros quatro autores. No ano seguinte, "Dona Otília Lamenta Muito", também dirigida por Mauro Soares, marca sua estreia propriamente como dramaturga, O texto recebe menção honrosa no Prêmio Açorianos de Teatro, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e é publicado no ano seguinte pelo Instituto Estadual do Livro (IEL).

Em 1996, entra em cartaz "Maldito Coração, Me Alegra que Tu Sofras", novamente com direção de Mauro Soares, um monólogo representado pela atriz Ida Celina. "O texto de Vera Karam conta a história de uma mulher presa em suas fantasias sobre um homem que teria amado no passado. Diante de tantos atropelos e incoerências, na fala da mulher fica a dúvida: o que seria verdade e o que seria invenção da mente da personagem? A linha tênue que separa a sanidade da loucura está presente em todos os momentos do espetáculo" (Miguel Arcanjo Prado, crítico do jornal Folha de S.Paulo). Recebeu várias premiações de melhor texto: Troféu Açorianos Especial de Teatro, do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Diversão do Rio Grande do Sul (Sated/RS) e do Festival de Teatro de São José dos Campos, São Paulo.

No mesmo ano, "Ano Novo, Vida Nova" ganha o primeiro lugar no Concurso de Dramaturgia Qorpo-Santo e recebe o Prêmio Açorianos na categoria literatura dramática. O texto, no entanto, só é montado cinco anos mais tarde, com direção de Décio Antunes.

As montagens de textos dramáticos ou adaptações de contos para o teatro de Vera Karam prosseguem no Rio Grande do Sul e em outros estados. "Por que Você Não Disse que Me Amava?" é encenada no Rio de Janeiro, com direção de Paulo Betti. "Ofendi?", reunindo dois contos da autora, é apresentada no Recife.

Peças: O Evangelho Segundo Zebedeu - 1978; Os Dragões do 31º Dia - 1978; A Lata de Lixo da História - 1979; Esta É a Sua Vida ou Hospede a Primavera em Sua Casa - 1981; Quem Sabe a Gente Continua Amanhã - 1992; Dona Otília Lamenta Muito - 1993; Maldito Coração, Me Alegra que Tu Sofras - 1995; Aspargos Uruguaios em Oferta - 1999; Ano Novo, Vida Nova - 2001; Nesta Data Querida - 2001; O Assassinato de Miss Agatha - 2001; Sou Absolutamente Dona do Meu Nariz - 2002; Ofendi? - 2004; Por que Você Não Disse que Me Amava - 2004.

Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa109314/vera-karam



Vicentina Soares - ?

(nascimento? - morte?)





Não se sabe quase nada sobre essa autora, que escrevia sob o pseudônimo Vina Centi. 

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Violante de Bivar - Bahia

(1816 ou 1817 - 1857)





Violante Atabalepa XJmenes de Bivar e Vellasco nasceu em Salvador no dia 1 de dezembro de 1816 (ou 1817), e faleceu no Rio de Janeiro em 25 maio (ou junho) de 1875 Foi jornalista e tradutora.

Foi redatora e diretora d ’O Jornal das Senhoras (1852-1855) e fundadora do jornal O Domingo (1873-75), ambos do Rio de Janeiro. Foi sócia honorária do Conservatório Dramático do Rio de Janeiro, tendo emitido pareceres como censora dessa instituição. Publicou (1858?) várias traduções do francês, inglês e italiano. 

Foi filha do primeiro presidente do Conservatório Dramático do Rio de Janeiro, Diogo Soares da Silva e Bivar (1785-1865). 

Traduções de teatro: Clermont ou A mulher do artista, vaudeville em 3 atos de Scribe e Louis-Émile Vanderburch; O chale de cachemira verde, comédia de Alexandre Dumas e Eugenio Nus; Os títeres ou A roda da fortuna, comédia em 5 atos de M. Picard; Os maricas, comédia em 1 ato de Jouhand e Bricet Fourchon; Pamella solteira, em 3 atos de Goldoni; Pamella casada, comédia em 3 atos de Goldoni; Rob-Roy MacGregor Campbell, ópera em 5 atos e 15 quadros de J. Pocok, do romance de W. Scott. 

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Zélia Vilela de Manera - Rio Grande do Sul

(1885 - 1956)





Nasceu em Uruguaiana no dia 3 de setembro de 1885 e faleceu no  Rio de Janeiro em 20 de junho de 1956. Foi romancista, dramaturga, contista e ensaísta.

Peças: A desconhecida, drama; A culpa, drama; Resgate, drama; Sombras da vida, drama; O fruto proibido, drama; Os invisíveis, drama; A cliente, comédia.

Fonte: Dissertação de Mestrado “O Florete e a Máscara - Josephina Alvares de Azevedo: Dramaturga do Século XIX”, 1995, de Valéria Andrade Souto-Maior



Zora Seljan - Minas Gerais

(1918 - 2006)





Foi teatróloga, romancista, cronista, colunista e crítica de teatro brasileira, estudiosa do folclore brasileiro e especialista em cultura afro. Formada em Ciências Econômicas pela USP e em Ensaística pela Universidade de Columbia, Estados Unidos, em 1965. Na Universidade de Lagos, Nigéria, onde residiu por dois anos, foi leitora de Literatura Portuguesa e Brasileira.

Fundou o Conjunto Folclórico Oxumaré. Criou o Teatro dos Orixás e escreveu peças como "As três mulheres de Xangô", "Iansã, a guerreira", "As águas de Oxalá" e "Exu, cavaleiro da encruzilhada". Foi crítica de teatro dos jornais O Globo, O Dia e Diretrizes, de Samuel Wainer.

Seu primeiro casamento foi com o escritor, jornalista e cronista Rubem Braga. Foi casada também com o escritor Antônio Olinto. Por sua atuação política durante a ditadura Vargas, tendo sido membro atuante da Aliança Nacional Libertadora em Belo Horizonte, foi alvo de investigações do Departamento de Ordem Política e Social, o DOPS. Chegou a ser detida em duas ocasiões. Na segunda delas, estava com o filho Roberto no colo, que acompanhou a mãe à delegacia.

Como jornalista, Zora escreveu sobre vários assuntos literários, folclóricos, econômicos e políticos. Foi a primeira jornalista sul-americana a visitar os países da Cortina de Ferro (Rússia e países da União Soviética). Após essa viagem escreveu "E vi as democracias populares", publicado em 1951, após a Segunda Guerra Mundial. Dos escritos de seu pai, o etnógrafo croata Stevo Seljan, tirou material para escrever artigos sobre o que foi a invasão da Itália na Abissínia. Após a guerra, acompanhou o então marido, Antonio Olinto, em missão cultural para a Nigéria, iniciando suas pesquisas sobre os costumes, cultura e artes africanas, e usou o teatro para transmitir suas descobertas.

A obra de Zora é uma das excelentes fontes para a divulgação de nossa brasilidade e serve para incentivar novas pesquisas. Em 1958 publicou a peça "Três mulheres de Xangô". Em 1978, reeditou essa peça e outras sendo todas precedidas de capítulo introdutório com detalhamento de como deverá ser feita a montagem teatral de cada uma, mas também esclarecimentos sobre cada personagem, danças, músicas e cenários. Sobre esse trabalho a autora falou: "Meus personagens são Deuses que se manifestam dançando. Que se dê aos orixás a mesma vitalidade dos deuses olímpicos". Morreu de falência múltipla dos órgãos, no Hospital Israelita da Tijuca, e foi sepultada no Panteão da ABL, no Cemitério de São João Batista, por ser esposa do acadêmico Antônio Olinto, ocupante da cadeira nº 8 da ABL.

Publicações Teatro: "Três mulheres de Xangô" (1958); "Exu, cavaleiro da encruzilhada (1958); "As moças dos corpos cheirosos" (1959); "A donzela Teodora" (1959); "Os negrinhos de Iemanjá" (1960).

Ensaios: "Eu vi as democracias populares (1951); "A educação na Nigéria" (1966); "A demanda de Dom Domingo" (1985); "Folclore, História de Oxalá" (1965); "Iemanjá e suas lendas" (1967); "Iemanjá, mães dos Orixás" (1972); João Minhoca (s/d); A orelha de Oba (s/d); Negrinhos das filhas (s/d); A festa do Bonfin (s/d).

Outros gêneros: "O livro de Fusilico: viagem ao rio Paraná" (1952); "João Minhoca: a história dos bonecos contadores de história" (1952); "No Brasil, ainda tem gente de minha cor" (1978); "Contos de encantamento" (1979); "Contos do amanhã" (1979); "O navio do sol e outras histórias" (1979); "São Vicente Ferrer, santo prodigioso" (1980).

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Zora_Seljan


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